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Defesa Civil eleva nível de desastre natural causado pela enchente no Amazonas
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KÁTIA BRASIL
da Agência Folha, em Manaus
A Defesa Civil do Amazonas classificou nesta quinta-feira como um desastre natural de nível 3, que significa de grande intensidade, a enchente que atinge há dois meses a bacia amazônica. De acordo com o órgão, o desastre só será suportável e superável se a população estiver preparada.
"Mas a realidade dos municípios é outra. Eles estão despreparados para atuar neste cenário", diz o subsecretário da Defesa Civil, coronel Roberto Rocha.
O governo do Amazonas decretou situação de emergência nos 62 municípios, mas as prefeituras, segundo Rocha, não têm poder de enfrentar o desastre. "As prefeituras não têm mais um suporte de atendimento e enfrentamento do desastre, que necessita de medidas concretas e preventivas do Estado para voltar à normalidade social", afirma.
Cidades como Anamã e Barreirinha estão com 90% das ruas submersas.
Segundo o IBGE, a população do Amazonas é de 3,2 milhões de habitantes. A Defesa Civil diz que 34 mil famílias foram atingidas pela enchente dos rios Solimões, Juruá, Purus, Madeira, Negro e Amazonas --20 mil foram ou estão sendo removidas de suas casas. O governo estadual disponibilizou recursos de R$ 6 milhões para ajuda humanitária.
Nesta quinta-feira, o presidente do Serviço Geológico do Brasil, Agamenon Dantas, divulgou, em Manaus, o segundo alerta de cheia e manteve a previsão de uma enchente recorde até junho, mês em que o nível das águas dos rios começa a descer.
O rio Negro, que banha Manaus, poderá alcançar a cota de 29,95 m. Em 1953, ano da maior cheia da história, o nível do rio chegou a 29,69 m.
Mais um alerta será divulgado em maio. "Os alertas servem para que a sociedade e os governos se preparem para os efeitos do evento", disse Dantas.
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