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02/08/2000 - 20h52

Sobe para 35 número de mortos em Alagoas; no total, 53 pessoas já morreram no NE

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WILLIAM FRANÇA
ARI CIPOLA
da Agência Folha, em Maceió

As chuvas e as cheias dos rios em Alagoas já deixaram um saldo de 35 mortos, 59 mil desabrigados e 25 cidades em estado de calamidade pública, além de outras 4 em estado de emergência.

Com isso, 53 pessoas morreram desde segunda-feira em Pernambuco e Alagoas por causa das chuvas que atingem a região. Em Pernambuco, são 18 os os mortos e 50 mil desabrigados.

No total, as fortes chuvas levaram 41 municípios a decretar estado de calamidade no Nordeste. Mais 17 cidades estão em estado de emergência. Os desabrigados podem chegar a 110 mil.

Apenas nesta quarta-feira (2), a Defesa Civil de Alagoas contabilizou mais 26 mortos.

Das cidades atingidas, 15 estavam totalmente isoladas, sem energia elétrica e sistema telefônico. A situação mais crítica é dos municípios ao norte do Estado, especialmente São Luís do Quitunde (90 km de Maceió), onde morreram nove pessoas.

A situação em Alagoas tende a se agravar nas próximas horas, porque não tem parado de chover na cabeceira dos rios, todas em Pernambuco. "O quadro é desesperador", afirmou o governador Ronaldo Lessa (PSB), antes mesmo de ter sobrevoado a região na companhia do presidente Fernando Henrique Cardoso.

FHC considerou a situação de Alagoas pior que a de Pernambuco, após sobrevoar de helicóptero seis municípios alagoanos, alguns deles totalmente ilhados. O presidente só viu municípios inundados em Alagoas.

Em Pernambuco, FHC se limitou a sobrevoar bairros da Grande Recife, que sofrem mais com desabamentos de encostas.

"É uma verdadeira operação de guerra", afirmou FHC na chegada a Maceió, quando anunciou que haverá reforço na atuação das Forças Armadas na região.

Nesta quarta, em Alagoas, havia a previsão de atuação de seis helicópteros e de um navio para o transporte de alimentos e remédios para as áreas mais isoladas.

O navio Grajaú, da Marinha, partiria ainda na noite de ontem para a região norte do Estado com 10 mil cestas de alimentos para moradores de seis municípios costeiros. Foi montada uma operação casada com os pescadores, que a bordo de seus barcos buscarão os alimentos, cobertores e remédios para a população ilhada.

O Grajaú levará alimentos para Maragogi, Japaratinga, Porto de Pedras, Paripueira, Barra de Santo Antônio, e São Luiz do Quitunde. Na prática, a chegada do navio será o primeiro socorro externo a esses municípios, alagados desde as primeiras horas da madrugada de ontem. Nesses municípios faltava até água potável para seus moradores.

Devido ao isolamento, a Comissão Estadual de Defesa Civil não conseguiu atender os pleitos dos hospitais que pediam remédios e mais profissionais. Apenas em União dos Palmares (80 km de Maceió), que tinha 11 mil desabrigados, mais de 50 pessoas ficaram feridas pela força das águas do rio Mundaú ou por desabamentos. Até a noite de hoje, muitas não haviam sido atendidas.

Em Porto de Pedras, o principal drama era a falta de alimentação. Lessa autorizou os moradores a usarem a merenda escolar depois de que o governo fora informado de que apenas a padaria da cidade estava vendendo alimentos. Os demais estabelecimentos estavam submersos.

Com as cheias, o governo alagoano teme a proliferação de doenças como a leptospirose e o cólera. Este ano o Estado já registrou seis casos de leptospirose e 180 de cólera.

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