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14/12/2002 - 03h01

Vereador do PDT-SP muda voto e fortalece Arselino Tatto

JOÃO CARLOS SILVA
da Folha de S.Paulo

A novela da disputa pela presidência da Câmara Municipal de São Paulo terminou ontem com a mudança de voto de pelo menos um vereador do PDT e o consequente fortalecimento do candidato apoiado pelo governo, Arselino Tatto (PT). O último capítulo do embate será amanhã.

O grupo adversário, de Antônio Carlos Rodrigues (PL), concorrente lançado pela base aliada do Executivo, chegou a admitir ontem à tarde que havia perdido dois votos e começou a discutir a possibilidade de aceitar um acordo para dar a vitória ao petista.

No acordo, partidos que estão com Rodrigues, como o PSDB e o PMDB, passariam a integrar a chapa de Tatto. Rodrigues pode ficar fora do acordo e passar a fazer oposição ao governo.

Até anteontem, Rodrigues contava ter o apoio de 29 dos 55 vereadores, um a mais do que o necessário para se eleger presidente.

O apoio, porém, começou a ruir anteontem à noite. Eliseu Gabriel, líder do PDT, enviou uma carta a Rodrigues pedindo que seu nome fosse retirado de um documento em que os 29 vereadores declaram apoio ao vereador do PL.

"A chapa da base governista transformou-se em chapa de oposição, sem que fosse essa a intenção dos que a idealizaram", escreveu Gabriel na carta para justificar sua mudança de voto.

O documento causou uma invasão de vereadores do grupo de Rodrigues no gabinete de Gabriel anteontem. Houve gritaria e empurra-empurra. O episódio, definido por Gabriel como "truculento", fez o vereador mudar de vez o voto ontem, segundo ele.

Com a decisão de Gabriel, surgiu a dúvida sobre o voto de outro pedetista, o vereador Humberto Martins. Gabriel disse que ele também apoiará Tatto. Martins disse à noite, após um encontro com Rodrigues, estar indeciso.

Há também um terceiro pedetista na bancada, o vereador Antônio Paes Baratão, que ontem não falou sobre o assunto.

Além do voto de Gabriel, o grupo de Rodrigues também chegou a contabilizar ontem a perda do apoio de Edvaldo Estima (sem partido), outro que assinou o documento de Rodrigues.

Já no grupo de Tatto, no final do dia, a contagem era de pelo menos 28 votos a favor do petista. A conta, porém, depende de vários cenários. Hoje, o grupo de Rodrigues fará uma reunião para decidir o rumo da candidatura dele. "Em política, se conversa muito", disse ontem Rodrigues sobre o acordo oferecido por Tatto.

O vereador justificou o recuo -antes ele descartava uma composição que colocasse Tatto na presidência- devido à mudança de voto de Gabriel, a quem ele chamou de "mau-caráter", "traidor" e "sem-vergonha". "Eu pensava que tinha 28 pessoas dignas. Não sabia que tinha um bandalho [indivíduo sem dignidade" no grupo", disse sobre o recuo.

Dúvidas
Além da reunião programada para hoje, ainda há outras dúvidas. No grupo de Rodrigues, havia ontem pelo menos três riscos: os votos de Humberto Martins, Estima e Havanir Nimtz (Prona).

Investigada em uma sindicância devido a acusações de venda de candidaturas, corre no Legislativo o boato de que ela não comparecerá para votar amanhã.

Do outro lado, também havia dúvidas: o PMDB, que fechou questão quanto ao apoio a Rodrigues, ameaça expulsar três vereadores que não seguiram, até ontem, a determinação: Myryam Athiê, José Olímpio e Jooji Hato.

Há ainda boatos sobre a possibilidade de um vereador do grupo de Tatto mudar o voto e de que Estima voltará a apoiar Rodrigues. Nos dois grupos também circulam informações sobre vereadores que terão problemas de última hora e não votarão. "Há muita gente doida para adoecer", disse Paulo Frange (PTB).

Se houver duas chapas na disputa, vencerá a eleição o vereador que reunir, em primeira votação, 28 votos. Se ninguém tiver esses votos, a decisão vai para uma segunda votação em que basta o voto da maioria presente. Se ainda assim não houver uma decisão, vence o candidato mais velho.
 

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