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25/08/2002
-
00h46
da Folha Online
A Rede Globo divulgou na noite deste sábado, durante a exibição do "Jornal Nacional", um comunicado sobre o "suposto" desaparecimento de Carlos Alberto Carvalho, editor de imagens do programa Esporte Espetacular. A emissora lamentou o fato e pediu "desculpas pelo transtornos causados pelo seu funcionário".
Ainda segundo a nota, a Globo vai oferecer tratamento médico, psiquiátrico e de desintoxicação para o funcionário.
Depois de exibir a reportagem sobre o caso, na qual a polícia carioca afirma ter provas de que Carvalho não foi sequestrado, a jornalista Sandra Annemberg, uma das apresentadoras do telejornal leu a seguinte nota:
"A TV Globo aplaude o trabalho feito pela polícia e lamenta profundamente o ocorrido e os transtornos provocados pelo seu funcionário.
Fica, no entanto, aliviada com duas coisas: em primeiro lugar com o retorno, com vida e em segurança, de Carlos Alberto, a quem, à despeito das faltas graves, oferecerá tratamento médico, psiquiátrico e de desintoxicação.
E, em segundo lugar, com os indícios que levam a polícia a acreditar que também foi falso o sequestro de outubro, que serviu para que alguns mal-intencionados tentassem promover uma campanha contra a TV Globo, especialmente após a morte brutal do nosso colega Tim Lopes. A verdade sempre vence no final".
O caso
Carvalho estava desaparecido desde a quinta-feira passada. Ele teria passado os dias em um hotel da zona sul da cidade e, ontem pela manhã, voltou para casa. Ele não foi sequestrado e nem estava em poder de assaltantes.
A polícia monitorava a movimentação da conta bancária de Carvalho e, por meio de imagens de circuito de TV de duas agências, foi revelado que ele mesmo fazia saques em companhia de outra pessoa.
O chefe de Polícia Civil, Zaqueu Teixeira, disse que Carvalho será indiciado por suposta falsa comunicação de crime. Esse procedimento é crime previsto no Código Penal, com pela de um a seis meses de detenção.
Foi a terceira vez que o editor "desapareceu". Segundo comunicado da Rede Globo, na primeira vez ele foi vítima de um sequestro relâmpago. Na segunda, de acordo com seu relato, foi sequestrado quando saía da emissora e levado para a favela da Rocinha. Carvalho disse que, no local, traficantes perguntaram os nomes dos participantes da reportagem "Feirão das Drogas", na qual foram mostradas cenas de traficantes vendendo drogas nas favelas.
Na sexta-feira, a família do editor faltou aos depoimentos marcados pela Polícia Civil. Os depoimentos de Sylvia Helena de Carvalho Arcuri (irmã), Elenice de Carvalho (mãe) e Ivo de Carvalho (pai) estavam marcados para as 14h na 15ª DP, na Gávea (zona sul).
Sylvia disse que não compareceu à delegacia porque não tinha informações que poderiam ajudar nas investigações.
Rede Globo pede desculpas pelo "suposto sequestro" de jornalista
MÁRCIO DINIZda Folha Online
A Rede Globo divulgou na noite deste sábado, durante a exibição do "Jornal Nacional", um comunicado sobre o "suposto" desaparecimento de Carlos Alberto Carvalho, editor de imagens do programa Esporte Espetacular. A emissora lamentou o fato e pediu "desculpas pelo transtornos causados pelo seu funcionário".
Ainda segundo a nota, a Globo vai oferecer tratamento médico, psiquiátrico e de desintoxicação para o funcionário.
Depois de exibir a reportagem sobre o caso, na qual a polícia carioca afirma ter provas de que Carvalho não foi sequestrado, a jornalista Sandra Annemberg, uma das apresentadoras do telejornal leu a seguinte nota:
"A TV Globo aplaude o trabalho feito pela polícia e lamenta profundamente o ocorrido e os transtornos provocados pelo seu funcionário.
Fica, no entanto, aliviada com duas coisas: em primeiro lugar com o retorno, com vida e em segurança, de Carlos Alberto, a quem, à despeito das faltas graves, oferecerá tratamento médico, psiquiátrico e de desintoxicação.
E, em segundo lugar, com os indícios que levam a polícia a acreditar que também foi falso o sequestro de outubro, que serviu para que alguns mal-intencionados tentassem promover uma campanha contra a TV Globo, especialmente após a morte brutal do nosso colega Tim Lopes. A verdade sempre vence no final".
O caso
Carvalho estava desaparecido desde a quinta-feira passada. Ele teria passado os dias em um hotel da zona sul da cidade e, ontem pela manhã, voltou para casa. Ele não foi sequestrado e nem estava em poder de assaltantes.
A polícia monitorava a movimentação da conta bancária de Carvalho e, por meio de imagens de circuito de TV de duas agências, foi revelado que ele mesmo fazia saques em companhia de outra pessoa.
O chefe de Polícia Civil, Zaqueu Teixeira, disse que Carvalho será indiciado por suposta falsa comunicação de crime. Esse procedimento é crime previsto no Código Penal, com pela de um a seis meses de detenção.
Foi a terceira vez que o editor "desapareceu". Segundo comunicado da Rede Globo, na primeira vez ele foi vítima de um sequestro relâmpago. Na segunda, de acordo com seu relato, foi sequestrado quando saía da emissora e levado para a favela da Rocinha. Carvalho disse que, no local, traficantes perguntaram os nomes dos participantes da reportagem "Feirão das Drogas", na qual foram mostradas cenas de traficantes vendendo drogas nas favelas.
Na sexta-feira, a família do editor faltou aos depoimentos marcados pela Polícia Civil. Os depoimentos de Sylvia Helena de Carvalho Arcuri (irmã), Elenice de Carvalho (mãe) e Ivo de Carvalho (pai) estavam marcados para as 14h na 15ª DP, na Gávea (zona sul).
Sylvia disse que não compareceu à delegacia porque não tinha informações que poderiam ajudar nas investigações.
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