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19/07/2002 - 09h19

Quevedo nega milagre e diz que santa na janela é reação química

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GIBA BERGAMIM JR.
do Agora São Paulo

"Não é milagre". A frase é do padre Oscar Quevedo, especialista em fenômenos paranormais, sobre a "imagem" de Nossa Senhora estampada na janela de uma casa.

Gilberto Marques/FI

Suposta imagem de santa
A residência do demolidor Antonio José Rosa, 38 anos, é desde o último domingo objeto de devoção, no bairro Jardim Juliana, em Ferraz de Vasconcelos (Grande SP). "É Nossa Senhora"; "Milagre"; "Estou vendo"; são essas as frases repetidas pela maioria das 27 mil pessoas que passaram, nos últimos quatro dias, para ver a suposta imagem da santa no vidro da janela da casa humilde, na rua Antonio Bernardino Corrêa, onde Rosa mora com a mulher e os filhos.

Ao chegar ontem à residência, padre Quevedo _um conhecido especialista em fenômenos paranormais_ olhou a imagem estampada no vidro, comparou com fotos de outros fenômenos semelhantes que levava consigo e, após conversar com familiares de Rosa, sentenciou: "A Igreja respeita e admira a devoção, mas dizer que isso é milagre, não podemos".

Ao comentar a suposta aparição, Quevedo citou um caso ocorrido nos Estados Unidos, quando, segundo ele, reações químicas causadas por um produto de limpeza formaram num prédio envidraçado um desenho que lembrava uma santa.

A mulher de Rosa, a dona-de-casa Ana Maria de Jesus, 32 anos, afirmou que costuma usar, há anos, sempre o mesmo produto (Jet Limp) para limpar os vidros da casa. "Nunca aconteceu isso", afirmou Ana, que acredita na aparição e se diz "católica praticante".

Segundo padre Quevedo, o único caso semelhante confirmado como milagre foi o de Nossa Senhora de Guadalupe, no século 16. Em dezembro de 1531, a imagem da santa ficou estampada no cobertor do beato Juan Diego, que será canonizado este ano. "Foi constatado que tudo era verdade", afirmou.

Questionado sobre o que sentiu ao ver a imagem na janela, o padre foi categórico: "Vi a imagem mal, muito pouco. Mas meu cérebro é treinado para não assimilar essas coisas, já que estudo isso há muito tempo".

Uma comissão formada por um teólogo, um físico, um químico e um psicólogo deve ser formada para avaliar o enigma, segundo a assessoria de imprensa da Diocese de Mogi das Cruzes, responsável por Ferraz de Vasconcelos. "A Igreja adota prudência e cautela em casos assim", disse o padre José Eduardo Ferreira.

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