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04/07/2002 - 13h51

Blitz lacra distribuidora de combustível em Paulínia (SP)

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CLAUDIO LIZA JUNIOR
da Folha Campinas

A ANP (Agência Nacional do Petróleo) apreendeu 586,4 mil litros de gasolina adulterada e lacrou uma distribuidora ontem em Paulínia (126 km de SP), no seu terceiro dia de fiscalização nas empresas instaladas no pólo petroquímico da Replan (Refinaria de Paulínia).

Ao todo, já foram descobertos pelo menos 2 milhões de litros de gasolina irregular desde o início da operação.

Anteontem, a agência fez a maior apreensão do país na base da Transo Combustíveis, onde foi lacrado um tanque com 1,7 milhão de litros adulterados.

Segundo a ANP, na blitz feita ontem foram apreendidos 550 mil litros de gasolina misturada com solvente na base da Exxel Brasileira de Petróleo e mais 36.440 litros também adulterados na distribuidora Bremen.

O órgão também constatou que a Bremen estava operando sem licença de funcionamento e, por isso, lacrou todos os seus tanques. A empresa armazena combustível em nove reservatórios, com capacidade geral para 5 milhões de litros e que são usados por 20 distribuidoras.

As empresas negam estarem envolvidas com o crime de adulteração, alegando que alugam espaço para armazenagem de combustível de outras distribuidoras.

As empresas também informaram que procuram testar todo o combustível que recebem, para evitar receber material irregular (leia texto nesta página).

"Temos a chance de testar rapidamente alguns combustíveis, como a gasolina, e com isso estaremos flagrando muitas outras irregularidades nos próximos dias", disse o coordenador especial de fiscalização nacional da ANP, César Ramos.

Segundo Ramos, a ANP está apreendendo somente gasolina nas blitze desta semana devido ao fato de o material ser mais fácil de ser analisado. "Todo o solvente comercializado no país é marcado pela agência. Podemos identificar o material facilmente na gasolina", afirmou.

A operação de fiscalização em Paulínia está sendo feita por quatro agentes e dois químicos da ANP. De segunda-feira até ontem, eles já haviam percorrido seis distribuidoras do pólo petroquímico do município.

As blitze nas distribuidoras também têm o apoio da Unicamp (Universidade Estadual de Campinas), que analisa o material apreendido, e da Polícia Civil.

Segundo o delegado titular de Paulínia, Tadeu Aparecido Brito de Almeida, a polícia abriu inquérito para investigar todos os casos de adulteração de combustíveis descobertos pela equipe de fiscalização da ANP.

"Somos chamados pela ANP sempre que ela descobre as irregularidades. Nosso papel, então, passa a ser o de indiciar os responsáveis pela empresa e abrir inquérito para apurar quem são os envolvidos com o esquema de adulteração", disse o delegado.

De acordo com Almeida, os pelo menos 2 milhões de litros de gasolina adulterada apreendidos em Paulínia nesta semana eram provavelmente distribuídos para postos de combustível de todo o Estado de São Paulo.

Em relatório divulgado em junho passado, a CPI (Comissão Parlamentar de Inquérito) dos Combustíveis considerou que o crime de adulteração é estimulado na região de Campinas pela grande concentração de distribuidoras em Paulínia.

Segundo a CPI, 25% de todo o combustível vendido mensalmente na região é adulterado.

Outro lado

As empresas Bremen e Exxel, acusadas pela ANP de armazenar gasolina adulterada, negam as acusações.

Segundo o conselheiro administrativo da Bremen, Roberto Duarte, a distribuidora testa todo o combustível que armazena, para evitar receber material adulterado.

"A própria ANP afirma que só ela tem como detectar solvente na gasolina. No teste que fizemos, o material estava legal. Se não está, porém, a culpa é de quem trouxe a gasolina e não nossa", afirmou.

A Folha não encontrou representantes da Exxel ontem para falar sobre o assunto. De acordo com a ANP, a Exxel também alegou em sua defesa que recebe combustível de terceiros e não sabia da adulteração.
 

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