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21/07/2000
-
21h37
FABIANE LEITE, repórter da Folha Online
O secretário de Governo da Prefeitura de São Paulo, Arnaldo Faria de Sá, assumiu funções do prefeito Celso Pitta. Atualmente, é o secretário o mentor de todas as ações administrativas da prefeitura, enquanto Pitta fica com a parte política.
Antes de Pitta ser afastado, quando o comando da secretaria de Governo estava com Carlos Augusto Meinberg, a situação era inversa. Meinberg tratava dos assuntos políticos, realizando os contatos com os vereadores, enquanto Pitta tentava administrar a cidade, "atolado" em uma avalanche de denúncias de corrupção.
Quem freqüenta o gabinete de Faria de Sá diz que tudo acontece ali, e não na sala ao lado, a de Pitta. O entra e sai de assessores, telefonemas de políticos, chamadas seguidas da imprensa indicam que naquele local está alguém que governa.
"Eu tenho procurado ficar mais com a parte administrativa, e ele (Pitta) com a a parte política", admitiu Faria de Sá na tarde desta sexta-feira, após cerimônia de formatura de guardas civis metropolitanos, arquitetada em seu gabinete. Apesar da "separação" feita pelo secretário, é evidente sua ação também na "parte política", uma vez que mantém o contato com os parlamentares.
Depois de um longo sorriso, Faria de Sá negou que tenha se tornado o novo prefeito da cidade. "Vamos dizer que sou um técnico do prefeito", afirmou.
Faria de Sá teria se aproximado de Pitta ao ajudar a renegociar a dívida da prefeitura no Senado. Ex-deputado federal, ele é considerado o "enviado" do ex-prefeito e candidato à prefeitura Paulo Maluf (PPB) no governo Pitta, para abafar denúncias e evitar mais desgaste para o pepebista durante o pleito por causa do governo de Pitta.
O secretário chegou a ser cogitado para ser vice do pepebista. Foi para o lado de Pitta dizendo ter brigado com Maluf que, na versão oficial, teria vetado o apoio ao prefeito.
Ordem
Enquanto Faria de Sá administra, Pitta cumpre o papel que lhe foi determinado no "laboratório de idéias" do secretário. O prefeito segue a recomendação para falar mais de obras e inaugurações e não comentar denúncias nem o bate-boca na Câmara. A ordem é mostrar serviço. E preparar uma possível candidatura à Câmara dos Deputados em 2002.
O secretário admite que é autor das últimas operações anunciadas pela prefeitura. Raramente é Pitta que faz o anúncio. O prefeito só comenta o assunto depois.
Exemplo: Faria de Sá detesta a ação de "rodinhos", pessoas que se oferecem para lavar os carros nos faróis e costumam pressionar os motoristas para que aceitem o serviço. Aproveitou e criou uma operação para remover os comerciantes dos faróis, com nome chamativo, "Sinal Alerta". A lei com o objetivo de remover estes comerciantes, no entanto, não é nenhuma novidade e já deveria ser cumprida há muito tempo.
Mesmo assim, os "rodinhos" continuam agindo, até mesmo a poucos metros da prefeitura. Mas Faria de Sá conseguiu fazer propaganda da prefeitura com base nesta ação.
Foi Faria de Sá e não Pitta que realizou cobrança aos secretários municipais para que ajudassem no "marketing" da prefeitura e falassem mais com a imprensa. Foi o secretário e não Pitta que amanheceu em uma favela, no início da semana, para mostrar serviço no socorro às vítimas de um incêndio.
Há quem odeie a postura de Faria de Sá. O secretário dos Transportes, Getúlio Hanashiro, ficou furioso com a decisão do secretário-prefeito de liberar os médicos do rodízio, projeto que permanecia engavetado por poder trazer problemas para a operação. O ex-secretário das Administrações Regionais, Naor Guelfi, também teria discutido com Faria de Sá, por causa da operação contra os ambulantes.
Na semana passada, na inauguração de um pequena obra na zona sul da cidade, Faria de Sá era mais abordado por moradores do que o prefeito. Sem discrição, o secretário encaminhava os elogios a Pitta.
Depois da chegada do "enviado", Pitta não é mais o mesmo. No entanto, o prefeito diz acreditar no contrário. E nega que Faria de Sá tenha assumido as suas funções. "Ele assumiu a função de secretário do Governo", afirmou o prefeito, categórico, nesta tarde.
