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09/12/2002 - 19h10

PF prende 23 e desarticula quadrilha ligada a Beira-Mar

da Agência Folha, em Belém
da Folha Online

A Polícia Federal prendeu hoje 23 pessoas em oito Estados e no Distrito Federal acusadas de envolvimento em uma das maiores organizações criminosas do país, que atuava no tráfico internacional de drogas e lavagem de dinheiro e tinha ligações com o traficante Luiz Fernando da Costa, o Fernandinho Beira-Mar, preso no Rio de Janeiro.

A ação, batizada de "Operação Diamante", cumpriu 30 mandados prisão e de busca e apreensão expedidos pela Justiça Federal de Goiás. Apontado pela PF como um dos principais chefes da quadrilha, o empresário e fazendeiro goiano Leonardo Dias Mendonça, 49, foi preso no início da tarde em Goiânia. Seu irmão, Alencar Dias Mendonça, está preso no Suriname sob acusação de carregar 450 quilos de cocaína.

Foram cerca de três anos de investigações da Polícia Federal sobre o complexo mecanismo de atuação da quadrilha. Segundo a PF, a organização trocava armas por drogas com as Farc (Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia) e tinha conexões com o Suriname e o Paraguai.

Segundo a PF, a quadrilha distribuía cocaína para os principais centros consumidores com ramificações em Goiás, Pará, Roraima, Maranhão, Amazonas, Distrito Federal, São Paulo, Rio de Janeiro e Minas Gerais.

Nas fronteiras entre Pará, Suriname e a Guiana, a quadrilha utilizava pistas de pouso clandestinas como forma de reabastecer e fazer reparos em aviões para o transporte da droga para as regiões Sul e Sudeste do país.

Além disso, o Suriname serviria como ponto de envio da droga para o exterior, segundo as investigações.

Entre os presos estão dois advogados: um do Rio e o outro de São José do Rio Preto (440 km a noroeste de São Paulo).

Muitos dos presos já haviam sido autuados anteriormente pela PF por tráfico de drogas ou lavagem de dinheiro e estavam em liberdade por "força de decisão judicial".

Segundo a PF, na relação dos 30 mandados de prisão expedidos estão os nomes de Fernandinho Beira-Mar, preso no Rio, e Romilton Queiroz Hosi, preso em Mato Grosso.

CPI
Leonardo Dias Mendonça foi indiciado há quatro meses pelo governo dos EUA ao lado do traficante Fernandinho Beira-Mar, a quem seria ligado no comando da organização.

O advogado dele no Pará, Oswaldo Serrão, foi procurado para falar sobre o assunto, mas não foi localizado. Mendonça é dono de empresas e fazendas no Estado.

As investigações da PF apontam que Mendonça é supostamente sócio no tráfico de cocaína internacional de Desire Delano Bouterse, ditador do Suriname entre 1980 e 1987, e do filho dele, Dino Bouters.

Mendonça chegou a ser investigado pela CPI do Narcotráfico e foi preso em 1999, mas foi liberado 15 dias depois por decisão da 5ª Turma do Superior Tribunal de Justiça, em Brasília.

Na ocasião, a CPI do Narcotráfico acusou Mendonça de ser dono de algumas das empresas que forneciam notas fiscais frias para prefeituras encobrirem licitações e obras superfaturadas ou inexistentes.

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