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20/07/2002 - 20h06

Contrato de lixo de gestão PT em Araraquara está irregular, diz TCE

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da Folha de S.Paulo, em Ribeirão Preto

Um parecer técnico do TCE (Tribunal de Contas do Estado) concluiu que a concorrência pública e o contrato da Prefeitura de Araraquara com a empresa Leão & Leão Ltda. para os serviços de coleta de lixo e limpeza pública na cidade são irregulares. O documento, de 60 meses, tem um valor de R$ 39,8 milhões.

A licitação foi aberta no ano passado para escolher uma nova empresa para fazer o serviço. Sete recorreram ao TCE contra o edital. O órgão suspendeu o processo e, em seguida, determinou que fossem feitas alterações no documento.

O processo foi reiniciado em dezembro de 2001 e o contrato com a empresa foi assinado em 25 de fevereiro deste ano. O TCE continuou analisando o caso e o setor técnico do órgão concluiu que o edital, após as alterações, restringiu a competitividade.

Do total de 34 empresas que retiraram o edital, apenas duas depositaram a caução exigida e participaram do processo _Leão & Leão e Construrban, que tem como sócio um ex-funcionário de confiança durante a gestão petista de Luiza Erundina (1989-92). O atual prefeito de Araraquara, Edinho Silva, também é do PT.

A Construrban assinou seu primeiro contrato de coleta de lixo, em 1997, em Franca, pouco mais de três meses após a posse do também petista Gilmar Dominici na prefeitura. O contrato, feito sem licitação, foi prorrogado por duas vezes, o que já foi considerado irregular pelo TCE e pelo Ministério Público.

Já a Leão & Leão faz parte do grupo que foi o maior financiador da campanha do petista Antônio Palocci Filho para a Prefeitura de Ribeirão Preto, em 2000.

A empresa tem vários contratos sem licitação assinados com a administração de Ribeirão Preto, obtidos na gestão de Palocci. Na cidade, ela é responsável também pela coleta de lixo e pela operação do aterro sanitário.

No ano passado, Edinho Silva também contratou a Leão & Leão sem licitação para fazer a coleta de lixo na cidade.

De acordo com o TCE, os itens alterados do edital restringiram a competitividade da licitação: o valor da garantia exigida para participar do processo saltou de R$ 206 mil para R$ 410 mil e o valor do capital social mínimo da empresa subiu de R$ 2,1 milhões para R$ 4,2 milhões.

O órgão apresentou ainda outras irregularidades. Uma delas é que o valor total estimado do contrato saltou de R$ 20,1 milhões para R$ 41,7 milhões, mas no processo consta apenas uma planilha que demonstra um total de R$ 34,5 milhões.

Outro problema foi que a Leão & Leão apresentou um preço mensal de R$ 663,5 mil, acima do limite de 5% estabelecido pelo próprio edital em relação ao valor estimado, de R$ 574,9 mil.

"Qual dos dois valores prevalece para julgamento? O da planilha [que fala em R$ 574,9 mil por mês] ou do orçamento estimativo indicado no item 21 subitem 4 do edital [que aponta o total de R$ 41,7 milhões]?", questiona o TCE, em seu parecer publicado anteontem no "Diário Oficial" do Estado. O texto, assinado pelo conselheiro Fulvio Julião Biazzi, afirma também que o orçamento para o serviço foi superestimado "como vem ocorrendo em outros editais da administração de Araraquara já analisados".

O TCE deu um prazo de 30 dias para a prefeitura solucionar as irregularidades ou apresentar "justificativas cabíveis".
 

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