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29/11/2002
-
02h39
da Folha de S.Paulo
O sequestrador Wanderson Nilton de Paula Lima, 24, o Andinho, pagava "pedágio" de R$ 10 mil a R$ 20 mil por mês, desde 1998, para ter proteção do PCC (Primeiro Comando da Capital) dentro e fora da cadeia.
Andinho admitiu à polícia ser financiador da facção responsável pela megarrebelião nos presídios em 2001. Ontem, em depoimento no Deic (Departamento de Investigações Sobre o Crime Organizado), ele detalhou as contribuições feitas ao PCC usando dinheiro obtido em sequestros.
Segundo o promotor Roberto Porto, do Grupo de Atuação Especial de Repressão ao Crime Organizado, Andinho começou a colaborar em 1998, quando estava preso em Hortolândia (105 km de SP). As contribuições continuaram mesmo depois que o sequestrador conseguiu fugir da cadeia.
"Ele dava dinheiro para ter proteção da facção e status por ser o financiador", afirmou Porto. Andinho não detalhou como foi a proteção oferecida pelo PCC. O sequestrador negou participar das ações da facção.
A polícia afirmou que Andinho dava outras contribuições ao PCC, além do "pedágio". Em uma ocasião, ele teria destinado um carro, no valor de R$ 40 mil, para ser vendido e o dinheiro repassado para os líderes máximos do PCC na época: José Márcio Felício, o Geleião, e Cesar Augusto Roris da Silva, o Cesinha.
Geleião, que está jurado de morte e deu informações sobre o PCC em troca de proteção, disse à polícia que pegou carros da concessionária Dinizcar, em Nova Odessa (126 km de SP), para serem usados em ações do PCC. Ele também afirmou que Andinho deu uma casa para ser vendida e o dinheiro revertido para a facção.
Depois do depoimento, Andinho foi indiciado por formação de quadrilha. Ele deve voltar amanhã ao Presídio de Presidente Bernardes (589 km de SP) -onde as regras são mais rígidas-, com outros presos apontados como a nova liderança do PCC. O grupo deve ser levado de avião.
O delegado Rui Ferraz Fontes, do Deic, vai pedir à Justiça o sequestro dos carros encontrados na concessionária Dinizcar e a quebra dos sigilos bancário e fiscal dos envolvidos com a empresa. Os indícios, segundo Fontes, são de que a concessionária era usada para "lavar" dinheiro.
O pedido vai estar no inquérito do caso, que deve ser enviado à Justiça na segunda-feira. A polícia apreendeu documentos da empresa e de 17 carros que estavam no local. Segundo o delegado, no cadastro da concessionária havia dados do advogado Abraão Samuel, que também está preso.
Andinho negou ser o verdadeiro dono da empresa e voltou a afirmar que não mandou matar o prefeito de Campinas Antonio da Costa Santos, o Toninho do PT, como informou Geleião à polícia. A polícia ainda conseguiu indícios de ligação com outro preso do PCC, mas Fontes não quis revelar o nome.
Andinho dava até R$ 20 mil por mês ao PCC
GILMAR PENTEADOda Folha de S.Paulo
O sequestrador Wanderson Nilton de Paula Lima, 24, o Andinho, pagava "pedágio" de R$ 10 mil a R$ 20 mil por mês, desde 1998, para ter proteção do PCC (Primeiro Comando da Capital) dentro e fora da cadeia.
Andinho admitiu à polícia ser financiador da facção responsável pela megarrebelião nos presídios em 2001. Ontem, em depoimento no Deic (Departamento de Investigações Sobre o Crime Organizado), ele detalhou as contribuições feitas ao PCC usando dinheiro obtido em sequestros.
Segundo o promotor Roberto Porto, do Grupo de Atuação Especial de Repressão ao Crime Organizado, Andinho começou a colaborar em 1998, quando estava preso em Hortolândia (105 km de SP). As contribuições continuaram mesmo depois que o sequestrador conseguiu fugir da cadeia.
"Ele dava dinheiro para ter proteção da facção e status por ser o financiador", afirmou Porto. Andinho não detalhou como foi a proteção oferecida pelo PCC. O sequestrador negou participar das ações da facção.
A polícia afirmou que Andinho dava outras contribuições ao PCC, além do "pedágio". Em uma ocasião, ele teria destinado um carro, no valor de R$ 40 mil, para ser vendido e o dinheiro repassado para os líderes máximos do PCC na época: José Márcio Felício, o Geleião, e Cesar Augusto Roris da Silva, o Cesinha.
Geleião, que está jurado de morte e deu informações sobre o PCC em troca de proteção, disse à polícia que pegou carros da concessionária Dinizcar, em Nova Odessa (126 km de SP), para serem usados em ações do PCC. Ele também afirmou que Andinho deu uma casa para ser vendida e o dinheiro revertido para a facção.
Depois do depoimento, Andinho foi indiciado por formação de quadrilha. Ele deve voltar amanhã ao Presídio de Presidente Bernardes (589 km de SP) -onde as regras são mais rígidas-, com outros presos apontados como a nova liderança do PCC. O grupo deve ser levado de avião.
O delegado Rui Ferraz Fontes, do Deic, vai pedir à Justiça o sequestro dos carros encontrados na concessionária Dinizcar e a quebra dos sigilos bancário e fiscal dos envolvidos com a empresa. Os indícios, segundo Fontes, são de que a concessionária era usada para "lavar" dinheiro.
O pedido vai estar no inquérito do caso, que deve ser enviado à Justiça na segunda-feira. A polícia apreendeu documentos da empresa e de 17 carros que estavam no local. Segundo o delegado, no cadastro da concessionária havia dados do advogado Abraão Samuel, que também está preso.
Andinho negou ser o verdadeiro dono da empresa e voltou a afirmar que não mandou matar o prefeito de Campinas Antonio da Costa Santos, o Toninho do PT, como informou Geleião à polícia. A polícia ainda conseguiu indícios de ligação com outro preso do PCC, mas Fontes não quis revelar o nome.
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