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05/11/2002 - 19h50

Tarifa de ônibus aumenta para R$ 1,60 em Santos (SP)

FAUSTO SIQUEIRA
da Agência Folha, em Santos

Com um reajuste de 14,28% que entra em vigor amanhã, o preço da passagem nos ônibus municipais em Santos, principal cidade do litoral paulista, superou o de São Paulo e se tornou bem maior que o de algumas das principais capitais brasileiras.

De acordo com o decreto assinado pelo prefeito Beto Mansur (PPB), as empresas concessionárias do transporte coletivo na cidade ficaram autorizadas a elevar o valor da tarifa de R$ 1,40 para R$ 1,60. O último reajuste _de R$ 1,20 para R$ 1,40_ tinha sido concedido havia 20 meses (em fevereiro de 2001). Nos microônibus seletivos, a tarifa de R$ 2,50 não sofreu reajuste.

O preço médio da tarifa nas capitais brasileiras era de R$ 1,19 em agosto, segundo os indicadores mais recentes da Associação Nacional das Empresas de Transporte Urbano, com sede em Brasília.

Em São Paulo, maior cidade do país, a passagem custa R$ 1,40 desde maio de 2001. No Rio de Janeiro, após o reajuste autorizado no mês passado, subiu de R$ 1,20 para R$ 1,30. Em Belo Horizonte, há quatro valores de tarifa: R$ 1,15 (bairro a bairro), R$ 0,85 (circulares no Centro), R$ 0,65 (circulares regionais) e R$ 0,30 (microônibus em vilas e favelas) _o reajuste mais recente é de dezembro passado.

A principal justificativa da prefeitura para o aumento concedido em Santos é o reajuste de vários itens de custo dos ônibus em percentuais superiores ao da inflação dos últimos 20 meses (25,94%, de acordo com o IGP-M). Dentre esses itens, o de maior impacto é o óleo diesel, reajustado em 43,98% no período.

Apesar disso, o reajuste foi inferior ao solicitado pelas empresas, de acordo com o engenheiro Manuel Gomes da Silva, diretor-presidente da CET (Companhia de Engenharia de Tráfego), empresa municipal responsável pelo gerenciamento do trânsito e do transporte coletivo.

Pelos cálculos da CET, com base nos dados da planilha de custos, a passagem teria de custar R$ 1,63, segundo Silva. As concessionárias pleiteavam R$ 1,67.

"A CET não fiscaliza como deveria. Os dados com os quais ela trabalha são os fornecidos pelas próprias empresas", criticou o vereador Ademir Pestana (PPS), autor de projeto de lei, apresentado anteontem, que cria o Conselho Municipal do Transporte Coletivo.

Se o projeto for aprovado, o órgão reunirá representantes da comunidade e terá entre suas atribuições o papel de checar as informações da planilha.

Em Santos, a frota de 324 ônibus tem média de idade inferior a três anos, segundo Manoel Gomes da Silva. Em São Paulo, de acordo com a SP Trans, essa média é de sete anos e três meses.

Para o diretor-presidente da CET, a passagem custa caro na cidade porque o poder público não subvenciona o transporte dos idosos, que não pagam, e o dos estudantes, que pagam metade do preço. "Toda essa gratuidade é suportada pelos usuários pagantes", declarou.

Além disso, segundo Gomes, a política municipal de transportes prioriza a qualidade, o que, de acordo com o engenheiro, resulta numa baixa taxa de ocupação dos ônibus. "Aqui, o passageiro tem bastante conforto porque não há coletivo lotado."

 

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