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22/07/2000 - 16h26

Para pesquisador, refinaria da Petrobras em São José é a mais perigosa de SP

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RICARDO BRANDT, da Folha Campinas

A Revap (Refinaria Henrique Lage), em São José dos Campos, é hoje a refinaria de maior risco coletivo entre as quatro da Petrobras instaladas no Estado.

A avaliação é do pesquisador da indústria do petróleo no país Oswaldo Sevá Filho, professor do departamento de energia da Faculdade de Engenharia Mecânica da Unicamp.

A conclusão de Sevá está em estudo elaborado por ele a pedido de todos os sindicatos de petroleiros do país, com o objetivo de avaliar as condições de segurança da Petrobras.

Segundo o pesquisador, acidentes como o ocorrido no último domingo na Repar (Refinaria Presidente Getúlio Vargas), em Araucária (PR), onde houve o derramamento de 4 milhões de litros de óleo cru em um rio local, seriam fatais se ocorressem em refinarias como a Revap.

Sevá Filho disse que a Revap apresenta uma série de fatores que contribuem para aumentar os riscos de acidentes.

Segundo ele, a Revap está em uma área urbana de São José dos Campos que é de altíssimo risco, pois metade dela é cercada por bairros _dois córregos que atravessam a refinaria passam depois pela área urbana. Há, ainda, a presença de várias propriedades rurais próximas à refinaria.

Os acidentes registrados na Revap, segundo a pesquisa, são uma mostra do quadro da situação dos dutos da Petrobras. "O duto perde espessura durante a vida útil, é corroído por dentro e por fora. Se ele está enterrado de meio metro a um metro, pode estar sendo atingido pela corrosão externa, como ocorreu em São José dos Campos, onde o duto estava corroído por fora", disse Sevá Filho.

No entanto o estudioso lembra que um dos maiores riscos nas tubulações de transporte de petróleo é a corrosão interna. "Com a corrosão interna e externa, o duto perde espessura. Como ele está sujeito a uma pressão muito grande, você nunca sabe onde a espessura vai diminuir."

"Nos dutos menores, em que são transportados os derivados escuros ou pesados do petróleo, como o que existe entre a Revap e a Teplan, o risco de corrosão é maior", disse.

Os riscos de acidentes são negados pela Revap. Segundo o gerente de comunicação da refinaria, Gérson Andrade, a empresa já recebeu prêmio de segurança da Petrobras e tem nível de risco "quase zero". A Revap investiu US$ 130 milhões em segurança e projetos ambientais desde que entrou em funcionamento, em 1981.

O líder dos petroleiros, Antonio Carlos Spis, disse que a Revap tem "riscos concretos" de sofrer um acidente como o que ocorreu na Repar, no Paraná, ou ainda mais grave, por estar localizada em uma área residencial e sem manutenção.

Colaborou Vânia Carvalho.

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