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24/07/2002 - 18h49

Protesto acaba em violência e 15 ônibus depredados em Maceió (AL)

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free-lance para a Agência Folha, em Maceió

O protesto de um grupo dissidente do Sindicato dos Rodoviários de Alagoas provocou hoje a reação violenta dos usuários do transporte urbano do conjunto Benedito Bentes, na periferia de Maceió. Cinco pessoas foram detidas e liberadas em seguida.

Pela manhã, depois de mais de três horas de espera nas filas no terminal de transbordo, os passageiros quebraram portões eletrônicos, catracas, televisões e cadeiras.

Também depredaram as instalações do posto de fiscalização da SMTT (Superintendência Municipal de Transporte e Trânsito) e 15 ônibus das empresas Piedade, Massayó e Cidade de Maceió, que têm as concessões para a exploração das linhas urbanas do Benedito Bentes.

O protesto só acabou com a intervenção do Batalhão de Operações Especiais da Policia Militar de Alagoas, que, utilizando de violência, prendeu cinco pessoas acusadas de participação nos atos de vandalismo.

Um grupo de moradores cercou e ameaçou invadir a delegacia do 8º distrito, que fica a 200 metros do local do protesto, para retirar o açougueiro Cristiano dos Santos, que teria sido arrastado pelos policiais para um carro do batalhão.

O Secretário de Defesa Social de Alagoas, Antônio Arecippo, prometeu liberar as cinco pessoas que foram detidas, o que resultou no fim das ameaças de invasão à delegacia e o retorno dos moradores ao terminal de transbordo do Benedito Bentes.

O líder comunitário do bairro, Israel dos Santos, protestou contra a violência dos policiais e responsabilizou a Prefeitura de Maceió pela reação violenta dos usuários do transporte coletivo.

"Nós já estamos cansados de dizer à prefeita que ninguém aguenta mais as longas filas no terminal. A prefeita Kátia Born (PSB) sabe que essa região é um barril de pólvora, que vai explodir a qualquer momento."

Acusado de não ter respaldo jurídico para comandar o Sindicato dos Rodoviários, que vem sendo disputado por três facções sindicais, o sindicalista Divanildo Ramos disse que o protesto dos trabalhadores foi uma reação à falta de interesse da SMTT.

A superintendência não estaria abrindo as negociações referentes à implantação do acordo coletivo dos rodoviários. Também estariam pendentes decisões sobre salários atrasados, suspensão do ticket alimentação e cobranças de multas irregulares a motoristas e cobradores.

O superintendente da SMTT, José Sangremann Lessa, disse que o sindicalista Divanildo Ramos não é representante do Sindicato dos Rodoviários na negociação do acordo coletivo. De acordo com Sangremann, o grupo liderado por Ramos vem afirmando que haverá reajuste do preço das passagens do sistema de transporte urbano depois das eleições.

"Eles falam em reajuste da passagem, mas a prefeita Kátia Born já anunciou que não vai autorizar nenhum reajuste."
 

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