Saltar para o conteúdo principal

Publicidade

Publicidade

 
 
  Siga a Folha de S.Paulo no Twitter
03/07/2002 - 11h34

ANP apreende 1,7 milhão de litros de gasolina adulterada

Publicidade

CLAUDIO LIZA JUNIOR
da Folha Campinas

A ANP (Agência Nacional de Petróleo) e a Polícia Civil de Paulínia (126 km de SP) apreenderam ontem 1,7 milhão de litros de gasolina adulterada na base de armazenamento e distribuição da Transo Combustíveis Ltda.

A diretoria da empresa, que funciona no pólo petroquímico da Replan (Refinaria de Paulínia), negou ontem a existência de material adulterado na Transo.

Segundo o coordenador especial de fiscalização da ANP, César Ramos, a apreensão pode ser a maior já feita no país. "Não me lembro de registros de encontro de um volume tão grande de material adulterado. É algo a ser verificado", afirmou.

O material considerado adulterado pela ANP foi colhido em blitz feita nas distribuidoras de Paulínia anteontem.

A gasolina encontrada foi examinada pelo laboratório de análise de qualidade de combustíveis da Unicamp (Universidade Estadual de Campinas). Foi avaliada pela universidade a gasolina de três tanques, com capacidade de 2 milhões de litros cada. O tanque com 1,7 milhão de litros adulterados foi lacrado por tempo indeterminado pela ANP.

Segundo a agência, a análise da Unicamp comprovou uma concentração de 32,5 graus de solvente no combustível.

A ANP também informou que acredita que a Transo tentou "limpar" o tanque, bombeando gasolina da Replan durante a madrugada de ontem.

A suspeita foi levantada após uma nova análise feita pela manhã de ontem no reservatório, e que constatou uma redução do grau de adulteração para 14,5.

"Esse material pode estar sendo limpado. Obtivemos na Replan a informação de que 800 mil litros de gasolina foram bombeados pela base", disse César Ramos, da ANP.

Segundo Ramos, a legislação federal não aceita nenhuma concentração de solvente na gasolina que é vendida pelas distribuidoras de combustíveis.

"O solvente é um material usado em tintas, cuja utilização não é permitida em combustível. Por isso considero alta a concentração encontrada na gasolina analisada pela Unicamp", disse.

De acordo com o delegado titular de Paulínia, Tadeu Aparecido Brito de Almeida, um inquérito foi aberto para apurar o caso e o tanque com combustível adulterado ficará lacrado até o final da investigação.

Ontem, o delegado ouviu cinco pessoas, entre representantes de distribuidoras que usam a base e da própria Transo. Ele afirmou que vai apurar se o material adulterado foi levado à base por distribuidoras ou se foi misturado com solventes pela Transo.

"Se há gasolina adulterada saindo dessa base, esse material pode estar sendo comercializado em todo o Estado. Queremos saber quem traz ou recebe esse combustível", afirmou Brito.

A Transo aluga espaço para armazenamento de combustível para pelo menos 30 distribuidoras de Paulínia. Segundo dados da própria empresa, a base movimenta cerca de 200 milhões de litros por mês.

Outro lado

O diretor da Transo, Edson Franco, afirmou que todo combustível movimentado pela base é testado no laboratório Araruá, de Cosmópolis, para que seja avaliado se ele está de acordo com as especificações da Petrobrás. "Não sei o que aconteceu, mas não há material adulterado na Transo", disse.

A ANP informou que realiza um programa nacional de marcação de solventes e, por isso, é o único órgão capaz de identificar a mistura do material na gasolina.

"Todo o solvente comercializado no país é marcado pela ANP. Comprovamos a mistura dele no combustível identificando o nosso marcador", disse o coordenador de fiscalização César Ramos.

 

Publicidade

Publicidade

Publicidade


Voltar ao topo da página