25/09/2002 - 17h30

Busca de vítimas em escombros de prédio é "lenta e artesanal"

ANA PAULA GRABOIS
da Folha Online, no Rio

Equipes de resgate realizam um trabalho "lento e artesanal" nos escombros do prédio que desabou no centro do Rio, segundo o coronel Jorge Lopes, relações públicas do Corpo de Bombeiros.

O objetivo, segundo ele, é preservar a vida de possíveis vítimas soterradas. Movimentos bruscos podem agravar a situação de eventuais feridos.

Segundo o coronel, o prédio estremeceu antes de cair, dando tempo para as pessoas "sairem correndo".

Cinco cães (quatro labradores e um pastor alemão) estão sendo usados para farejar as vímimas soterradas.

Um dos labradores é o cão chamado Mike, que encontrou os restos mortais do jornalista Tim Lopes, na favela da Grota, no Complexo do Alemão.

Pânico
O desabamento do prédio, que abrigava o hotel "Hospedagem Linda do Rosário", o restaurante "Café e Bar Correios" e o chaveiro "Rosário", ocorreu por volta das 15h20. O prédio é de propriedade do Seminário São José.

Segundo testemunhas, o pânico tomou conta das pessoas que passavam no local.

Josiei Paulo da Conceição, segurança da igreja de Santa Cruz dos Militares, que fica em frente ao edifício, disse que as pessoas correram desesperadas na hora em que o prédio caiu, encobertas pela fumaça e pela poeira.

Ônibus que passavam próximo ao prédio no momento do desabamento pararam e as pessoas saíram correndo, sem saber o que estava acontecendo, por causa da fumaça.

Dez prédios vizinhos foram esvaziados para vistoria. Três pessoas, com crise nervosa, foram medicadas no Hospital Souza Aguiar.

As causas do acidente ainda são desconhecidas. Há suspeitas de que uma obra irregular, que era feita no restaurante do prédio, tenha causado o desabamento.

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