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31/10/2002 - 18h54

Polícia prende acusada de prostituir adolescentes e sua própria filha

da Agência Folha, em Fortaleza

A polícia prendeu hoje, em Fortaleza, Vera Lúcia de Oliveira, 44, acusada de prostituir adolescentes, entre elas a própria filha, e de fornecer drogas às meninas.

Vera Lúcia, ainda sem advogado, nega o crime. Ela apenas confirmou, no depoimento à polícia, que as adolescentes frequentavam sua casa.

São 11 meninas entre 11 e 17 anos que se prostituíam com a ajuda de Vera Lúcia, segundo apurou a Delegacia de Combate à Exploração de Crianças e Adolescentes. As meninas conseguiam clientes em uma das mais movimentadas avenidas de Fortaleza, a Raul Barbosa, que dá acesso ao aeroporto.

Segundo o inquérito, os programas aconteciam na casa de Vera Lúcia, na favela do Lagamar, periferia de Fortaleza. As meninas cobravam R$ 10 e tinham de pagar a metade pelo uso do quarto. Em alguns casos, as adolescentes relatam que eram levadas a motéis, escondendo-se no porta-malas do veículo para poder entrar no local.

As meninas usavam os outros R$ 5 para comprar pedras de crack fornecidas pela própria Vera Lúcia, que também seria usuária de drogas.

Ela foi indiciada por ceder o local para a prática de exploração sexual, crime que prevê pena de quatro a dez anos de cadeia, e por tráfico de drogas, com pena de até seis anos de cadeia.

A filha de Vera Lúcia começou a se prostituir há dois anos, quando tinha 16, obrigada pela própria mãe. A garota chegou a ser atendida pelo projeto Sentinela, programa mantido pelo governo do Ceará para dar amparo a crianças e adolescentes vítimas de exploração sexual. Hoje, aos 18 anos, ela ainda se prostitui para sustentar o vício em crack.

Só até setembro deste ano, o projeto atendeu 428 casos de exploração sexual de crianças e adolescentes no Estado.

As 11 meninas receberão apoio do projeto Sentinela. "Estamos tentando conseguir ajuda para a desintoxicação dessas adolescentes, que são viciadas em crack. Sem isso, elas voltarão rapidamente à prostituição para manter o vício", disse a delegada Rena Gomes.
 

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