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27/08/2002 - 14h23

Greve ameaça abastecimento de gasolina de São José dos Campos

da Folha Vale

Cerca de 300 caminhoneiros do transporte de combustíveis para as cidades do Vale do Paraíba, litoral norte do Estado e sul de Minas Gerais aderiram à greve nacional da categoria, o que pode afetar o abastecimento nos postos da região a partir de hoje.

Desde as 5h de ontem, cerca de 30 caminhões estão parados em frente à Revap (Refinaria Henrique Lage), em São José dos Campos. Os demais ficaram em casa.

Os motoristas que estão na refinaria fazem parte dos cerca de cem caminhões que deveriam ser abastecidos ontem na Revap.

Os caminhoneiros que tentaram entrar na refinaria foram impedidos de carregar pelos sindicalistas, que realizaram piquetes.

Segundo o gerente de comercialização da refinaria, Paulo Neves, cerca de três milhões de litros de gasolina, óleo diesel e asfalto deixaram de ser retirados ontem da Revap pelos caminhões.

A greve nacional, que começou à meia-noite de ontem, reivindica redução no preço do óleo diesel, liberação da cobrança de pedágio para cargas transportadas à noite, criação de uma tabela estadual de preços de fretes e mais segurança para os motoristas nas estradas.

Apesar da greve, a direção da refinaria garante que o abastecimento da região não será afetado.

Embora a Revap garanta que não deve faltar combustível na região, o presidente do Sincopetro (Sindicato dos Comerciantes de Petróleo) do Vale e litoral, Dirceu Augusto, acredita que parte dos postos de combustíveis da região deve começar o dia de hoje sem o produto nas bombas.

"Os postos recebem combustível na segunda-feira. Sem as entregas de hoje [ontem], vai faltar produto", disse Augusto.

Coordenação

A MUBC (Movimento União Brasil Caminhoneiro), que coordena a paralisação, quer que o governo reduza em 30% o valor do litro do óleo diesel.

Nos postos do Vale e litoral, o preço do combustível varia entre R$ 0,97 e R$ 1,13 o litro.

De acordo com o presidente da MUBC, Nélio Botelho, outra reivindicação da categoria é que as concessionárias das rodovias do país liberem a cobrança das tarifas de pedágio a partir das 18h. As taxas voltariam a ser pagas após as 6h.

Segundo Botelho, uma carreta com cinco eixos paga R$ 98 de pedágio para percorrer os 402 quilômetros da via Dutra entre o Rio de Janeiro e São Paulo.

"Em muitos casos o valor pago com pedágios e combustível compromete cerca de 50% do valor do frete", disse o presidente da entidade. A paralisação, segundo o MUBC, deve permanecer por tempo indeterminado.

Há três anos, os caminhoneiros paralisaram por três dias as principais rodovias do país.

Além dos transportadores de combustíveis, a paralisação teve a adesão de aproximadamente 70% dos 3.000 caminhoneiros que transportam veículos das montadoras do país.

Segundo o presidente do Sindicato Nacional dos Cegonheiros, Aliberto Alves, cerca de 550 veículos deixaram de ser transportados da Volkswagen e da General Motors para concessionárias devido à paralisação iniciada pelos caminhoneiros.

De acordo com Alves, o único trabalho realizado pelos motoristas ontem foi o transporte dos carros da linha de produção para os pátios internos das montadoras.

Movimento

A assessoria de imprensa da NovaDutra, concessionária que administra a via Dutra (BR-116), informou ontem à reportagem da Folha que as paralisações não afetaram o movimento e a arrecadação dos pedágios.

Segundo a NovaDutra, os caminhões correspondem a cerca de 45% dos 90 mil veículos que trafegam diariamente pela principal estrada do país.
 

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