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18/09/2002 - 17h31

Zôo-SP monta esquema especial para transferir girafas para Americana

MILENA BUOSI
LÍVIA MARRA
da Folha Online

Para tentar garantir a segurança e conforto de duas girafas, o Zoológico de São Paulo montou um esquema especial de transporte para o próximo sábado, quando mãe e filha serão levadas para o Zoológico de Americana (128 km a noroeste de SP).

Divulgação

Uma das girafas que será transferida para Americana
Elas serão transportadas em um contêiner, colocado sobre um caminhão-prancha. O contêiner é revestido com colchões e tem uma grossa camada de feno, para que as girafas não escorreguem. O local é dividido por uma grade, para que a mãe não "pise" na filha.

A operação mobilizará um biólogo, um veterinário, tratadores, marceneiros e serralheiros do zoológico, além de funcionários da CET (Companhia de Engenharia de Tráfego) e da concessionária AutoBAn, que administra a rodovia dos Bandeirantes, por onde elas passarão.

Estima-se que o caminhão onde estarão os animais trafegue a 30 km/h no sábado. A previsão é de que as girafas saiam por volta das 20h de sábado do zoológico e cheguem em Americana somente na manhã de domingo.

O transporte, segundo a bióloga Kátia Cassaro, do setor de mamíferos do zôo, é especial por causa da altura dos animais. A mãe, Clotilde, tem 4,5 metros de altura, e a filha, sem nome ainda, tem cerca de 2 metros.

"É um transporte de altíssimo risco. Não é comum o transporte de girafas adultas por causa da altura. Além disso, ela pode ficar estressada", disse a bióloga.

Segundo Kátia, o intercâmbio de animais entre zoológicos é comum. "Precisamos trazer novos animais e, para isso, alguns precisam sair daqui", disse. "Aqui, as seis girafas do zoológico são aparentadas. Precisamos mudar, para não dar problemas consanguíneos."

Clotilde, 22, nasceu em São Paulo. Sua filha comemorou o 1º aniversário este mês. O tempo médio de vida de uma girafa é de 28 anos. Ela é herbívora e se alimenta, basicamente, de capim e ração.

Durante a viagem, mãe e filha não serão alimentadas. O transporte foi planejado há dois meses. Desde então, elas passam parte do dia dentro do contêiner.

Segundo o Zoológico, elas estão prontas para a viagem. Passaram a se alimentar dentro do contêiner e agem como se fosse parte do recinto.

"Há dois meses elas estão se habituando com o local", disse Kátia, que acompanhou, há cerca de cinco anos, o transporte de duas girafas jovens para o Rio de Janeiro e Buenos Aires. Para o Rio, uma delas foi de caminhão. A outra foi transportada até o porto de Santos, onde partiu de navio para a Argentina.

"Espero que esse transporte seja tranquilo como os das outras duas", disse. "Apesar de todos os cuidados, não sabemos qual será a reação delas. Isso é impossível prever."

Aniversário
A filha de Clotilde nasceu em 4 de setembro de 2001, dando um susto em biólogos e veterinários porque se demorou para levantar, o que deveria ocorrer dentro de uma hora.

Por isso, recebeu ajuda da equipe do Zoológico. Para ficar em pé, o filhote precisou ser afastado da mãe, que poderia ficar agressiva com a presença dos veterinários.

A equipe precisou ainda limpar e aquecer a girafa, já que a mãe não havia lambido a cria, o que é importante para ativar a circulação.

Quando apresentou firmeza nas pernas, a girafa foi novamente colocada com a mãe.
 

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