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15/12/2002
-
12h10
da Folha Online
Sob o mesmo clima tenso e tumultuado que marcou a semana, o vereador governista Arselino Tatto (PT) foi eleito nesta manhã novo presidente da Câmara Municipal de São Paulo.
Conforme previa, Tatto venceu a eleição por 29 votos contra 25 recebidos pelo adversário, Antonio Carlos Rodrigues (PL). Não compareceu à sessão a vereadora Havanir Nimtz (Prona), que enfrenta sindicância na Casa por acusação de cobrar pela legenda a interessados em lançar candidatura à Assembléia Legislativa de São Paulo.
Foram decisivos para a vitória de Tatto os votos de Humberto Martins e Eliseu Gabriel, do PDT, e Edvaldo Estima (sem partido), que haviam assinado uma lista na qual se comprometiam a apoiar o candidato do PL, além dos vereadores Myryam Athiê e Jooji Hato, ambos do PMDB. O partido também havia fechado apoio a Rodrigues.
A eleição foi marcada por tumulto, empurra-empurra e troca de insultos entre os vereadores. O momento de maior tensão ocorreu quando o líder do PDT na Casa, Eliseu Gabriel, anunciou seu voto a Tatto. Os parlamentares que apoiaram Rodrigues, em coro, gritaram e acusaram o vereador de "traidor".
No momento do voto, Gabriel voltou a dizer que foi "agredido" na última quinta-feira por Rodrigues. Na ocasião, Rodrigues e outros vereadores invadiram o gabinete de Gabriel para tomar satisfações sobre a decisão dele ter mudado o voto.
O líder do PDT havia assinado a lista de apoio ao candidato do PL e o incentivou a concorrer à presidência da Câmara. No entanto, na quinta-feira, Gabriel pediu a retirada de seu nome da lista de apoio conforme orientação dos diretórios nacional e estadual do partido, que apóia o PT.
Tumulto
Após o voto de Gabriel, os vereadores Wadih Mutran (PPB), Roberto Tripoli e Dalton Silvano, ambos do PSDB, partiram para cima do pedetista. Segundo Gabriel, ele foi empurrado e agredido fisicamente pelo grupo.
Depois, Mutran afirmou que Gabriel deveria "fazer um exame de corpo e delito". "Traidor pode bater a cabeça na parede e dizer que fui eu", disse Mutran.
"Quero agradecer ao traidor da nossa lista", disse Rodrigues, antes de votar, referindo-se a Gabriel. Ele atribuiu sua derrota, além da mudança de voto de Gabriel, à uma "traição de última hora" de Estima e Humberto Martins.
Rodrigues também lamentou a ausência do voto de Havanir. "Tem que saber o que aconteceu com a Havanir. Não deixaram a Havanir vir", afirmou.
Bancada evangélica
Mesmo pertencendo ao PL, partido de Rodrigues, o vereador Vanderley de Jesus acompanhou o voto dos outros integrantes da Igreja Universal _Bispo Atílio (PTB), José Olímpio (PMDB) e Celso Cardoso (PFL)_ e votou em Tatto.
Em tom irônico, o vereador petista Ítalo Cardoso jogou água em Vanderley de Jesus. O candidato do PL à presidência disse ao vereador que ele estaria fora do partido.
PMDB
Após a votação de Myryam Athiê, José Olímpio e Jooji Hato a favor do candidato petista, o vereador Milton Leite, presidente estadual do PMDB, disse que pedirá para que os vereadores que não acompanharam o voto da bancada sejam desligados do partido.
"Eu não posso aceitar uma acusação de gente [Milton Leite] que pensa que é dono do PMDB", disse Myryam. "Se realmente eu for expulsa, sem partido garanto que não vou ficar." A vereadora também protagonizou cenas de discussão no plenário e bateu boca com o tucano Roberto Tripoli.
PDT
Os vereadores do PDT que votaram em Tatto também discutiram com outros parlamentares. Após o término da eleição, Humberto Martins bateu boca com Mutran.
"Eu não fui traidor. Eu tinha um acordo com o Carlinhos [Antonio Carlos Rodrigues] de que se alguém traísse o grupo dos 29 eu retiraria meu nome da lista", alegou.
Mutran respondeu ao vereador usando outro candidato do PDT, Antonio Paes, o Baratão, que manteve o voto em Rodrigues. "O Baratão também é do PDT", disse.
Mutran e o vereador Salim Curiati (PPB) voltaram a acusar Tatto de ter oferecido cargos do Executivo em troca de votos. "Foram oferecidos cargos nas subprefeituras da Vila Maria e da Vila Guilherme", disse Mutran. Já Curiati afirmou que o PT ofereceu cargos na Secretaria dos Transportes. O PT nega. "O Executivo não teve interferência nenhuma na eleição", disse Tatto.
Já o vereador Estima mostrou-se indiferente às acusações trocadas entre os colegas da Casa. "Eu assinei duas listas", ironizou. "Hoje, estou com o governo. Fiz o que achei que tinha de fazer."
