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12/09/2002
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07h06
O Ministério da Justiça anunciou que está disposto a liberar recursos federais para a reconstrução do presídio de segurança máxima Bangu 1, parcialmente destruído ontem em uma rebelião, e vai discutir a transferência do traficante Luiz Fernando da Costa, o Fernandinho Beira-Mar, para outra penitenciária.
A Folha apurou que, na avaliação do governo federal, a melhor solução seria transferir o traficante para fora do Rio de Janeiro, numa tentativa de isolar o traficante de seus comandados no Estado.
O secretário nacional da Segurança Pública, José Vicente da Silva Filho, e o secretário nacional da Justiça, Antônio Rodrigues de Freitas Júnior, viajaram ontem à noite para o Rio de Janeiro, onde irão se reunir com autoridades do Estado. Os secretários, no entanto, deixaram claro que a questão é do governo estadual.
"Todas as soluções para a crise estão ao alcance do governo do Estado", disse Silva Filho.
O secretário não informou o valor que seria liberado para a reconstrução de Bangu 1.
Beira-Mar foi transferido para Bangu 1 em 26 de abril deste ano, após permanecer cerca de um ano preso na Superintendência da Polícia Federal em Brasília. A Secretaria da Segurança Pública do Rio, à época, não queria assumir a custódia do criminoso.
O juiz da Vara de Execuções Penais do Distrito Federal, Eduardo Henrique Rosas, autor do pedido de transferência de Beira-Mar, disse que no primeiro semestre deste ano havia sido avisado pelo superintendente da PF na época de que a carceragem não tinha condições de segurança para abrigar o traficante.
Segundo Rosas, a PF temia que Beira-Mar fosse resgatado em uma operação conjunta entre as organizações criminosas CV (Comando Vermelho) e o PCC (Primeiro Comando da Capital), liderado pelo assaltante Marco Camacho, o Marcola, que também estava preso na carceragem da PF.
"Ele [Beira-Mar] não é preso nosso. Ele não responde por crime nem na Justiça comum do Distrito Federal nem na federal. O Rio de Janeiro tem que cuidar dos presos dele. Cabe ao Estado em que ele foi condenado resolver o problema", disse o juiz.
O secretário de Estado dos Direitos Humanos, Paulo Sérgio Pinheiro, atribuiu a situação dos presídios no Rio de Janeiro a uma "herança maldita", acumulada durante mais de 20 anos por governos que deixaram o crime organizado se instalar.
"As administrações passadas no governo do Rio deixaram espaço para o tráfico dentro dos presídios", disse Pinheiro.
FHC
O presidente Fernando Henrique Cardoso apoiou a decisão do governo do Rio de invadir o presídio Bangu 1, se fosse necessário para acabar com a rebelião.
Em conversa telefônica, por volta das 17h, com a governadora Benedita da Silva (PT), no final da tarde de ontem, FHC apoiou a medida. No gabinete do presidente, estava o ministro Paulo de Tarso Ribeiro (Justiça).
Segundo o porta-voz da Presidência, Alexandre Parola, Benedita disse a FHC que "não lhe restava outra alternativa".
Ministério da Justiça estuda transferir Beira-Mar
da Folha de S.Paulo, em BrasíliaO Ministério da Justiça anunciou que está disposto a liberar recursos federais para a reconstrução do presídio de segurança máxima Bangu 1, parcialmente destruído ontem em uma rebelião, e vai discutir a transferência do traficante Luiz Fernando da Costa, o Fernandinho Beira-Mar, para outra penitenciária.
A Folha apurou que, na avaliação do governo federal, a melhor solução seria transferir o traficante para fora do Rio de Janeiro, numa tentativa de isolar o traficante de seus comandados no Estado.
O secretário nacional da Segurança Pública, José Vicente da Silva Filho, e o secretário nacional da Justiça, Antônio Rodrigues de Freitas Júnior, viajaram ontem à noite para o Rio de Janeiro, onde irão se reunir com autoridades do Estado. Os secretários, no entanto, deixaram claro que a questão é do governo estadual.
"Todas as soluções para a crise estão ao alcance do governo do Estado", disse Silva Filho.
O secretário não informou o valor que seria liberado para a reconstrução de Bangu 1.
Beira-Mar foi transferido para Bangu 1 em 26 de abril deste ano, após permanecer cerca de um ano preso na Superintendência da Polícia Federal em Brasília. A Secretaria da Segurança Pública do Rio, à época, não queria assumir a custódia do criminoso.
O juiz da Vara de Execuções Penais do Distrito Federal, Eduardo Henrique Rosas, autor do pedido de transferência de Beira-Mar, disse que no primeiro semestre deste ano havia sido avisado pelo superintendente da PF na época de que a carceragem não tinha condições de segurança para abrigar o traficante.
Segundo Rosas, a PF temia que Beira-Mar fosse resgatado em uma operação conjunta entre as organizações criminosas CV (Comando Vermelho) e o PCC (Primeiro Comando da Capital), liderado pelo assaltante Marco Camacho, o Marcola, que também estava preso na carceragem da PF.
"Ele [Beira-Mar] não é preso nosso. Ele não responde por crime nem na Justiça comum do Distrito Federal nem na federal. O Rio de Janeiro tem que cuidar dos presos dele. Cabe ao Estado em que ele foi condenado resolver o problema", disse o juiz.
O secretário de Estado dos Direitos Humanos, Paulo Sérgio Pinheiro, atribuiu a situação dos presídios no Rio de Janeiro a uma "herança maldita", acumulada durante mais de 20 anos por governos que deixaram o crime organizado se instalar.
"As administrações passadas no governo do Rio deixaram espaço para o tráfico dentro dos presídios", disse Pinheiro.
FHC
O presidente Fernando Henrique Cardoso apoiou a decisão do governo do Rio de invadir o presídio Bangu 1, se fosse necessário para acabar com a rebelião.
Em conversa telefônica, por volta das 17h, com a governadora Benedita da Silva (PT), no final da tarde de ontem, FHC apoiou a medida. No gabinete do presidente, estava o ministro Paulo de Tarso Ribeiro (Justiça).
Segundo o porta-voz da Presidência, Alexandre Parola, Benedita disse a FHC que "não lhe restava outra alternativa".
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