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14/07/2002 - 08h34

Especialistas criticam fazendeiros pela desertificação

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da Agência Folha

Para o diretor do Instituto de Geociências da Unicamp (Universidade Estadual de Campinas), Archimedes Perez, a devastação do cerrado no Centro-Oeste pela exploração indiscriminada da agropecuária se equipara à destruição da cobertura da Mata Atlântica no Sudeste a partir dos anos 30.

"Os efeitos do desmatamento que os produtores rurais vêm promovendo em Estados como Mato Grosso e Goiás, para plantação da soja, do trigo e para pastagem do gado, nos últimos 30 anos, são semelhantes aos provocados na Mata Atlântica, em São Paulo, durante o ciclo do café", disse Perez.

O diretor cita como exemplo a fazenda Babilônia, na divisa de Goiás e Mato Grosso, que passou de exemplo de produção agrícola na década de 70 a área desértica. "A susceptibilidade natural foi agravada pelo desmatamento e as erosões atingiram o nível do lençol freático."

Dos 1.516,73 km² de terra estudados pela pesquisa "Diagnóstico. Prognóstico e Controle de Erosões Lineares nos Estados do Mato Grosso e Goiás", antes ocupados pelo cerrado, apenas 517,4 km² correspondem à vegetação.

Somente em 1995, passou a vigorar a primeira legislação estadual sobre Meio Ambiente em Goiás. Segundo a Agência Ambiental, ligada à Secretaria Estadual de Meio Ambiente e Recursos Hídricos, a fiscalização está sendo ampliada com unidades móveis nas áreas críticas.

"Embora já tivéssemos o Código Ambiental e o começo de uma consciência ecológica desde os anos 80, o tema é ainda muito recente", afirmou a professora da UFG (Universidade Federal de Goiás), Selma Simões de Castro, coordenadora da pesquisa.

Segundo Selma, a falta de leis específicas, aliada à deficiência na fiscalização e na conscientização dos agropecuaristas ajuda a explicar o crescimento das erosões.

Ela também aponta programas de desenvolvimento, a exemplo do Polocento -criado na década de 70 pelo governo federal para estimular a agropecuária no Centro-Oeste- como responsáveis indiretos pelo avanço dos produtores pela área, por não respeitarem a potencialidade dos solos.
 

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