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10/07/2002 - 02h35

Estudo aponta risco de reposição hormonal

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da Folha de S.Paulo

Uma pesquisa sobre terapia de reposição hormonal em mulheres na fase pós-menopausa foi suspensa nos Estados Unidos porque os medicamentos -uma combinação dos hormônios estrogênio e progesterona- causaram um leve, mas significativo aumento no risco de câncer de mama, segundo reportagem do "New York Times". Clique aqui para ler reportagem completa.

O estudo, que envolveu 16.608 mulheres de 50 a 79 anos, analisou os efeitos da combinação na incidência de doenças cardíacas, osteoporose e câncer.

Esperava-se que os medicamentos não apenas aliviassem as ondas de calor e outros sintomas que atormentam as mulheres na menopausa, mas que pudessem melhorar sua saúde.

Houve redução nos casos de câncer do intestino e de fraturas na bacia associadas à oesteoporose, mas, no balanço final, os riscos superaram os benefícios.

A pesquisa, que está disponível em inglês no site www.jama.com, vinha sendo realizada pelo Instituto Nacional de Coração, Pulmão e Sangue, um órgão federal. Outro estudo do instituto, com mulheres que fizeram histerectomia (retirada do útero) e que tomam apenas estrogênio, não foi interrompido.

Incidência
Os dados indicam que, se 10 mil mulheres tomassem as drogas durante um ano, oito a mais desenvolveriam câncer de mama em comparação com outro grupo de 10 mil que não fizessem terapia de reposição hormonal. Mais sete teriam ataque cardíaco e oito teriam derrame, mas haveria menos seis casos de câncer intestinal e menos cinco fraturas na bacia.

Segundo o diretor da pesquisa, Jacques E. Rossouw, não houve aumento do risco de câncer ou ataque cardíaco nos primeiros anos em que as mulheres tomaram os hormônios. Após uma média de 5,2 anos de terapia, "o risco de câncer de mama excedeu os limites de segurança", disse Rossouw.

Cautela
"É um estudo feito por especialistas de reconhecida experiência. Precisamos ler com muita atenção", disse José Mendes Aldrighi, professor de Ginecologia da Santa Casa de São Paulo e da USP (Universidade de São Paulo). "Precisamos rever de forma mais detalhada o conceito sobre a proteção cardiovascular [da terapia]. Esse estudo demonstra que não há benefícios também em relação à prevenção primária das doenças cardiovasculares".

Aldrighi afirmou que o estudo, no entanto, utilizou doses de estrogênio duas vezes maiores dos que as utilizadas hoje pelos médicos na terapia. Além disso, foi utilizado um tipo de estrogênio (estrogênio conjugado equino) para a avaliação. Existem outros tipos de estrogênio, como o natural, que não foram alvo do levantamento, disse o professor. Ele destacou que ainda não havia lido a íntegra do trabalho.

Pedro Paulo Roque Monteleone, ginecologista e obstetra e ex-presidente do Conselho Regional de Medicina do Estado de São Paulo, disse que a polêmica sobre a terapia não é nova. O problema, diz, era que existiam poucos estudos independentes. Muitos deles foram patrocinados pela indústria farmacêutica.

Monteleone, que também ainda não tinha lido a íntegra da pesquisa, recomendou que as pacientes conversem com seu ginecologista de antes de tomar qualquer decisão sobre a terapia.

Leia mais:

  • Terapia hormonal não reduz risco cardíaco

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