Saltar para o conteúdo principal

Publicidade

Publicidade

 
 
  Siga a Folha de S.Paulo no Twitter
13/09/2002 - 05h57

São Paulo admite receber Fernandinho Beira-Mar

DAGUITO RODRIGUES
da Folha de S.Paulo

O secretário da Segurança Pública do Estado de São Paulo, Saulo de Castro Abreu Filho, disse ontem que não faz objeções à transferência de Beira-Mar para São Paulo. Se isso acontecer, disse, o melhor lugar para deixá-lo preso é a penitenciária de Presidente Bernardes (589 km de SP).

O presídio, considerado pelo governo paulista um dos mais seguros do país, tem 160 vagas, mas hoje apenas 81 pessoas estão detidas no local. O governo diz que somente criminosos de alta periculosidade, como os principais líderes do PCC (Primeiro Comando da Capital), ficam na unidade.

Segundo dados da Secretaria da Administração Penitenciária, o Estado de São Paulo tem hoje 65.584 vagas para 79.320 presos -um déficit de 13.736 vagas.

O secretário da Administração Penitenciária de São Paulo, Nagashi Furukawa, disse que não recebeu proposta para a transferência de Beira-Mar e que, por isso, não comentaria o assunto. "Se houver o pedido, vou avaliar."

Segurança máxima
O presídio de Presidente Bernardes é o único com bloqueador de celular no Estado de São Paulo e, segundo a Secretaria da Administração Penitenciária, o equipamento funciona perfeitamente. O bloqueador é testado todos os dias em horários variados.

Para Mário Coimbra, 43, promotor da regional do Ministério Público de Presidente Prudente, região onde fica Presidente Bernardes, o presídio é o único com condições de abrigar Beira-Mar. "O que houve em Bangu 1 não tem como acontecer em Bernardes." Para ele, no entanto, a transferência envolveria um cuidado maior por parte dos funcionários.

O promotor disse também que costuma visitar o presídio pelo menos uma vez por mês e que a revista é rigorosa. Segundo ele, qualquer tentativa de comunicação dos presos com o exterior é facilmente controlada. Mas Coimbra diz que os presos podem receber informações de advogados "de ética questionável".

Além das visitas, os presos de Presidente Bernardes só podem se comunicar com pessoas de fora do presídio através de textos escritos. Durante as visitas -de duas horas semanais, agendadas pelo diretor do presídio-, o preso fica separado do visitante através de um vidro à prova de balas.

"Se você compara com outros presídios, ele está a anos-luz de distância", disse Coimbra.

A Secretaria da Administração Penitenciária informou que já está em fase de abertura de envelopes a licitação para instalar bloqueador de celular em outros cinco presídios: Marília, Mirandópolis I, Presidente Venceslau II e Iaras, no interior do Estado, e no CDP I de Guarulhos (Grande SP).

O bloqueador de celular de Presidente Bernardes custou R$ 93 mil, preço considerado baixo pelo governo por ter sido instalado durante a construção do edifício.
 

Publicidade

Publicidade

Publicidade


Voltar ao topo da página