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04/07/2002
-
11h41
da Folha Campinas
A Corregedoria da Polícia do Estado de São Paulo decidiu fazer a reconstituição, na primeira semana de agosto, da ação da polícia de Campinas (95 km de SP) que resultou na morte do aposentado Jorge José Martins, 56. A informação é do delegado que apura o caso na Corregedoria, Dênis de Castro.
Segundo o delegado, a reconstituição será o último passo do inquérito que apura se houve excessos de policiais da Deas (Delegacia Especializada Anti-sequestro) de Campinas na ação.
A ação da Deas que resultou na morte do aposentado foi realizada no último dia 23 de abril e visava buscar um sequestrador na casa da vítima.
"Já ouvimos todos os policiais envolvidos e os familiares da vítima. Só não decidimos por fazer já a reconstituição, com todos eles, porque ainda não temos o resultado da análise das armas apreendidas no local", disse.
As armas que estão sendo analisadas são a pistola do policial que atingiu Martins e o revólver calibre 38 que, segundo a Deas, estava com o aposentado.
Os laudos conclusivos sobre quem utilizou as armas e quantos tiros foram disparados por elas estão sendo elaborados por técnicos do IC (Instituto de Criminalística).
A Deas de Campinas sustenta que o aposentado foi atingido em uma ação de legítima defesa, já que ele teria atirado primeiro contra os policiais.
A família de Martins nega que ele estivesse com uma arma e acusa a Deas de ter invadido a casa sem se identificar.
"São duas versões e ainda o laudo do IC, que é fundamental. As armas estão na fila da perícia e os laudos só sairão no final deste mês. Já tenho uma conclusão delineada e quero terminar tudo nos primeiros dias de agosto", disse Castro.
O aposentado não tinha antecedentes criminais e o sequestrador não foi encontrado na casa dele.
Além de estar sendo investigada pela Corregedoria da Polícia, a ação da polícia campineira também foi questionada pelo ouvidor das polícias do Estado de São Paulo, Fermino Fecchio Filho.
Em relatório oficial, divulgado em maio deste ano, o ouvidor afirmou que os policiais de Campinas não tinham provas de que existia um criminoso na casa, algemaram os familiares da vítima e ainda dificultaram o socorro a Martins.
Fecchio Filho fez o relatório após visitar os parentes do aposentado morto, no Jardim das Bandeiras 2, periferia de Campinas. Ele disse ter encontrado indícios de que Martins foi atingido primeiro pela polícia, no local.
"Se o Jorge tivesse atirado, haveria marcas do tiro no muro que fica em frente à janela onde ele foi morto, mas não há. Ainda consegui ver vestígios de vidro, mas apenas do lado de dentro", disse o ouvidor, na ocasião.
Ainda segundo o ouvidor, outra falha da versão da Deas sobre o caso está no fato de o mandado de prisão apresentado na ação estar em nome de José Ademir, nome desconhecido pelos moradores do bairro.
Segundo a Deas, a polícia concluiu que o sequestrador José Ademir estava na casa do aposentado após descobrir que ele havia deixado o número do telefone da residência em uma empresa na qual procurou emprego.
A informação serviu para embasar o pedido de autorização para uma ação de busca e apreensão na casa. O mandado de busca foi concedido à Deas pela juíza da 1ª Vara Criminal de Campinas, Patrícia Pae Kim.
Corregedoria reconstitui ação policial sobre morte de aposentado
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A Corregedoria da Polícia do Estado de São Paulo decidiu fazer a reconstituição, na primeira semana de agosto, da ação da polícia de Campinas (95 km de SP) que resultou na morte do aposentado Jorge José Martins, 56. A informação é do delegado que apura o caso na Corregedoria, Dênis de Castro.
Segundo o delegado, a reconstituição será o último passo do inquérito que apura se houve excessos de policiais da Deas (Delegacia Especializada Anti-sequestro) de Campinas na ação.
A ação da Deas que resultou na morte do aposentado foi realizada no último dia 23 de abril e visava buscar um sequestrador na casa da vítima.
"Já ouvimos todos os policiais envolvidos e os familiares da vítima. Só não decidimos por fazer já a reconstituição, com todos eles, porque ainda não temos o resultado da análise das armas apreendidas no local", disse.
As armas que estão sendo analisadas são a pistola do policial que atingiu Martins e o revólver calibre 38 que, segundo a Deas, estava com o aposentado.
Os laudos conclusivos sobre quem utilizou as armas e quantos tiros foram disparados por elas estão sendo elaborados por técnicos do IC (Instituto de Criminalística).
A Deas de Campinas sustenta que o aposentado foi atingido em uma ação de legítima defesa, já que ele teria atirado primeiro contra os policiais.
A família de Martins nega que ele estivesse com uma arma e acusa a Deas de ter invadido a casa sem se identificar.
"São duas versões e ainda o laudo do IC, que é fundamental. As armas estão na fila da perícia e os laudos só sairão no final deste mês. Já tenho uma conclusão delineada e quero terminar tudo nos primeiros dias de agosto", disse Castro.
O aposentado não tinha antecedentes criminais e o sequestrador não foi encontrado na casa dele.
Além de estar sendo investigada pela Corregedoria da Polícia, a ação da polícia campineira também foi questionada pelo ouvidor das polícias do Estado de São Paulo, Fermino Fecchio Filho.
Em relatório oficial, divulgado em maio deste ano, o ouvidor afirmou que os policiais de Campinas não tinham provas de que existia um criminoso na casa, algemaram os familiares da vítima e ainda dificultaram o socorro a Martins.
Fecchio Filho fez o relatório após visitar os parentes do aposentado morto, no Jardim das Bandeiras 2, periferia de Campinas. Ele disse ter encontrado indícios de que Martins foi atingido primeiro pela polícia, no local.
"Se o Jorge tivesse atirado, haveria marcas do tiro no muro que fica em frente à janela onde ele foi morto, mas não há. Ainda consegui ver vestígios de vidro, mas apenas do lado de dentro", disse o ouvidor, na ocasião.
Ainda segundo o ouvidor, outra falha da versão da Deas sobre o caso está no fato de o mandado de prisão apresentado na ação estar em nome de José Ademir, nome desconhecido pelos moradores do bairro.
Segundo a Deas, a polícia concluiu que o sequestrador José Ademir estava na casa do aposentado após descobrir que ele havia deixado o número do telefone da residência em uma empresa na qual procurou emprego.
A informação serviu para embasar o pedido de autorização para uma ação de busca e apreensão na casa. O mandado de busca foi concedido à Deas pela juíza da 1ª Vara Criminal de Campinas, Patrícia Pae Kim.
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