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05/12/2002
-
10h48
da Folha Campinas
As empresas de ônibus que fazem o transporte público em cinco cidades da região _Americana, Campinas, Jundiaí, Limeira e Piracicaba_ pretendem aumentar em até 33,3% o valor da tarifa, ainda neste ano, devido ao aumento do diesel.
O maior aumento pedido é o de Piracicaba, onde os empresários querem subir o valor da passagem de R$ 1,20 para R$ 1,60.
O argumento dos empresários, que se repete nas demais cidades, é que eles precisam rever a tarifa para cobrir o prejuízo causado pelo aumento acumulado de 60% do óleo diesel em um ano.
Para o economista da PUC-Campinas Cândido Ferreira da Silva, porém, o aumento das tarifas de ônibus nesses percentuais sacrifica, principalmente, os mais pobres. Segundo ele, em média, os assalariados receberam aumentos de 5%, em 2002. Ele também afirma que a medida tiraria passageiros do sistema.
Para a copeira Marlene Conceição da Silva, 33, o preço da passagem em Campinas já é alto (R$ 1,30). "Para mim um novo aumento seria um absurdo, já que pego quatro ônibus por dia."
"Não há outra forma de cobrir os gastos, ainda mais após o último reajuste de 9% no preço do diesel feito no domingo. A tarifa mínima tem de ser R$ 1,60", disse Luiz Bellini, um dos diretores da Aetup (Associação das Empresas do Transporte Urbano de Piracicaba).
A Prefeitura de Piracicaba informou que uma comissão de transportes ainda irá discutir a possibilidade de um aumento.
Segundo o diretor do sindicato patronal das permissionárias de Piracicaba Luiz Bellini, o aumento pedido na cidade, apesar de ser o maior da região, não causará um impacto grande aos usuários.
"Aqui o transporte é integrado. O usuário faz baldeação e não paga mais de uma passagem, apesar de pegar mais de um ônibus."
Em Limeira, onde os empresários já protocolaram o pedido de aumento, a proposta é que a tarifa passe dos atuais R$ 1,20 para R$ 1,51 _aumento de 25,8%.
"Vamos fazer também nosso estudo para saber se o valor pedido é justo. Mas acredito ser quase impossível não conceder um reajuste", disse o secretário de Obras e Transportes de Limeira, José Luiz Gazotti.
Em Jundiaí, a pressão pelo reajuste da tarifa acontece apenas dois meses após o aumento dado de 8%, que elevou a passagem para R$ 1,35, na ocasião.
Segundo a Transurb (Associação das Empresas do Transporte Urbano de Jundiaí), as empresas protocolaram ontem um novo pedido de análise da tarifa e acreditam que o valor mínimo deva ser de R$ 1,50. A prefeitura informou que a questão será discutida.
Apesar de requererem o segundo aumento de tarifa no ano, as empresas não concederam aumento de salários aos motoristas e cobradores em 2002.
"Não abrimos mais mão de nossa parcela. Se a tarifa subir, já avisamos que teremos de ter ganho salarial", disse o presidente do Sindicato dos Condutores de Jundiaí, Laurindo Lopes.
Em Americana, a prefeitura informou que as empresas querem um aumento de 18,3%. A tarifa subiria de R$ 1,20 para R$ 1,42. A administração informou que estuda a requisição.
Em Campinas, a Transurc (Associação das Empresas Permissionárias do Transporte Coletivo de Campinas) contratou uma empresa de São Paulo para avaliar o impacto dos aumentos do diesel e demais custos e projetar um valor ideal para a tarifa. O sindicato preferiu não adiantar valores.
A Folha apurou, com base em dados das planilhas do transporte, que eles não devem pedir uma tarifa inferior a R$ 1,45. Hoje, ela é de R$ 1,30.
O secretário de Transportes, Marcos Bicalho, não foi encontrado para comentar o assunto.
