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08/08/2002 - 11h18

Dupla invade o cemitério, faz reféns e rouba cabeça de morto

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do Agora

Dois homens obrigaram na última terça-feira um guarda e três funcionários do cemitério de Itapevi (Grande SP) a cortarem a cabeça de Waldemar Rodrigues Filho, o Zé Galinha, morto há 10 dias.

A cabeça do cadáver foi abandonada na rua Cesário de Abreu, a cerca de um quilômetro no cemitério. Segundo a polícia, Zé Galinha, 29 anos, possuía duas passagens por homicídio e era suspeito de atuar como matador de criminosos, principalmente no Jardim Julieta, periferia de Itapevi. "Ele era um matador de aluguel, desses pés-de-pato difíceis de serem presos, era ligeiro mesmo", disse um policial da cidade.

Os bandidos disseram às vítimas que Zé Galinha havia matado um amigo deles. "Viemos buscar a cabeça de um pilantra", afirmaram. Ele havia sido morto com cinco tiros na madrugada do dia 28 de julho.

Armada com um revólver, a dupla rendeu inicialmente três funcionários do Cemitério Municipal, às 23h de anteontem, na entrada do prédio do velório: um coveiro, um motorista e seu ajudante.

Em seguida, entraram na cozinha e abordaram um guarda civil municipal e uma servente, encarregada de preparar os cafezinhos dos velórios. Os guardas do município não andam armados.

"Queremos a cabeça do Zé Galinha", disseram os criminosos. Eles usaram as chaves dos funcionários para passar pelo portão do cemitério e, orientados pelo porteiro, chegaram ao local onde Rodrigues Filho estava enterrado, no jazigo de sua família. O túmulo ainda tinha vasos de flores.

Um dos criminosos encostou o revólver na cabeça da servente e ameaçou matá-la se não fizessem o que ele mandava. Usando ferramentas do próprio cemitério, o guarda e os três funcionários arrebentaram o túmulo.

Depois que retiraram o cadáver, foram obrigados a decepá-lo. Tentaram com uma pá. Como não conseguiram, usaram facão e serrote. A poucos metros, havia um pórtico com a inscrição "O que hoje sou amanhã serás".

Os bandidos colocaram a cabeça num saco plástico e disseram que trancariam as vítimas dentro do jazigo. "Conversamos com eles, e conseguimos que mudassem de idéia", contou, aliviado, o guarda. Toda a ação durou quase duas horas.

Na fuga, a dupla levou um distintivo do GCM, roubou R$ 20 dele e quebrou os orelhões na entrada do cemitério, para evitar que reforços policiais fossem acionados. Segundo as testemunhas do crime macabro, eles aparentavam cerca de 25 anos e eram morenos.

Por volta da 1h30, policiais militares encontraram a cabeça caída em frente ao número 723 da rua Cesário de Abreu, no bairro dos Abreus.

O crime chocou os policiais da cidade. "É um caso inédito", disse a delegada Maria José Duarte Adad, plantonista do DP de Itapevi.

Ela registrou o Boletim de Ocorrência como subtração de partes de cadáver, constrangimento ilegal e roubo. Após a perícia do Instituto de Criminalística de Itapevi, a cabeça e o resto do corpo de Zé Galinha foram devolvidos ao jazigo e enterrados novamente. Isso tudo sob o olhar atento dos frequentadores do cemitério.
 

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