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27/11/2002 - 03h06

Grupo de Geleião movimentava R$ 700 mil por mês com tráfico em SP

da Folha de S.Paulo

O grupo de José Márcio Felício, o Geleião, um dos fundadores da facção PCC (Primeiro Comando da Capital), movimentava cerca de R$ 700 mil por mês com tráfico de drogas na região de Ribeirão Preto e na Baixada Santista.

A estimativa foi feita pelo próprio preso em depoimento ao Deic (Departamento de Investigações sobre o Crime Organizado) e ao Ministério Público.

O ex-número 1 da facção criminosa está jurado de morte. Em troca de proteção e de redução de pena para ele e sua mulher, Petronilha Maria de Carvalho Felício, presa acusada de envolvimento com atentados, Geleião delatou operações, assassinatos de presos e de advogados ligados à facção e indicou nomes de atuais líderes.

A droga vendida por seu grupo vinha da Bolívia e era dividida entre Ribeirão Preto -área de Geleião- e Baixada Santista, controlada por César Augusto Roris da Silva, o Cesinha, e Sandro Aparecido Silva Santos, o Gulu.

Segundo Geleião, os pontos de distribuição desse esquema vendiam, a cada 15 dias, 30 kg de cocaína e 500 kg de maconha. O faturamento chegava a R$ 350 mil. Os três ex-sócios estão isolados desde maio no regime disciplinar diferenciado do CRP (Centro de Reabilitação Prisional) de Presidente Bernardes (589 km de SP).

Até ontem, o depoimento de Geleião havia levado dois à prisão -o advogado Abraão Samuel e Luis Carlos Galego, que seria o responsável por montar carros com explosivos para atentados. O advogado, segundo o depoimento, estaria envolvido em esquema de troca de carros importados do Brasil por drogas no Paraguai.

As informações ainda fizeram com que a polícia isolasse 16 presos acusados de integrar o novo comando do PCC. Eles serão indiciados por formação de quadrilha e incluídos em presídios especiais.

A partir do que foi divulgado até agora, a Folha reconstituiu a nova hierarquia de liderança da organização. O Deic prometeu divulgar hoje um balanço das operações e um novo organograma. Segundo o Ministério Público, houve uma troca de 90% dos líderes em relação ao organograma montado em maio.

A novidade mais importante é a saída de Geleião e Cesinha da cúpula, com a ascensão de Marcos Willians Herbas Camacho, o Marcola, e mais dois presos, Júlio César Guedes de Moraes, o Julinho Carambola, e José Eduardo Moura da Silva, o Bandejão.

Entre os delatados por Geleião está o sequestrador Wanderson Nilton de Paula Lima, o Andinho, que, segundo ele, teria dito em uma conversa no CRP de Presidente Bernardes que mandou matar o prefeito de Campinas Antonio da Costa Santos, o Toninho do PT, em setembro do ano passado. O sequestrador, que foi denunciado pelo crime, nega ter participado do homicídio.
 

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