Publicidade
Publicidade
22/11/2002
-
02h52
O consagrado grito "olha o rapa" voltou à 25 de Março. Ontem, o recurso, aliado ao uso de fogos de artifício, ajudou camelôs clandestinos a driblar a fiscalização da prefeitura. A cada movimentação dos agentes vistores e policiais, o estouro de bombinhas sucedia à corrida dos ambulantes.
O corre-corre foi possível por causa da tática adotada na fiscalização. Ao invés de espalhar os cerca de 300 agentes e policiais pela rua, a prefeitura optou por movimentá-los em um único bloco.
Como a 25 de Março é extensa, o pelotão demora nos deslocamentos, permitindo que os ambulantes fujam e retornem assim que a situação se acalmar. "Não vou deixar levar as minhas coisas. Isso aí [fiscalização] é besteira", disse Luzinete da Silva, 38, que vendia cintos de tricô pendurados em duas araras, levadas às pressas ao menor sinal do "rapa".
De acordo com subprefeito da Sé, Sérgio Torrecillas, a tática da fiscalização é não permitir que as barracas sejam montadas entre às 7h e 17h. Os equipamentos móveis -tabuleiros, araras e tripés- são difíceis de serem apreendidos. Mas, segundo ele, a presença dos agentes vistores dificulta o trabalho dos camelôs, que acabam vencidos pelo cansaço.
A rua é repleta de depósitos de ambulantes, que ficam nos prédios, agora usados de esconderijos do "rapa". Por volta das 16h, o pelotão de fiscais aproximou-se da Galeria Pajé e promoveu uma das cenas mais curiosas do dia.
Assim que foram vistos a duas quadras do local, fogos de artifício foram acesos e começou a gritaria. Cerca de 30 ambulantes subiram a rua da Quitanda carregando as mercadorias. Do alto da rua, xingavam e ironizavam os fiscais.
A escolha de quem sofrerá a fiscalização parece aleatória. Sidnei (ele não quis se identificar) foi autuado às 17h. Ele é proprietário de uma Kombi adaptada para vender sorvete de casquinha. Os fiscais levaram, segundo ele, cerca de três litros de sorvete. "Passei o dia inteiro aqui e não fizeram nada. Vai ver estavam com vontade de tomar sorvete."
Fogos de artifício auxiliam fugas de camelôs clandestinos em SP
da Folha de S.PauloO consagrado grito "olha o rapa" voltou à 25 de Março. Ontem, o recurso, aliado ao uso de fogos de artifício, ajudou camelôs clandestinos a driblar a fiscalização da prefeitura. A cada movimentação dos agentes vistores e policiais, o estouro de bombinhas sucedia à corrida dos ambulantes.
O corre-corre foi possível por causa da tática adotada na fiscalização. Ao invés de espalhar os cerca de 300 agentes e policiais pela rua, a prefeitura optou por movimentá-los em um único bloco.
Como a 25 de Março é extensa, o pelotão demora nos deslocamentos, permitindo que os ambulantes fujam e retornem assim que a situação se acalmar. "Não vou deixar levar as minhas coisas. Isso aí [fiscalização] é besteira", disse Luzinete da Silva, 38, que vendia cintos de tricô pendurados em duas araras, levadas às pressas ao menor sinal do "rapa".
De acordo com subprefeito da Sé, Sérgio Torrecillas, a tática da fiscalização é não permitir que as barracas sejam montadas entre às 7h e 17h. Os equipamentos móveis -tabuleiros, araras e tripés- são difíceis de serem apreendidos. Mas, segundo ele, a presença dos agentes vistores dificulta o trabalho dos camelôs, que acabam vencidos pelo cansaço.
A rua é repleta de depósitos de ambulantes, que ficam nos prédios, agora usados de esconderijos do "rapa". Por volta das 16h, o pelotão de fiscais aproximou-se da Galeria Pajé e promoveu uma das cenas mais curiosas do dia.
Assim que foram vistos a duas quadras do local, fogos de artifício foram acesos e começou a gritaria. Cerca de 30 ambulantes subiram a rua da Quitanda carregando as mercadorias. Do alto da rua, xingavam e ironizavam os fiscais.
A escolha de quem sofrerá a fiscalização parece aleatória. Sidnei (ele não quis se identificar) foi autuado às 17h. Ele é proprietário de uma Kombi adaptada para vender sorvete de casquinha. Os fiscais levaram, segundo ele, cerca de três litros de sorvete. "Passei o dia inteiro aqui e não fizeram nada. Vai ver estavam com vontade de tomar sorvete."
Publicidade
As Últimas que Você não Leu
Publicidade
+ LidasÍndice
- Sem PM nas ruas, poucos comércios e ônibus voltam a funcionar em Vitória
- Sem-teto pede almoço, faz elogios e dá conselhos a Doria no centro de SP
- Ato contra aumento de tarifas termina em quebradeira e confusão no Paraná
- Doria madruga em fila de ônibus para avaliar linha e ouve reclamações
- Vídeos de moradores mostram violência em ruas do ES; veja imagens
+ Comentadas
- Alessandra Orofino: Uma coluna para Bolsonaro
- Abstinência não é a única solução, diz enfermeira que enfrentou cracolândia
+ EnviadasÍndice