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16/06/2009 - 10h38

Vigilância Sanitária fecha clínica em Guarulhos (SP) onde mulher morreu após lipo

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BRUNO RIBEIRO
do Agora

A Vigilância Sanitária de Guarulhos (Grande São Paulo) interditou na tarde de segunda-feira (15) a Policlínica Vila Galvão, local onde a dona de casa Maria Aparecida dos Santos Eugênio, 29, morreu após fazer uma lipoaspiração.

Além disso, o alvará de atendimento clinico (consultas e exames) não foi renovado neste ano, segundo a gestão, porque ela fazia serviços --como endoscopia e raio X-- "sem a devida adequação".

A clínica já havia sido autuada duas vezes neste ano por ampliar de forma irregular suas instalações. A prefeitura disse ainda que, em 17 de abril, depois da segunda autuação, a clínica pediu um laudo para funcionar, que ainda não havia sido emitido.

"Sendo o laudo um pré-requisito para autorização de funcionamento, e como este [o laudo] não faz referência aos procedimentos cirúrgicos que se pretendia realizar no espaço, fiscais da Vigilância Sanitária retornaram ao local nesta segunda-feira [ontem] e interditaram a policlínica", afirma a nota da prefeitura.

Fila de pacientes

A clínica esteve fechada ontem durante toda a manhã. Abriu às 14h, pouco antes de uma fila de pacientes se formar na entrada. A maioria sabia do ocorrido, mas disse que estava com exames e consultas marcadas e pagas e que, portanto, não iria embora. Os fiscais chegaram às 14h30.

Segundo pacientes que tiveram consultas suspensas, a clínica não disse que o cancelamento ocorreu por conta da interdição. "Eles falaram que o oftalmologista estava atrasado. Decidi esperar por 40 minutos até desistir e pegar meu dinheiro de volta", disse a advogada aposentada Valéria Almeida, 50 anos, que havia marcado consulta para a mãe dela, a dona de casa Maria Massaro, 81. Elas haviam dado R$ 60 pela consulta.

Maria Aparecida dos Santos Eugênio morreu na tarde de sexta. Ela havia se internado naquela manhã para a lipo. Tinha 1,60 m e pesava 55 kg, segundo a família. A declaração de óbito diz que ela teve hemorragia aguda traumática causada por agente perfurante. O primo de Maria Aparecida, Unaldo Santos, 52, vereador de Guarulhos, disse que pedirá indenização.

O primo disse que Maria Aparecida já havia feito uma lipo, há cinco anos, em outro centro médico. Agora, segundo ele, ela pagou R$ 4.000 pela cirurgia. Soube da clínica ao pegar um panfleto na rua.

O Conselho Regional de Medicina de São Paulo abriu sindicância sobre o caso. Se for comprovado o erro médico, os responsáveis podem sofrer cinco tipos de punição, que vão de advertência a expulsão da profissão.

Outro lado

O advogado da Policlínica Vila Galvão, Marco Antonio Arantes de Paiva, disse ontem que a empresa recorrerá da interdição "em nível superior e até no Judiciário".

O advogado se recusou a dar detalhes sobre a morte de Maria Aparecida. Disse que o caso está sendo apurado e prometeu que o médico que fez a cirurgia nela, Ricardo Saraiva Marquez, 36, dará entrevista hoje sobre o caso.

Entretanto, Paiva negou que a clínica não tivesse condições de socorrer pacientes. Afirmou que, no dia da morte de Maria Aparecida, a ambulância de resgate (pública) foi chamada para uma assistência "melhor".

Segundo o advogado, a interdição não tem ligação nenhuma com a morte de Maria Aparecida. "A interdição é para adequação sanitária. Não tem nada a ver com a morte. Nem o local onde eventualmente ocorreu a morte teve qualquer restrição da vigilância", disse.

 

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