Publicidade
Publicidade
27/07/2000
-
20h02
da Folha de S.Paulo
As casinhas de madeira para cachorros, bonecas ou parques infantis voltaram a aparecer ontem embaixo do viaduto do Ceagesp, na marginal Pinheiros (zona noroeste de SP). Cerca de 20 estavam expostas.
"Foram as que nós escondemos ontem", disse José Manoel da Silva, 26. "O almoço hoje foi 'embaçado'. Tem gente esperando vender uma casinha para comprar comida", afirmou.
Algumas mulheres que moram no viaduto foram ao cadeião de Pinheiros pedir restos de comida dos presos. "Consegui arroz, macarrão e uns pedaços de frango, mas não tenho leite para dar ao meu filho", disse Nilda Paula dos Santos, 24.
Além da comida do cadeião, os moradores do viaduto do Ceagesp receberam cestas básicas de pessoas que passaram no local e pedaços de carne, dados por um açougue. "Se não fosse isso, muita gente estaria com fome", afirmou Silva.
"Tinha R$ 2 em casa. Deu para comprar meio quilo de frango", afirmou Maria de Fátima da Conceição, 27. Com o que comprou, ela fez almoço para três adultos.
Sem madeira, pregos e com muitas das ferramentas quebradas, depois do confisco de anteontem, os moradores estão decididos: vão voltar a fabricar casinhas.
"Não temos outra opção", disse José dos Santos, 32, que é uma espécie de representante da comunidade. "É isso ou roubar", afirmou Sônia Constantino da Silva, 30.
Hoje pela manhã, três moradores estiveram na Administração Regional da Lapa, onde estavam guardadas as peças de madeira que foram confiscadas.
Foram informados de que só poderiam tê-las de volta se tivessem um terreno para guardá-las e providenciassem o transporte de volta.
"Não sabemos para onde vamos levar tudo", disse Antonio Barreto, um dos que foram à regional. "Se não temos dinheiro nem para comer, como vamos pagar o transporte?"
"Na hora de levar tudo o que é nosso, eles arrumaram um monte de caminhão", reclamava Rubens dos Santos, 20. Ele e a mulher, Janaína, 18, vieram de Maceió (AL) há três anos.
"Se me dessem um dinheiro, voltava para lá, mas só passagem não adianta. Aqui pelo menos tenho meu canto", disse Santos. Segundo ele, levaram 23 casas que havia feito e R$ 90 em madeira.
Osvaldo Góis, 56, afirmou que teve 27 casinhas confiscadas e perdeu R$ 250 em madeira.
Leia mais notícias de cotidiano na Folha Online
Discuta esta notícia nos Grupos de Discussão da Folha Online
Moradores de viaduto de São Paulo voltam a vender casinhas de cachorro
Publicidade
As casinhas de madeira para cachorros, bonecas ou parques infantis voltaram a aparecer ontem embaixo do viaduto do Ceagesp, na marginal Pinheiros (zona noroeste de SP). Cerca de 20 estavam expostas.
"Foram as que nós escondemos ontem", disse José Manoel da Silva, 26. "O almoço hoje foi 'embaçado'. Tem gente esperando vender uma casinha para comprar comida", afirmou.
Algumas mulheres que moram no viaduto foram ao cadeião de Pinheiros pedir restos de comida dos presos. "Consegui arroz, macarrão e uns pedaços de frango, mas não tenho leite para dar ao meu filho", disse Nilda Paula dos Santos, 24.
Além da comida do cadeião, os moradores do viaduto do Ceagesp receberam cestas básicas de pessoas que passaram no local e pedaços de carne, dados por um açougue. "Se não fosse isso, muita gente estaria com fome", afirmou Silva.
"Tinha R$ 2 em casa. Deu para comprar meio quilo de frango", afirmou Maria de Fátima da Conceição, 27. Com o que comprou, ela fez almoço para três adultos.
Sem madeira, pregos e com muitas das ferramentas quebradas, depois do confisco de anteontem, os moradores estão decididos: vão voltar a fabricar casinhas.
"Não temos outra opção", disse José dos Santos, 32, que é uma espécie de representante da comunidade. "É isso ou roubar", afirmou Sônia Constantino da Silva, 30.
Hoje pela manhã, três moradores estiveram na Administração Regional da Lapa, onde estavam guardadas as peças de madeira que foram confiscadas.
Foram informados de que só poderiam tê-las de volta se tivessem um terreno para guardá-las e providenciassem o transporte de volta.
"Não sabemos para onde vamos levar tudo", disse Antonio Barreto, um dos que foram à regional. "Se não temos dinheiro nem para comer, como vamos pagar o transporte?"
"Na hora de levar tudo o que é nosso, eles arrumaram um monte de caminhão", reclamava Rubens dos Santos, 20. Ele e a mulher, Janaína, 18, vieram de Maceió (AL) há três anos.
"Se me dessem um dinheiro, voltava para lá, mas só passagem não adianta. Aqui pelo menos tenho meu canto", disse Santos. Segundo ele, levaram 23 casas que havia feito e R$ 90 em madeira.
Osvaldo Góis, 56, afirmou que teve 27 casinhas confiscadas e perdeu R$ 250 em madeira.
Leia mais notícias de cotidiano na Folha Online
Discuta esta notícia nos Grupos de Discussão da Folha Online
Publicidade
As Últimas que Você não Leu
Publicidade
+ LidasÍndice
- Sem PM nas ruas, poucos comércios e ônibus voltam a funcionar em Vitória
- Sem-teto pede almoço, faz elogios e dá conselhos a Doria no centro de SP
- Ato contra aumento de tarifas termina em quebradeira e confusão no Paraná
- Doria madruga em fila de ônibus para avaliar linha e ouve reclamações
- Vídeos de moradores mostram violência em ruas do ES; veja imagens
+ Comentadas
- Alessandra Orofino: Uma coluna para Bolsonaro
- Abstinência não é a única solução, diz enfermeira que enfrentou cracolândia
+ EnviadasÍndice