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30/08/2002 - 08h11

Polícia tem suspeitos no caso do maníaco de Guarulhos

GIBA BERGAMIM JR.
do Agora São Paulo

A Polícia Civil de Guarulhos, na Grande São Paulo, diz ter suspeitos de ser o estrangulador de seis garotas no município. O maníaco já é motivo de terror na cidade.

Segundo o delegado do 9º DP de Guarulhos, José Umberto Xavier, dois homens foram detidos ontem, mas não foram reconhecidos pelas duas sobreviventes a ataques do estrangulador. Ontem, a Secretaria de Estado de Segurança Pública divulgou um novo retrato falado do estrangulador _o anterior havia sido feito pela DDM (Delegacia de Defesa da Mulher), no ano passado. Hoje haverá uma reunião de delegados na Delegacia Seccional de Guarulhos para discutir o caso.

Além do 9º DP, acompanham as investigações a DDM e a Polícia Militar. Em todos os assassinatos, após estrangular as vítimas com um pedaço de pano ou roupas e às vezes estuprá-las, o assassino realiza furtos _o que, segundo a polícia, seria um "souvenir macabro". Ele rouba uma TV, videocassete ou aparelho de som.

Enquanto o estrangulador é caçado pela polícia, parentes de garotas assassinadas choram e clamam por justiça, e moradores dos bairros onde ocorreram os assassinatos sentem-se aterrorizados.

"Meu portão está sempre trancado e os cachorros ficam soltos o tempo todo. Ninguém aqui na rua abre porta para pessoas que queiram ver a água [fazer a leitura do hidrômetro]", disse Andrea Rodrigues, 27 anos, que mora na mesma rua de uma das vítimas no Jardim Flórida _trata-se de Cleonice da Silva Martins, a última vítima do maníaco (o truque de leitura da água já teria sido usado pelo maníaco para entrar nas casas de vítimas).

A garota, de 25 anos, foi achada pelo marido Alexandre Gomes Martins, 28 anos, estrangulada com um pano de prato. Estava com o short abaixado. Martins encontrou a mulher na cama do casal no último dia 19. Ao ver o corpo, saiu desesperado à rua pedindo para usar o telefone de alguém para chamar a polícia. "Eu mesma chamei", disse Andréa. Após o assassinato, o criminoso furtou o telefone fixo da vítima e o videocassete.

Cleonice foi enterrada em Minas Gerais. "Tiraram um pedaço da minha vida. Era uma mulher batalhadora e estava fazendo tratamento para engravidar. No dia seguinte ao crime ela faria exames", disse Martins ao Agora.

"Evito até olhar pela janela. Quando chega alguém na porta de casa, não atendo de jeito nenhum". A declaração é de Janaína de Lima, 18 anos, vizinha de Eleonilda da Silva Lira, 13 anos, a Lidinha, morta no último dia 2 de maio. "Eu adorava a Lidinha e sempre estava com ela. Tinha medo que acontecesse algo, pois às vezes ela ficava em casa só", disse Janaína, que mora no Jardim São Domingos.

"Moro sozinha com a minha mãe. Imagine o medo que estamos vivendo. Uma pessoa tão próxima da gente foi morta dessa maneira", declarou Thaila Dias de Andrade, também da rua de Lidinha.
 

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