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15/12/2002
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02h36
Um juiz e dois funcionários da Justiça Federal de Goiás e um seleto grupo de policiais federais ocultaram por quase três anos os detalhes da investigação que resultou em 23 prisões em nove Estados, todas sob a acusação de envolvimento com o tráfico internacional de drogas e armas.
No Fórum de Goiânia, apenas três pessoas tinham acesso ao processo, que ficava guardado em um cofre, por determinação do juiz José Godinho Filho, da 5ª Vara Federal de Goiás.
Todas as decisões eram cumpridas por um mesmo funcionário, que acumulava todas as funções de cartório: de tirar cópias de documentos a entregar autorizações de grampos à polícia.
Agentes pré-selecionados pegavam pessoalmente as ordens de escuta e as entregavam às empresas de telefonia. ""Se vazasse alguma coisa em um grupo limitado, saberíamos quem foi", disse uma das autoridades envolvidas na investigação.
No começo, as conversas captadas eram em código, mas, com o tempo, os suspeitos foram ficando mais à vontade e começaram a mencionar nomes e cargos.
Mesmo dentro da Polícia Federal, as informações ficaram divididas. Para garantir segredo, agentes participavam de ações sem saber o real motivo dos levantamentos: identificar os membros mais ativos da quadrilha de Leonardo Dias Mendonça.
O momento mais tenso foi em outubro, quando chegou ao fórum o relatório final da apuração, com os pedidos de prisão. O cuidado foi tanto que o juiz da 5ª Vara proibiu até a entrada da faxineira em sua sala.
Dois dos 23 presos nesta semana na Operação Diamante tinham parentes trabalhando na Justiça Federal de Goiás, que nunca ficaram sabendo das movimentações que aconteciam no sexto andar do prédio do Fórum de Goiânia.
Tais cuidados impediram ainda que o suposto negócio de venda de sentenças, cujos primeiros indícios surgiram no início da apuração, viesse a público antes.
Do lado da Polícia Federal, o comando da operação ficou em Brasília, distribuindo tarefas para os Estados. Goiás e Pará foram apontados como as principais regiões de atuação do grupo.
Investigação foi secreta por três anos
da Folha de S.Paulo, em Brasília e GioâniaUm juiz e dois funcionários da Justiça Federal de Goiás e um seleto grupo de policiais federais ocultaram por quase três anos os detalhes da investigação que resultou em 23 prisões em nove Estados, todas sob a acusação de envolvimento com o tráfico internacional de drogas e armas.
No Fórum de Goiânia, apenas três pessoas tinham acesso ao processo, que ficava guardado em um cofre, por determinação do juiz José Godinho Filho, da 5ª Vara Federal de Goiás.
Todas as decisões eram cumpridas por um mesmo funcionário, que acumulava todas as funções de cartório: de tirar cópias de documentos a entregar autorizações de grampos à polícia.
Agentes pré-selecionados pegavam pessoalmente as ordens de escuta e as entregavam às empresas de telefonia. ""Se vazasse alguma coisa em um grupo limitado, saberíamos quem foi", disse uma das autoridades envolvidas na investigação.
No começo, as conversas captadas eram em código, mas, com o tempo, os suspeitos foram ficando mais à vontade e começaram a mencionar nomes e cargos.
Mesmo dentro da Polícia Federal, as informações ficaram divididas. Para garantir segredo, agentes participavam de ações sem saber o real motivo dos levantamentos: identificar os membros mais ativos da quadrilha de Leonardo Dias Mendonça.
O momento mais tenso foi em outubro, quando chegou ao fórum o relatório final da apuração, com os pedidos de prisão. O cuidado foi tanto que o juiz da 5ª Vara proibiu até a entrada da faxineira em sua sala.
Dois dos 23 presos nesta semana na Operação Diamante tinham parentes trabalhando na Justiça Federal de Goiás, que nunca ficaram sabendo das movimentações que aconteciam no sexto andar do prédio do Fórum de Goiânia.
Tais cuidados impediram ainda que o suposto negócio de venda de sentenças, cujos primeiros indícios surgiram no início da apuração, viesse a público antes.
Do lado da Polícia Federal, o comando da operação ficou em Brasília, distribuindo tarefas para os Estados. Goiás e Pará foram apontados como as principais regiões de atuação do grupo.
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