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26/11/2002
-
18h50
da Agência Folha
A Polícia Civil de São José do Rio Preto (440 km a noroeste de São Paulo) investiga se a morte de uma mulher de 92 anos foi consequência de maus-tratos. Pequenos machucados e manchas roxas começaram a chamar a atenção da família da professora aposentada Luciana Aparecida Vieira Pinto.
Quando a acompanhante noturna da idosa avisou aos familiares de que ela estaria sendo vítima de maus-tratos cometidos pela outra acompanhante, foi instalada uma câmera de vídeo no banheiro. Na primeira imagem, as agressões foram comprovadas. Luciana morreu no domingo, quatro dias depois da gravação.
"Os técnicos que instalaram o equipamento nos avisaram que normalmente leva uma semana até se constatar os maus-tratos nesses casos", disse o neto da professora, o médico Tarcísio de Rezende Pinto, 35.
A delegada Dalice Ceron, da Delegacia de Defesa da Mulher de São José do Rio Preto, abriu inquérito ontem para apurar o caso. Ela ainda não tomou o depoimento nem pediu a prisão preventiva de acusada pelas agressões, a acompanhante Fátima Antônio, 41.
"Tenho que atuar nos limites da lei. Como ela tem endereço fixo e não está perturbando a ordem pública, a lei não autoriza essa medida coercitiva [a prisão]. Preciso dos laudos do Instituto de Criminalística para fundamentar o pedido ao juiz."
As imagens gravadas mostram supostamente Fátima segurando a idosa pelos cabelos, balançando sua cabeça com força e dando tapas nela. Ela trabalhava na casa havia quatro anos e ganhava R$ 530. De extrema confiança, participava das festas da família e nunca levantou suspeitas.
"Ela estava sempre presente quando íamos visitar minha avó, achávamos que era muito solícita. Hoje vemos que podia ser uma forma de intimidação. A tortura psíquica pode até ter sido maior do que a física", disse o médico.
A aposentada, que usava cadeira de rodas desde 1995, quando fraturou o fêmur, foi internada no mesmo dia das gravações. Chegou ao Hospital Santa Helena com um quadro de baixo estado de consciência, que poderia ser confundido com um derrame. Com os exames, foram constatadas as lesões cerebrais.
Fátima não foi localizada ontem por telefone pela Agência Folha. Sua cunhada, que se identificou apenas como Valderi, disse que ela não estava em casa e que não poderia comentar nada.
"A gente fica estressada mesmo, então pode ser aí uns cinco minutos de besteira que a gente teve", disse Fátima, ontem, à TV Globo.
O inquérito deve ser concluído em dez dias. Se condenada por maus-tratos com resultado de morte, ela pode pegar de 4 a 12 anos de prisão; se for por homicídio, a pena pode ser de até 30 anos.
Empregada é suspeita de matar mulher de 92 anos por maus-tratos
ALESSANDRA KORMANNda Agência Folha
A Polícia Civil de São José do Rio Preto (440 km a noroeste de São Paulo) investiga se a morte de uma mulher de 92 anos foi consequência de maus-tratos. Pequenos machucados e manchas roxas começaram a chamar a atenção da família da professora aposentada Luciana Aparecida Vieira Pinto.
Quando a acompanhante noturna da idosa avisou aos familiares de que ela estaria sendo vítima de maus-tratos cometidos pela outra acompanhante, foi instalada uma câmera de vídeo no banheiro. Na primeira imagem, as agressões foram comprovadas. Luciana morreu no domingo, quatro dias depois da gravação.
"Os técnicos que instalaram o equipamento nos avisaram que normalmente leva uma semana até se constatar os maus-tratos nesses casos", disse o neto da professora, o médico Tarcísio de Rezende Pinto, 35.
A delegada Dalice Ceron, da Delegacia de Defesa da Mulher de São José do Rio Preto, abriu inquérito ontem para apurar o caso. Ela ainda não tomou o depoimento nem pediu a prisão preventiva de acusada pelas agressões, a acompanhante Fátima Antônio, 41.
"Tenho que atuar nos limites da lei. Como ela tem endereço fixo e não está perturbando a ordem pública, a lei não autoriza essa medida coercitiva [a prisão]. Preciso dos laudos do Instituto de Criminalística para fundamentar o pedido ao juiz."
As imagens gravadas mostram supostamente Fátima segurando a idosa pelos cabelos, balançando sua cabeça com força e dando tapas nela. Ela trabalhava na casa havia quatro anos e ganhava R$ 530. De extrema confiança, participava das festas da família e nunca levantou suspeitas.
"Ela estava sempre presente quando íamos visitar minha avó, achávamos que era muito solícita. Hoje vemos que podia ser uma forma de intimidação. A tortura psíquica pode até ter sido maior do que a física", disse o médico.
A aposentada, que usava cadeira de rodas desde 1995, quando fraturou o fêmur, foi internada no mesmo dia das gravações. Chegou ao Hospital Santa Helena com um quadro de baixo estado de consciência, que poderia ser confundido com um derrame. Com os exames, foram constatadas as lesões cerebrais.
Fátima não foi localizada ontem por telefone pela Agência Folha. Sua cunhada, que se identificou apenas como Valderi, disse que ela não estava em casa e que não poderia comentar nada.
"A gente fica estressada mesmo, então pode ser aí uns cinco minutos de besteira que a gente teve", disse Fátima, ontem, à TV Globo.
O inquérito deve ser concluído em dez dias. Se condenada por maus-tratos com resultado de morte, ela pode pegar de 4 a 12 anos de prisão; se for por homicídio, a pena pode ser de até 30 anos.
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