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Criminosos voltam a incendiar ônibus em Salvador (BA)
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MATHEUS MAGENTA
da Agência Folha, em Salvador
Após dez dias sem ataques em Salvador, criminosos voltaram a incendiar um ônibus na periferia da capital baiana nesta terça-feira. Dois carros também ficaram destruídos no ataque, que não deixou feridos. Os responsáveis pelo atentado fugiram.
A polícia investiga a relação entre o ataque de ontem e a onda de atentados que, na semana retrasada, destruiu 16 ônibus e nove postos da Polícia Militar.
Para o governo baiano, a onda de ataques foi uma reação à transferência do traficante Cláudio Campanha, apontado como chefe da facção criminosa Comissão da Paz, para o presídio federal de Campo Grande (MS), no início deste mês.
No ataque, por volta das 14h30, dois criminosos em uma moto atiraram uma bomba caseira em um ônibus no bairro de São Gonçalo do Retiro. O veículo estava vazio no momento do ataque e ninguém se feriu.
Dois carros estacionados ao lado do ônibus também foram destruídos. A polícia buscou suspeitos na região, mas ninguém foi preso.
Nos atentados da semana retrasada, os ônibus eram esvaziados pelos criminosos e depois incendiados. Durante os seis dias de atentados, dez suspeitos morreram em confrontos com policiais e 24 foram presos. Outras 11 pessoas ficaram feridas --entre elas quatro policiais.
Para tentar conter os ataques, o governo reforçou o policiamento com equipes do interior do Estado e transferiu outros 14 presos ligados à facção Comissão da Paz para o presídio federal de Catanduvas (PR).
De acordo com o governo, os presos transferidos coordenavam os ataques de dentro da prisão, por meio de celulares e mensagens transmitidas por visitas.
Os ataques levaram tensão à periferia de Salvador, onde a maioria dos ônibus e postos da PM foram destruídos. O comércio chegou a fechar em alguns bairros. Cobradores e motoristas de ônibus ameaçaram paralisar atividades, o que não chegou a ocorrer.
O último ataque havia sido registrado no dia 12 deste mês, quando um agente penitenciário foi morto a tiros. O crime revoltou colegas do agente, que interromperam por um dia visitas a detentos em duas unidades prisionais.
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