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Em votação tumultuada, Tatto é eleito presidente da Câmara de SP
SILVIO NAVARROda Folha Online
Sob o mesmo clima tenso e tumultuado que marcou a semana, o vereador governista Arselino Tatto (PT) foi eleito nesta manhã novo presidente da Câmara Municipal de São Paulo.
Conforme previa, Tatto venceu a eleição por 29 votos contra 25 recebidos pelo adversário, Antonio Carlos Rodrigues (PL). Não compareceu à sessão a vereadora Havanir Nimtz (Prona), que enfrenta sindicância na Casa por acusação de cobrar pela legenda a interessados em lançar candidatura à Assembléia Legislativa de São Paulo.
Foram decisivos para a vitória de Tatto os votos de Humberto Martins e Eliseu Gabriel, do PDT, e Edvaldo Estima (sem partido), que haviam assinado uma lista na qual se comprometiam a apoiar o candidato do PL, além dos vereadores Myryam Athiê e Jooji Hato, ambos do PMDB. O partido também havia fechado apoio a Rodrigues.
A eleição foi marcada por tumulto, empurra-empurra e troca de insultos entre os vereadores. O momento de maior tensão ocorreu quando o líder do PDT na Casa, Eliseu Gabriel, anunciou seu voto a Tatto. Os parlamentares que apoiaram Rodrigues, em coro, gritaram e acusaram o vereador de "traidor".
No momento do voto, Gabriel voltou a dizer que foi "agredido" na última quinta-feira por Rodrigues. Na ocasião, Rodrigues e outros vereadores invadiram o gabinete de Gabriel para tomar satisfações sobre a decisão dele ter mudado o voto.
O líder do PDT havia assinado a lista de apoio ao candidato do PL e o incentivou a concorrer à presidência da Câmara. No entanto, na quinta-feira, Gabriel pediu a retirada de seu nome da lista de apoio conforme orientação dos diretórios nacional e estadual do partido, que apóia o PT.
Tumulto
Após o voto de Gabriel, os vereadores Wadih Mutran (PPB), Roberto Tripoli e Dalton Silvano, ambos do PSDB, partiram para cima do pedetista. Segundo Gabriel, ele foi empurrado e agredido fisicamente pelo grupo.
Depois, Mutran afirmou que Gabriel deveria "fazer um exame de corpo e delito". "Traidor pode bater a cabeça na parede e dizer que fui eu", disse Mutran.
"Quero agradecer ao traidor da nossa lista", disse Rodrigues, antes de votar, referindo-se a Gabriel. Ele atribuiu sua derrota, além da mudança de voto de Gabriel, à uma "traição de última hora" de Estima e Humberto Martins.
Rodrigues também lamentou a ausência do voto de Havanir. "Tem que saber o que aconteceu com a Havanir. Não deixaram a Havanir vir", afirmou.
Bancada evangélica
Mesmo pertencendo ao PL, partido de Rodrigues, o vereador Vanderley de Jesus acompanhou o voto dos outros integrantes da Igreja Universal _Bispo Atílio (PTB), José Olímpio (PMDB) e Celso Cardoso (PFL)_ e votou em Tatto.
Em tom irônico, o vereador petista Ítalo Cardoso jogou água em Vanderley de Jesus. O candidato do PL à presidência disse ao vereador que ele estaria fora do partido.
PMDB
Após a votação de Myryam Athiê, José Olímpio e Jooji Hato a favor do candidato petista, o vereador Milton Leite, presidente estadual do PMDB, disse que pedirá para que os vereadores que não acompanharam o voto da bancada sejam desligados do partido.
"Eu não posso aceitar uma acusação de gente [Milton Leite] que pensa que é dono do PMDB", disse Myryam. "Se realmente eu for expulsa, sem partido garanto que não vou ficar." A vereadora também protagonizou cenas de discussão no plenário e bateu boca com o tucano Roberto Tripoli.
PDT
Os vereadores do PDT que votaram em Tatto também discutiram com outros parlamentares. Após o término da eleição, Humberto Martins bateu boca com Mutran.
"Eu não fui traidor. Eu tinha um acordo com o Carlinhos [Antonio Carlos Rodrigues] de que se alguém traísse o grupo dos 29 eu retiraria meu nome da lista", alegou.
Mutran respondeu ao vereador usando outro candidato do PDT, Antonio Paes, o Baratão, que manteve o voto em Rodrigues. "O Baratão também é do PDT", disse.
Mutran e o vereador Salim Curiati (PPB) voltaram a acusar Tatto de ter oferecido cargos do Executivo em troca de votos. "Foram oferecidos cargos nas subprefeituras da Vila Maria e da Vila Guilherme", disse Mutran. Já Curiati afirmou que o PT ofereceu cargos na Secretaria dos Transportes. O PT nega. "O Executivo não teve interferência nenhuma na eleição", disse Tatto.
Já o vereador Estima mostrou-se indiferente às acusações trocadas entre os colegas da Casa. "Eu assinei duas listas", ironizou. "Hoje, estou com o governo. Fiz o que achei que tinha de fazer."
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