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24/09/2002
-
12h27
da Folha Online
O agente penitenciário Marcus Vinícius Tavares Gavião, conhecido como Playboy, foi detido ontem à noite em Campo Grande, no Rio, sob acusação de entregar armas para presos de Bangu 1. Uma rebelião liderada pelo traficante Luiz Fernando da Costa, o Fernandinho Beira-Mar, deixou quatro mortos dia 11 na unidade.
O agente penitenciário do Desipe (Departamento do Sistema Penitenciário) é suspeito de fazer uma espécie de "leilão" para a entrega das armas.
"Ele é suspeito de fazer um leilão. Ele entregaria as armas para quem oferecesse mais dinheiro", afirmou Gilberto Dias, delegado substituto da Draco (Delegacia de Repressão à Ações Criminosas Organizadas).
Segundo o delegado, colegas desconfiavam do comportamento de Playboy. No dia da rebelião, ele chegou mais tarde para trabalhar, aumentando as suspeitas. A polícia pediu a quebra de sigilo bancário e telefônico do acusado.
Em depoimento, o agente negou as acusações, conforme Dias.
Dinheiro
Os traficantes do Comando Vermelho teriam pago R$ 400 mil para o agente. Há suspeitas ainda de que o Playboy teria combinado a entrega de armas para Ernaldo Pinto de Medeiros, o Uê, da facção Amigos dos Amigos, morto durante a rebelião, por R$ 200 mil.
"Há suspeitas de que ele tenha passado três pistolas para o Comando Vermelho e uma para o Terceiro Comando. No dia da rebelião, os presos perguntavam a todo momento pelo agente, que chegou mais tarde para trabalhar. A revolta do Comando Vermelho teria sido motivada até pelo fato de ele ter passado arma também para o Terceiro Comando, para confronto", disse o delegado.
As facções ADA (Amigos dos Amigos) e TC (Terceiro Comando) são aliadas contra o CV (Comando Vermelho).
Além das armas, o agente pode ter fornecido as cópias das chaves das celas e das galerias de Bangu 1 para os traficantes do Comando Vermelho.
"Isso ainda está sendo apurado porque ele, segundo outros agentes, demonstrou interesse em saber onde ficavam as chaves, mas, no dia [da rebelião], os presos tiveram acesso à inspetoria, onde ficam as cópias", afirmou o delegado.
Mortes, destruição e transferências
A rebelião liderada por Fernandinho Beira-Mar resultou na morte de quatro rivais e na destruição do presídio de segurança máxima Bangu 1.
Luiz Fernando da Costa, o Fernandinho Beira-Mar, Márcio dos Santos Nepomuceno, o Marcinho VP, Marcos Marinho dos Santos, o Chapolim, Marcos Antônio Firmino da Silva, o My Thor, e Márcio Silva Macedo, o Gigante foram transferidos temporariamente para o Batalhão de Choque da Polícia Militar, no centro do Rio, até a conclusão das obras.
Celso Luiz Rodrigues, o Celsinho da Vila Vintém, ferido durante a rebelião, está preso no batalhão do Comando de Policiamento do Interior, em Niterói.
Também está preso no Batalhão de Choque da PM o traficante Elias Pereira da Silva, o Elias Maluco, principal acusado pelo assassinato do jornalista Tim Lopes. Ele foi preso dia 19 no Complexo do Alemão, mesmo lugar onde o jornalista foi assassinado.
Agente acusado de "leiloar" armas para presos de Bangu 1 é detido
LÍVIA MARRAda Folha Online
O agente penitenciário Marcus Vinícius Tavares Gavião, conhecido como Playboy, foi detido ontem à noite em Campo Grande, no Rio, sob acusação de entregar armas para presos de Bangu 1. Uma rebelião liderada pelo traficante Luiz Fernando da Costa, o Fernandinho Beira-Mar, deixou quatro mortos dia 11 na unidade.
O agente penitenciário do Desipe (Departamento do Sistema Penitenciário) é suspeito de fazer uma espécie de "leilão" para a entrega das armas.
"Ele é suspeito de fazer um leilão. Ele entregaria as armas para quem oferecesse mais dinheiro", afirmou Gilberto Dias, delegado substituto da Draco (Delegacia de Repressão à Ações Criminosas Organizadas).
Segundo o delegado, colegas desconfiavam do comportamento de Playboy. No dia da rebelião, ele chegou mais tarde para trabalhar, aumentando as suspeitas. A polícia pediu a quebra de sigilo bancário e telefônico do acusado.
Em depoimento, o agente negou as acusações, conforme Dias.
Dinheiro
Os traficantes do Comando Vermelho teriam pago R$ 400 mil para o agente. Há suspeitas ainda de que o Playboy teria combinado a entrega de armas para Ernaldo Pinto de Medeiros, o Uê, da facção Amigos dos Amigos, morto durante a rebelião, por R$ 200 mil.
"Há suspeitas de que ele tenha passado três pistolas para o Comando Vermelho e uma para o Terceiro Comando. No dia da rebelião, os presos perguntavam a todo momento pelo agente, que chegou mais tarde para trabalhar. A revolta do Comando Vermelho teria sido motivada até pelo fato de ele ter passado arma também para o Terceiro Comando, para confronto", disse o delegado.
As facções ADA (Amigos dos Amigos) e TC (Terceiro Comando) são aliadas contra o CV (Comando Vermelho).
Além das armas, o agente pode ter fornecido as cópias das chaves das celas e das galerias de Bangu 1 para os traficantes do Comando Vermelho.
"Isso ainda está sendo apurado porque ele, segundo outros agentes, demonstrou interesse em saber onde ficavam as chaves, mas, no dia [da rebelião], os presos tiveram acesso à inspetoria, onde ficam as cópias", afirmou o delegado.
Mortes, destruição e transferências
A rebelião liderada por Fernandinho Beira-Mar resultou na morte de quatro rivais e na destruição do presídio de segurança máxima Bangu 1.
Luiz Fernando da Costa, o Fernandinho Beira-Mar, Márcio dos Santos Nepomuceno, o Marcinho VP, Marcos Marinho dos Santos, o Chapolim, Marcos Antônio Firmino da Silva, o My Thor, e Márcio Silva Macedo, o Gigante foram transferidos temporariamente para o Batalhão de Choque da Polícia Militar, no centro do Rio, até a conclusão das obras.
Celso Luiz Rodrigues, o Celsinho da Vila Vintém, ferido durante a rebelião, está preso no batalhão do Comando de Policiamento do Interior, em Niterói.
Também está preso no Batalhão de Choque da PM o traficante Elias Pereira da Silva, o Elias Maluco, principal acusado pelo assassinato do jornalista Tim Lopes. Ele foi preso dia 19 no Complexo do Alemão, mesmo lugar onde o jornalista foi assassinado.
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