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16/12/2002
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02h33
A eleição de Arselino Tatto (PT) ontem para a presidência da Câmara e duas indicações feitas pela prefeita Marta Suplicy no mês passado sacramentaram a expansão da influência da família Tatto na administração municipal.
Arselino está com os bens bloqueados pela Justiça. O Ministério Público investiga acusações de que ele ficaria com parte do pagamento de seus funcionários.
No dia 25 de novembro, Marta anunciou o secretário das Subprefeituras, Jilmar Tatto, 37, irmão de Arselino, para a vaga de Carlos Zarattini na Secretaria Municipal dos Transportes. Desde então, Jilmar acumula o comando das duas secretarias.
É a terceira pasta ocupada por ele desde o início da gestão Marta na cidade. Em 2001, ele assumiu a Secretaria Municipal do Abastecimento (Semab), com um orçamento inferior a R$ 200 milhões, e a trocou, em janeiro deste ano, pela pasta das Subprefeituras.
No mesmo dia 25 de novembro, Antonio Carlos Rea, ex-chefe de gabinete de Jilmar na Semab, foi indicado para a vice-presidência da Emurb (Empresa Municipal de Urbanização) no lugar de Nádia Somekh, alçada à presidência do órgão após Maurício Faria sair para ocupar vaga no Tribunal de Contas do Município (TCM).
A influência dos Tatto na administração estende-se pelas subprefeituras de Capela do Socorro e do Campo Limpo. Na primeira, o subprefeito Tadeu José Aparecido Pinheiro Dias Pais foi funcionário do gabinete do vereador Arselino, irmão do secretário e eleito ontem presidente da Câmara.
No segundo caso, o subprefeito Glauco José Pereira Aires trabalhava no Psiu (Programa de Silêncio Urbano), ligado à Semab. Com a ascensão de Jilmar à Secretaria das Subprefeituras, foi transferido para o Campo Limpo.
Os Tatto também indicaram o chefe de gabinete da Subprefeitura da Vila Maria, Valdir Neves, que deixou o posto há cerca de dois meses. O chefe de gabinete coordena o trabalho burocrático na subprefeitura e chega a substituir o subprefeito quando ele está ocupado com outras tarefas.
No Serviço Funerário, o superintendente Osvaldir Barbosa de Freitas é amigo de Jilmar e doou dinheiro para a campanha de Arselino. O ex-vereador Armelindo Passoni, que também contribuiu e apoiou a campanha de Arselino, está no Banco do Povo.
Na Semab, Inalda Ferreira da Silva Suguiura e Jair Batista de Santana, dois ex-funcionários de Jilmar na Assembléia Legislativa, ocupam os cargos de coordenador de sacolões e de feiras.
Consulta
A Folha apurou que a prefeita chegou a consultar por telefone alguns vereadores e secretários para saber o que achavam da escolha de Jilmar para a Secretaria dos Transportes. Ouviu elogios, mas também ponderações.
Uma delas é que seria preciso reequilibrar a distribuição de cargos entre as forças internas do PT e também entre os aliados, sob pena de criar mal-estar político. Marta ouviu, mas resolveu apostar na qualidade de "bom negociador" de Jilmar para um setor que enfrenta muitos problemas.
No PT, e principalmente entre vereadores do próprio partido, tem-se como certo que o plano dos Tatto é ganhar cada vez mais espaço na administração municipal e, dessa forma, cacifar Jilmar para ser o candidato a vice na chapa de Marta à reeleição, em 2004.
Como muitos apostam que a prefeita quer ser candidata ao governo do Estado, em 2006, Jilmar assumiria a prefeitura. Arselino nega que a família tenha essa intenção e elogia a prefeita e seu vice, Hélio Bicudo.
Família Tatto ganha espaço na prefeitura de SP
da Folha de S.PauloA eleição de Arselino Tatto (PT) ontem para a presidência da Câmara e duas indicações feitas pela prefeita Marta Suplicy no mês passado sacramentaram a expansão da influência da família Tatto na administração municipal.
Arselino está com os bens bloqueados pela Justiça. O Ministério Público investiga acusações de que ele ficaria com parte do pagamento de seus funcionários.
No dia 25 de novembro, Marta anunciou o secretário das Subprefeituras, Jilmar Tatto, 37, irmão de Arselino, para a vaga de Carlos Zarattini na Secretaria Municipal dos Transportes. Desde então, Jilmar acumula o comando das duas secretarias.
É a terceira pasta ocupada por ele desde o início da gestão Marta na cidade. Em 2001, ele assumiu a Secretaria Municipal do Abastecimento (Semab), com um orçamento inferior a R$ 200 milhões, e a trocou, em janeiro deste ano, pela pasta das Subprefeituras.
No mesmo dia 25 de novembro, Antonio Carlos Rea, ex-chefe de gabinete de Jilmar na Semab, foi indicado para a vice-presidência da Emurb (Empresa Municipal de Urbanização) no lugar de Nádia Somekh, alçada à presidência do órgão após Maurício Faria sair para ocupar vaga no Tribunal de Contas do Município (TCM).
A influência dos Tatto na administração estende-se pelas subprefeituras de Capela do Socorro e do Campo Limpo. Na primeira, o subprefeito Tadeu José Aparecido Pinheiro Dias Pais foi funcionário do gabinete do vereador Arselino, irmão do secretário e eleito ontem presidente da Câmara.
No segundo caso, o subprefeito Glauco José Pereira Aires trabalhava no Psiu (Programa de Silêncio Urbano), ligado à Semab. Com a ascensão de Jilmar à Secretaria das Subprefeituras, foi transferido para o Campo Limpo.
Os Tatto também indicaram o chefe de gabinete da Subprefeitura da Vila Maria, Valdir Neves, que deixou o posto há cerca de dois meses. O chefe de gabinete coordena o trabalho burocrático na subprefeitura e chega a substituir o subprefeito quando ele está ocupado com outras tarefas.
No Serviço Funerário, o superintendente Osvaldir Barbosa de Freitas é amigo de Jilmar e doou dinheiro para a campanha de Arselino. O ex-vereador Armelindo Passoni, que também contribuiu e apoiou a campanha de Arselino, está no Banco do Povo.
Na Semab, Inalda Ferreira da Silva Suguiura e Jair Batista de Santana, dois ex-funcionários de Jilmar na Assembléia Legislativa, ocupam os cargos de coordenador de sacolões e de feiras.
Consulta
A Folha apurou que a prefeita chegou a consultar por telefone alguns vereadores e secretários para saber o que achavam da escolha de Jilmar para a Secretaria dos Transportes. Ouviu elogios, mas também ponderações.
Uma delas é que seria preciso reequilibrar a distribuição de cargos entre as forças internas do PT e também entre os aliados, sob pena de criar mal-estar político. Marta ouviu, mas resolveu apostar na qualidade de "bom negociador" de Jilmar para um setor que enfrenta muitos problemas.
No PT, e principalmente entre vereadores do próprio partido, tem-se como certo que o plano dos Tatto é ganhar cada vez mais espaço na administração municipal e, dessa forma, cacifar Jilmar para ser o candidato a vice na chapa de Marta à reeleição, em 2004.
Como muitos apostam que a prefeita quer ser candidata ao governo do Estado, em 2006, Jilmar assumiria a prefeitura. Arselino nega que a família tenha essa intenção e elogia a prefeita e seu vice, Hélio Bicudo.
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