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01/08/2000 - 17h55

Sobe para 22 número de mortos pela chuvas no NE; desabrigados chegam a 27 mil

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ARI CIPOLA
da Agência Folha, em Maceió
FÁBIO GUIBU
da Agência Folha, em Recife

Hoje, 14 pessoas morreram em Pernambuco e Alagoas em consequência das chuvas que atingem os dois Estados. Desde o início das chuvas, pelo 22 pessoas já moreram no Nordeste. Há quatro desaparecidos. Os governadores Jarbas Vasconcelos (PMDB-PE) e Ronaldo Lessa (PSB-AL) requisitaram ajuda das Forças Armadas para conseguir equipamentos adequados ao resgate de pessoas isoladas pelas águas.

Há cerca de 27 mil desabrigados nos dois Estados. Segundo os bombeiros, pelo menos 13 pessoas morreram entre segunda e terça-feira em Pernambuco. Até o fim da tarde de hoje, quatro corpos estavam sendo procurados em meio à lama nos municípios de Jaboatão dos Guararapes e Água Preta.

Entre os mortos alagoanos, estavam duas crianças de Maceió. Maria Cristina Paulo dos Santos, 12, e seu irmão, Emerson, 6, morreram soterrados enquanto dormiam no bairro Benedito Bentes 2.

As outras sete mortes confirmadas em Alagoas ocorreram em Murici, União dos Palmares e São Luiz do Quitunde. Na tarde de hoje, Murici estava com 50% de sua área urbana inundada.

Em São Luiz do Quitunde, o Corpo de Bombeiros tentava resgatar 30 trabalhadores rurais da Fazenda Raízes.

O Corpo de Bombeiros do Estado não conseguia chegar a 12 municípios, cujas estradas de acesso estavam interditadas por queda de barreiras.

A principal rodovia de ligação do Nordeste com o Sul do país, a BR-101, ficou o dia todo interditada em decorrência de queda de barreiras. Sem previsão de liberação do tráfego, a Polícia Rodoviária Federal recomendava aos motoristas que continuassem a viagem apenas amanhã.

Com a interdição também das BRs 104 e 316, o acesso de Alagoas para Pernambuco ficou totalmente impossível. A outra saída seria transferir o tráfego para a AL-101, mas três pontes da estrada litorânea caíram.

Dos 22 municípios alagoanos atingidos, 21 decretaram estado de emergência. Maragogi (120 km ao norte de Maceió), que já estava em estado de emergência em decorrência das chuvas, decretou calamidade pública. Não há energia elétrica na cidade.

Em Camaragibe, no Grande Recife, a prefeitura também decretou calamidade pública. Na cidade, cercada de morros, duas pessoas morreram ontem soterradas em um deslizamento de encosta.

Em Recife, o prefeito Raul Henry (PMDB), que assumiu o cargo segunda-feira no lugar de Roberto Magalhães (PMDB), candidato à reeleição, decretou estado de emergência.

Henry vai se reunir amanhã com o secretário nacional da Defesa Civil, Pedro Sanguinetti, para definir a estratégia de ação a ser empregada nos próximos dias. O prefeito, o secretário e o governador vão sobrevoar de helicóptero a região afetada pela chuva.

De cima, poderão verificar o caos que se instalou na cidade. A situação, ontem, permanecia crítica. Repartições públicas não funcionaram, ruas alagaram e os alunos da rede pública foram dispensados para que as escolas servissem de abrigo aos flagelados.

Nos morros, onde vivem cerca de 500 mil pessoas, o equivalente a um terço da população, houve pânico com os desabamentos e deslizamento de barreiras.

"Acordei às 4h e só deu tempo para correr antes de a casa cair", disse o vendedor Elias José, que morava na zona norte e até o início da tarde não sabia para onde iria. "Perdi tudo o que tinha."

A tragédia se repetiu nas áreas ribeirinhas, onde barracos foram inundados e famílias desalojadas. Em Olinda, onde quatro pessoas morreram, bairros como o Jardim Fragoso foram alagados em razão do transbordamento dos canais que cortam a cidade.

A água invadiu casas e lojas e provocou grandes congestionamentos. Parte da frota de ônibus não circulou pela manhã porque os motoristas e cobradores não conseguiram chegar ao trabalho.

O Instituto Nacional de Meteorologia em Recife prevê a continuidade das chuvas amanhã. Segundo o chefe do setor de previsão do tempo, Ednaldo Correia de Araújo, o clima na área litorânea só deverá melhorar sexta-feira.

Segundo o Núcleo de Meteorologia de Alagoas, choveu 280 mm em 48 horas na faixa litorânea do Estado, volume de água equivalente a 15,5% da precipitação média anual da região. A previsão é de chuva até o final da tarde de amanhã.

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