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27/06/2002 - 21h30

Dupla leva 2.000 documentos da Ciretran de Guaratinguetá (SP)

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MARIA TERESA MORAES
da Folha Vale

Dois homens armados com pistolas invadiram e assaltaram nesta quinta-feira a Ciretran (Circunscrição Regional de Trânsito), unidade da Polícia Civil de Guaratinguetá.

A dupla rendeu seis funcionários e um despachante e levou cerca de 2.000 documentos de veículos em branco.

Pelos cálculos da polícia, os documentos podem ser vendidos a R$ 200 mil no mercado negro.

A ação criminosa aconteceu às 10h15, quando o delegado da Ciretran, Juramir Alves Santos, estava a 1 km do prédio aplicando testes práticos para a CNH (Certificado Nacional de Habilitação).

No momento da ação, nenhum funcionário estava armado no local. O roubo
não chegou a ser percebido pelos funcionários da Ciretran e proprietários de veículos que estavam no setor de emplacamento, que fica nos fundos do prédio onde foi a ação.

À tarde, a polícia apreendeu um carro Fiat Uno, com placas clonadas, que teria sido utilizado pelos assaltantes.

Foram levados documentos do CRLV (Certificado de Registro de Licenciamento de Veículos), de numeração 411.002.624 a 511.003.800, e do CRV (Certificado de Registro de Veículos), de 482.859.659 a 482.860.530.

Os documentos servem para "esquentar" veículos roubados ou furtados e para facilitar a passagem por barreiras policiais.

A Secretaria da Segurança Pública, além de anular os documentos roubados, deve expedir nos próximos dias um comunicado sobre o roubo ocorrido em Guaratinguetá às unidades da polícia de todo o Estado.

O Detran (Departamento Estadual de Trânsito) não se pronunciou sobre o assalto.

O despachante Pedro Guilherme Lyra de Carvalho Bruno, 40, que frequenta a delegacia diariamente e estava na Ciretran no momento do assalto, disse que a ação durou quatro minutos.

"Felizmente, não tinha muita gente no local, apenas eu e os funcionários. Tudo foi muito rápido", relatou o despachante.

Segundo o delegado seccional de Guaratinguetá, Célio José da Silva, os formulários roubados são usados por quadrilhas que vendem os documentos para motoristas com multas de trânsito e para regularizar a situação de carros roubados.

De acordo com o delegado, os documentos falsos são vendidos em média por R$ 100 cada.

Bloqueio
"A maioria dos compradores é de pessoas inocentes, que só sabem que foram lesados quando vão licenciar ou vender os automóveis", afirmou o delegado seccional de Guaratinguetá.

A delegacia acredita que os documentos roubados serão comercializados principalmente em feiras e lojas de veículos.

A polícia descarta um possível envolvimento de despachantes com o roubo dos documentos da Ciretran.

De acordo com o delegado, logo após o assalto, os documentos foram bloqueados no sistema de controle de veículos do Detran.

"Estamos alertando as pessoas para que, além de consultar a procedência do veículo, também façam uma vistoria na numeração dos documentos antes de comprar um carro", disse o delegado seccional.

O carro encontrado pela Polícia Civil, que supostamente foi usado pela dupla, foi roubado no início da semana em São Paulo.

"A proximidade com a via Dutra pode facilitar a atuação de quadrilhas de outras regiões do Estado", disse Silva.

O delegado afirmou que as impressões digitais encontradas no interior do veículo abandonado serão utilizadas pela Polícia Civil para tentar identificar os autores do assalto.
 

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