Leia mais:
Aumento da tarifa de ônibus deve reduzir passageiros
Tarifa de ônibus deve subir em 5 municípios da região de Campinas
CLAUDIO LIZA JUNIORda Folha Campinas
As empresas de ônibus que fazem o transporte público em cinco cidades da região _Americana, Campinas, Jundiaí, Limeira e Piracicaba_ pretendem aumentar em até 33,3% o valor da tarifa, ainda neste ano, devido ao aumento do diesel.
O maior aumento pedido é o de Piracicaba, onde os empresários querem subir o valor da passagem de R$ 1,20 para R$ 1,60.
O argumento dos empresários, que se repete nas demais cidades, é que eles precisam rever a tarifa para cobrir o prejuízo causado pelo aumento acumulado de 60% do óleo diesel em um ano.
Para o economista da PUC-Campinas Cândido Ferreira da Silva, porém, o aumento das tarifas de ônibus nesses percentuais sacrifica, principalmente, os mais pobres. Segundo ele, em média, os assalariados receberam aumentos de 5%, em 2002. Ele também afirma que a medida tiraria passageiros do sistema.
Para a copeira Marlene Conceição da Silva, 33, o preço da passagem em Campinas já é alto (R$ 1,30). "Para mim um novo aumento seria um absurdo, já que pego quatro ônibus por dia."
"Não há outra forma de cobrir os gastos, ainda mais após o último reajuste de 9% no preço do diesel feito no domingo. A tarifa mínima tem de ser R$ 1,60", disse Luiz Bellini, um dos diretores da Aetup (Associação das Empresas do Transporte Urbano de Piracicaba).
A Prefeitura de Piracicaba informou que uma comissão de transportes ainda irá discutir a possibilidade de um aumento.
Segundo o diretor do sindicato patronal das permissionárias de Piracicaba Luiz Bellini, o aumento pedido na cidade, apesar de ser o maior da região, não causará um impacto grande aos usuários.
"Aqui o transporte é integrado. O usuário faz baldeação e não paga mais de uma passagem, apesar de pegar mais de um ônibus."
Em Limeira, onde os empresários já protocolaram o pedido de aumento, a proposta é que a tarifa passe dos atuais R$ 1,20 para R$ 1,51 _aumento de 25,8%.
"Vamos fazer também nosso estudo para saber se o valor pedido é justo. Mas acredito ser quase impossível não conceder um reajuste", disse o secretário de Obras e Transportes de Limeira, José Luiz Gazotti.
Em Jundiaí, a pressão pelo reajuste da tarifa acontece apenas dois meses após o aumento dado de 8%, que elevou a passagem para R$ 1,35, na ocasião.
Segundo a Transurb (Associação das Empresas do Transporte Urbano de Jundiaí), as empresas protocolaram ontem um novo pedido de análise da tarifa e acreditam que o valor mínimo deva ser de R$ 1,50. A prefeitura informou que a questão será discutida.
Apesar de requererem o segundo aumento de tarifa no ano, as empresas não concederam aumento de salários aos motoristas e cobradores em 2002.
"Não abrimos mais mão de nossa parcela. Se a tarifa subir, já avisamos que teremos de ter ganho salarial", disse o presidente do Sindicato dos Condutores de Jundiaí, Laurindo Lopes.
Em Americana, a prefeitura informou que as empresas querem um aumento de 18,3%. A tarifa subiria de R$ 1,20 para R$ 1,42. A administração informou que estuda a requisição.
Em Campinas, a Transurc (Associação das Empresas Permissionárias do Transporte Coletivo de Campinas) contratou uma empresa de São Paulo para avaliar o impacto dos aumentos do diesel e demais custos e projetar um valor ideal para a tarifa. O sindicato preferiu não adiantar valores.
A Folha apurou, com base em dados das planilhas do transporte, que eles não devem pedir uma tarifa inferior a R$ 1,45. Hoje, ela é de R$ 1,30.
O secretário de Transportes, Marcos Bicalho, não foi encontrado para comentar o assunto.
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