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27/08/2002
-
12h49
O Ministério Público de São Carlos determinou a abertura de um inquérito policial para apurar a possível formação de quadrilha entre servidores públicos e empresários para fraudar licitações para a compra de merenda escolar da prefeitura de 1997 a 2000.
Uma sindicância interna da prefeitura, realizada pela atual administração, apontou o envolvimento de 11 pessoas, entre elas o ex-prefeito Dagnone de Melo (PTB) e três secretários municipais. No total, teriam sido desviados, de acordo com a comissão de sindicância, R$ 4 milhões.
O relatório da comissão foi entregue ao Ministério Público e o promotor Mário José Corrêa de Paula encaminhou ofício à Delegacia Seccional pedindo que o caso seja investigado. "Há indícios fortes de terem havido os crimes de fraude à licitação e formação de quadrilha, mas não está bem claro quem teria participado", afirmou o promotor.
De acordo com ele, os documentos entregues pela prefeitura apontam indícios de participação de funcionários dos setores de licitações e compras e de empresários que forneciam produtos para a administração. "Não temos ainda indícios da participação efetiva do ex-prefeito", disse.
Segundo o relatório da comissão de sindicância, as empresas que participavam do esquema de desvio de dinheiro público são fantasmas, "de fachada" (inativas), "clonadas" (documento de empresas regulares são usados por empresas inexistentes) e de laranjas, geralmente controladas por uma única pessoa.
Um exemplo é o proprietário da Casa de Carnes Continental, Ivan Ciarlo, que recebia pessoalmente os cheques pagos pela prefeitura a quatro empresas. De 35 licitações analisadas, 20 apresentaram pelo menos uma irregularidade.
O esquema, segundo a prefeitura, seria o mesmo encontrado na Prefeitura de Ribeirão Bonito na gestão do ex-prefeito Antônio Sérgio Mello Buzzá (PMDB).
Dagnone de Melo negou envolvimento com o caso e disse que, se houve irregularidade, ela ocorreu fora da prefeitura.
Outro lado
O ex-prefeito de São Carlos Dagnone de Melo (PTB) negou ontem que tenha envolvimento com irregularidades em sua administração, mas afirmou que o promotor Mário José Corrêa de Paula adotou a medida correta ao pedir a instauração de inquérito policial para apurar o caso.
"O promotor está fazendo o que deve ser feito. Ele quer que sejam indiciados os que foram beneficiados pela fraude. Eu não sei se houve fraude, ele [o atual prefeito, Newton Lima] que está dizendo, mas se houve foi fora da prefeitura. Eu não serei investigado nesse processo", afirmou o ex-prefeito.
Melo disse que todos os produtos comprados no período foram entregues. "Onde há formação de quadrilha?", questionou.
Os demais envolvidos no caso não foram localizados ontem pela Folha.
Promotor manda polícia investigar desvio de R$ 4 milhões em São Carlos
da Folha RibeirãoO Ministério Público de São Carlos determinou a abertura de um inquérito policial para apurar a possível formação de quadrilha entre servidores públicos e empresários para fraudar licitações para a compra de merenda escolar da prefeitura de 1997 a 2000.
Uma sindicância interna da prefeitura, realizada pela atual administração, apontou o envolvimento de 11 pessoas, entre elas o ex-prefeito Dagnone de Melo (PTB) e três secretários municipais. No total, teriam sido desviados, de acordo com a comissão de sindicância, R$ 4 milhões.
O relatório da comissão foi entregue ao Ministério Público e o promotor Mário José Corrêa de Paula encaminhou ofício à Delegacia Seccional pedindo que o caso seja investigado. "Há indícios fortes de terem havido os crimes de fraude à licitação e formação de quadrilha, mas não está bem claro quem teria participado", afirmou o promotor.
De acordo com ele, os documentos entregues pela prefeitura apontam indícios de participação de funcionários dos setores de licitações e compras e de empresários que forneciam produtos para a administração. "Não temos ainda indícios da participação efetiva do ex-prefeito", disse.
Segundo o relatório da comissão de sindicância, as empresas que participavam do esquema de desvio de dinheiro público são fantasmas, "de fachada" (inativas), "clonadas" (documento de empresas regulares são usados por empresas inexistentes) e de laranjas, geralmente controladas por uma única pessoa.
Um exemplo é o proprietário da Casa de Carnes Continental, Ivan Ciarlo, que recebia pessoalmente os cheques pagos pela prefeitura a quatro empresas. De 35 licitações analisadas, 20 apresentaram pelo menos uma irregularidade.
O esquema, segundo a prefeitura, seria o mesmo encontrado na Prefeitura de Ribeirão Bonito na gestão do ex-prefeito Antônio Sérgio Mello Buzzá (PMDB).
Dagnone de Melo negou envolvimento com o caso e disse que, se houve irregularidade, ela ocorreu fora da prefeitura.
Outro lado
O ex-prefeito de São Carlos Dagnone de Melo (PTB) negou ontem que tenha envolvimento com irregularidades em sua administração, mas afirmou que o promotor Mário José Corrêa de Paula adotou a medida correta ao pedir a instauração de inquérito policial para apurar o caso.
"O promotor está fazendo o que deve ser feito. Ele quer que sejam indiciados os que foram beneficiados pela fraude. Eu não sei se houve fraude, ele [o atual prefeito, Newton Lima] que está dizendo, mas se houve foi fora da prefeitura. Eu não serei investigado nesse processo", afirmou o ex-prefeito.
Melo disse que todos os produtos comprados no período foram entregues. "Onde há formação de quadrilha?", questionou.
Os demais envolvidos no caso não foram localizados ontem pela Folha.
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