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01/08/2000 - 19h58

Censo do IBGE começa e termina no mesmo dia no menor município do Estado de SP

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ELIANE SILVA
da Agência Folha, em Borá

Começou e terminou nesta segunda a coleta de dados do censo 2000 do IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística) em Borá, o menor município do Estado de São Paulo. Apesar da conclusão rápida, o resultado populacional previsto para ser divulgado hoje só deve sair amanhã.

Borá (520 km a noroeste de São Paulo) tinha 768 moradores na contagem do IBGE de 1996. A expectativa é chegar a 800.

A coleta de dados foi iniciada antes das 8h nos 114 km quadrados do município e já estava terminada seis horas depois, sem incidentes. "É tradição do censo concluir rapidamente o trabalho em um município do interior paulista", disse Nuno Duarte da Costa Bittencourt, 46, diretor do IBGE.

O tamanho foi determinante para a escolha da cidade como modelo. Os questionários simples foram aplicados em menos de dez minutos. Em 20% das residências, foi aplicado o questionário completo, demandando cerca de 45 minutos para seu preenchimento integral.

No dia anterior, os coordenadores vindos de Presidente Prudente, Paraguaçu Paulista e Marília já tinham feito um levantamento para dividir as equipes e agilizar o trabalho. A recenseadora Eliane da Silva, 18, terminou sua área antes do meio-dia. "Só precisei voltar em uma casa porque os moradores não estavam lá de manhã."

Fundada há 35 anos, Borá já teve o triplo de habitantes. "Na época da destilaria Gantos e da lavoura de café, a cidade tinha cerca de 3.500 moradores", conta o prefeito Luiz Antonio Vinhando (PSDB), 41. A usina fechou há dez anos e, desde então, o município perdeu renda e moradores.

"Muita gente saiu da zona rural e foi para outras cidades em busca de emprego. Só uma família que se mudou recentemente do sítio levou sete moradores. Demora muito para nascer sete bebês em Borá", disse o prefeito.

O orçamento anual do município é de R¹ 1,85 milhão, sendo que mais de 95% desse valor vêm dos repasses do governo estadual e federal. A economia é baseada no plantio de mandioca e amendoim.

A tranquilidade é a marca registrada da cidade. As duas celas da delegacia inaugurada há dez anos ainda não receberam nenhum "hóspede". "Aqui nós podemos dormir de portas abertas. Só o que tem de vez em quando é um roubo de galinha ou de bicicleta", disse o servidor público e ex-vereador Jaime Leovezeti.

"A cidade é quase perfeita. Só o que falta são empregos, uma indústria", afirmou a aposentada Joana Fernandes Canato _que há seis meses se mudou da zona rural para uma casa na esquina das ruas Ayrton Senna da Silva e Preço da Glória.

Borá tem mais eleitores que habitantes. São 1.120 eleitores, sendo que mais da metade mora hoje em cidades da região. A cidade tem candidato único a prefeito e apenas dezoito disputam as nove vagas da Câmara Municipal.

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