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17/07/2002 - 08h31

Comerciante pagava pedágio para não ter família sequestrada

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EDUARDO ATHAYDE
do Agora São Paulo

Um comerciante de São Paulo foi obrigado a dar dinheiro a um suposto integrante do PCC (Primeiro Comando da Capital) para não ter os filhos sequestrados. Milton Alexandre da Silva, 27, já havia entregue a Jeferson Amaral, R$ 5.000. A extorsão vinha ocorrendo há 15 dias.

Ontem, por volta das 15h, Silva, proprietário de uma loja de autopeças na Casa Verde, zona norte, levava Amaral, 24, a uma agência bancária para que o criminoso depositasse R$ 6.800. Silva foi obrigado a dar esse dinheiro a Amaral.

Entretanto, quando passavam pela rua Relíquia, na Casa Verde, policiais militares desconfiaram de que algo errado estava acontecendo e pediram para que o veículo, dirigido por Silva, parasse.

Logo após descer do carro, segundo a PM, Amaral sacou um revólver calibre 38 e passou a atirar contra os policiais. Houve revide e o bandido acabou atingido por dois tiros. Ele foi socorrido ao Pronto-Socorro Santana, mas não resistiu aos ferimentos e morreu.

O drama de Silva começou quando o criminoso ligou para a loja de autopeças e disse que precisava se encontrar com o comerciante. "Se eu me recusasse a ir ao local determinado, meus filhos seriam sequestrados ou mortos. O Amaral frequentava minha loja e já havia passado alguns cheques sem fundo", disse Silva.

Acuado, o comerciante foi ao local combinado com o bandido e lá foi informado por Amaral de que caso Silva não lhe entregasse R$ 5.000 todos os integrantes da família do dono da loja de autopeças seriam sequestrados. "Ele me disse o nome e o endereço da escola onde meus filhos estudam. Fiquei desesperado e paguei a quantia exigida. Mesmo com tamanha pressão em minhas costas não comentei absolutamente nada com a polícia e nem com os meus familiares", desabafou Silva.

Não satisfeito, Amaral voltou a ligar para o comerciante e pediu mais R$ 6.800. "Já tinha sacado o dinheiro e estava levando o bandido para que ele fizesse o depósito. Mas graças a Deus a PM apareceu e acabou com o meu sofrimento."

Segundo o sargento Lelces André Júnior, Amaral era um conhecido criminoso da Casa Verde e dizia ser do PCC (Primeiro Comando da Capital). "Outros dois membros do bando dele que ajudavam na extorsão estão foragidos", afirmou o PM.

Segundo o delegado plantonista do 13º DP (Casa Verde), Altair Antônio Joaquim, Silva pode entrar no "Programa de Proteção à Testemunha". "Se o delegado que presidir o inquérito achar necessário, a vítima vai receber proteção especial", afirmou.
 

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