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13/11/2002 - 04h53

Andreas participa hoje de reconstituição da morte do pais

ALESSANDRO SILVA
da Folha de S.Paulo

A perícia do setor de homicídios de São Paulo tentará reconstituir hoje o assassinato do casal Manfred e Marísia von Richthofen a partir das versões de todos os envolvidos no caso: a filha deles, Suzane, 19, o namorado dela, Daniel Cravinhos de Paula e Silva, 21, e o irmão de Daniel, Cristian, 26. O irmão da estudante, Andreas, 15, também participará.

É a primeira vez que todos estarão juntos no local do crime, a casa dos Richthofen, no Brooklin, na zona sul da capital, desde a morte do casal no último dia 30. Manfred e Marísia foram atacados na cama, enquanto dormiam, com golpes de barras de ferro.

Segundo a perita Jane Marisa Pacheco Bellucci, chefe do setor da Polícia Científica no DHPP (setor de homicídios), as versões serão reconstituídas separadamente, uma de cada vez.

Suzane, Daniel e Cristian confessaram o crime. O namorado da filha dos Richthofen e o irmão dele disseram em depoimento terem espancado o casal. Os três isentaram de culpa Andreas, que, na noite do assassinato, foi deixado em um cibercafé.

A perícia vai procurar esclarecer, entre outras coisas, em que lugar da casa Suzane estava quando os pais foram espancados.

Em sua versão ao DHPP, ela disse que entrou primeiro no imóvel, verificou que os pais estavam dormindo e acendeu a luz do corredor para que os agressores pudessem ver o casal na cama.

Os peritos prepararam dois bastões para a reconstituição, uma vez que as duas armas do crime não foram encontradas. Trata-se de uma canaleta de ferro pintada de preto, com madeira no meio, a exemplo do que descreveram os dois irmãos à polícia.

Não há previsão de quanto tempo irá durar a reconstituição.
Ontem, um dos advogados de Cristian e Daniel, Gislaine Haddad Jabur, confirmou a participação dos dois irmãos. Por lei, os acusados podem se recusar a participar da encenação, para não produzir prova contra si mesmos.

Não se sabe ainda se Suzane irá ajudar na reconstituição. O irmão dela, porém, por ser testemunha no caso, tem de participar.

Ontem, a delegada do caso, Cintia Tucunduva Gomes, da equipe C-Sul, começou a preparar o pedido de prorrogação da prisão temporária dos três acusados.

Os dez dias do primeiro mandado de prisão vencem domingo, antes do fim do inquérito. Ainda faltam laudos periciais.

Nova versão
Ninguém foi buscar Andreas no cibercafé na noite em que seus pais foram assassinados. A versão é do gerente do estabelecimento, Rogério Coelho, 20.

Segundo Coelho, Andreas chegou por volta das 22h30 da noite de 30 de outubro. Estava de mobilete e era seguido por um Gol, que seria o de Suzane. O garoto ficou no local até as 3h30, quando recebeu um telefonema. Logo após desligar o celular, deixou a máquina e foi embora. O gerente diz ainda que ajudou Andreas a empurrar a mobilete, que custava a pegar.

O promotor Marcelo Milani, encarregado do caso, mantém a versão de que Suzane e o namorado foram buscar o garoto.

Tio condena
Para o tio do pai de Suzane, Walter Helmut Koessel, 84, a estudante "não merece advogado" pelo que fez com a família.

"Por mim, quem faz uma coisa dessa, manda matar papai e mamãe, não merece advogado. Ela tinha tudo na vida", afirmou, ao responder se pagaria um defensor para a garota no processo.

Ontem, o aposentado esteve no DHPP para tentar reconhecer as jóias que a polícia encontrou no sítio dos pais da namorada de Cristian Cravinhos de Paula e Silva, em Mairinque (Grande SP).

Segundo a polícia, Koessel reconheceu duas peças _um bracelete e um pingente. Haviam sido presentes de sua mulher, já falecida, para a mãe de Suzane, a psicanalista Marísia von Richthofen.

O tio de Manfred se emocionou ao falar do caso. "Ela [Marísia] ajudou muito minha mulher", disse. Koessel saiu da delegacia afirmando que não perdoou Suzane pelo que ela fez. "Ela estava drogada e totalmente nas mãos desse namorado."

O aposentado disse que sua mulher recomendou ao sobrinho Manfred, várias vezes, que arrumasse trabalho para a filha. "Ela ficava muito em casa, vendo TV, sem fazer nada", afirmou.

A advogada de Suzane, Claudia Bernasconi, 33, afirmou que a garota está arrependida.
 

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