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Secretário e Pitta trocam de papel e Faria de Sá assume funções do prefeito
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O secretário de Governo da Prefeitura de São Paulo, Arnaldo Faria de Sá, assumiu funções do prefeito Celso Pitta. Atualmente, é o secretário o mentor de todas as ações administrativas da prefeitura, enquanto Pitta fica com a parte política.
Antes de Pitta ser afastado, quando o comando da secretaria de Governo estava com Carlos Augusto Meinberg, a situação era inversa. Meinberg tratava dos assuntos políticos, realizando os contatos com os vereadores, enquanto Pitta tentava administrar a cidade, "atolado" em uma avalanche de denúncias de corrupção.
Quem freqüenta o gabinete de Faria de Sá diz que tudo acontece ali, e não na sala ao lado, a de Pitta. O entra e sai de assessores, telefonemas de políticos, chamadas seguidas da imprensa indicam que naquele local está alguém que governa.
"Eu tenho procurado ficar mais com a parte administrativa, e ele (Pitta) com a a parte política", admitiu Faria de Sá na tarde desta sexta-feira, após cerimônia de formatura de guardas civis metropolitanos, arquitetada em seu gabinete. Apesar da "separação" feita pelo secretário, é evidente sua ação também na "parte política", uma vez que mantém o contato com os parlamentares.
Depois de um longo sorriso, Faria de Sá negou que tenha se tornado o novo prefeito da cidade. "Vamos dizer que sou um técnico do prefeito", afirmou.
Faria de Sá teria se aproximado de Pitta ao ajudar a renegociar a dívida da prefeitura no Senado. Ex-deputado federal, ele é considerado o "enviado" do ex-prefeito e candidato à prefeitura Paulo Maluf (PPB) no governo Pitta, para abafar denúncias e evitar mais desgaste para o pepebista durante o pleito por causa do governo de Pitta.
O secretário chegou a ser cogitado para ser vice do pepebista. Foi para o lado de Pitta dizendo ter brigado com Maluf que, na versão oficial, teria vetado o apoio ao prefeito.
Ordem
Enquanto Faria de Sá administra, Pitta cumpre o papel que lhe foi determinado no "laboratório de idéias" do secretário. O prefeito segue a recomendação para falar mais de obras e inaugurações e não comentar denúncias nem o bate-boca na Câmara. A ordem é mostrar serviço. E preparar uma possível candidatura à Câmara dos Deputados em 2002.
O secretário admite que é autor das últimas operações anunciadas pela prefeitura. Raramente é Pitta que faz o anúncio. O prefeito só comenta o assunto depois.
Exemplo: Faria de Sá detesta a ação de "rodinhos", pessoas que se oferecem para lavar os carros nos faróis e costumam pressionar os motoristas para que aceitem o serviço. Aproveitou e criou uma operação para remover os comerciantes dos faróis, com nome chamativo, "Sinal Alerta". A lei com o objetivo de remover estes comerciantes, no entanto, não é nenhuma novidade e já deveria ser cumprida há muito tempo.
Mesmo assim, os "rodinhos" continuam agindo, até mesmo a poucos metros da prefeitura. Mas Faria de Sá conseguiu fazer propaganda da prefeitura com base nesta ação.
Foi Faria de Sá e não Pitta que realizou cobrança aos secretários municipais para que ajudassem no "marketing" da prefeitura e falassem mais com a imprensa. Foi o secretário e não Pitta que amanheceu em uma favela, no início da semana, para mostrar serviço no socorro às vítimas de um incêndio.
Há quem odeie a postura de Faria de Sá. O secretário dos Transportes, Getúlio Hanashiro, ficou furioso com a decisão do secretário-prefeito de liberar os médicos do rodízio, projeto que permanecia engavetado por poder trazer problemas para a operação. O ex-secretário das Administrações Regionais, Naor Guelfi, também teria discutido com Faria de Sá, por causa da operação contra os ambulantes.
Na semana passada, na inauguração de um pequena obra na zona sul da cidade, Faria de Sá era mais abordado por moradores do que o prefeito. Sem discrição, o secretário encaminhava os elogios a Pitta.
Depois da chegada do "enviado", Pitta não é mais o mesmo. No entanto, o prefeito diz acreditar no contrário. E nega que Faria de Sá tenha assumido as suas funções. "Ele assumiu a função de secretário do Governo", afirmou o prefeito, categórico, nesta tarde.
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