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18/12/2002
-
20h28
da Folha Online
Uma manobra governista de última hora adiou o parecer final da sindicância instalada na Câmara de São Paulo para investigar a atuação de Havanir Nimtz (Prona) sobre suposta venda de vagas para concorrer a deputado pela legenda.
Por um pedido do vereador Alcides Amazonas (PC do B), a votação final do relatório que aponta quebra de decoro parlamentar de Havanir foi adiada por 24 horas.
A manobra, portanto, impede a abertura de uma CPI (Comissão Parlamentar de Inquérito) antes da diplomação de Havanir como deputada estadual na Assembléia Legislativa amanhã, às 11h.
Não tendo nenhuma investigação na Câmara, a vereadora pode ser diplomada sem qualquer empecilho. Na prática, com a decisão os vereadores empurraram a investigação sobre a vereadora do Prona para a Assembléia Legislativa.
Os vereadores acusaram a provável absolvição de Havanir de estar atrelada à eleição de Arselino Tatto (PT) à presidência da Câmara no domingo.
Dos nove vereadores que integram a comissão de sindicância, quatro seriam favoráveis à abertura da comissão processante - Milton Leite (PMDB), Ricardo Montoro (PSDB), Salin Curiat (PPB) e Toninho Paiva (PL), que substitui Antônio Carlos Rodrigues (PL), derrotado na eleição para presidência de domingo.
Três vereadores da comissão são da bancada petista - José Laurindo, Beto Custódio e Bispo Atílio. Os outros dois que podem ser favoráveis à absolvição de Havanir são Alcides Amazonas e o presidente da comissão Eliseu Gabriel (PDT), acusado de "traidor" por Rodrigues por ter retirado o seu apoio a ele às vésperas da eleição.
No início da votação, Celso Jatene (PTB), um dos aliados de Rodrigues na eleição, que substituía Atílio Francisco na mesa, solicitou sua retirada para que o petista pudesse voltar a integrar a comissão e forçasse a maioria favorável a Havanir na mesa.
Após a decisão de adiar a decisão, Montoro sugeriu que as 65 páginas do relatório fossem lidas. Cerca de 15 vereadores, incluindo líderes de bancadas que não fazem parte da comissão, passaram pela sala durante a reunião.
"Não me causa estranheza nenhuma o que aconteceu porque eu já tinha alertado o plenário. Agora, eu tenho certeza", disse Curiati, referindo-se à existência de um possível acordo entre Havanir e o PT.
Havanir ausentou-se da eleição de domingo para não ter de votar em Rodrigues, declarando estar sem condições físicas e psicológicas. Seu nome constava na lista de 29 votos divulgada pelo Rodrigues. "Ficou claro que está condicionado [o voto à eleição]", disse Toninho Paiva.
Alcides Amazonas negou que o pedido de adiamento da votação estivesse vinculado à eleição de Tatto e disse que apenas pediu mais 24 horas porque não queria "tirar uma conclusão precipitada".
"Forças estranhas agiram nesta comissão. Uma vez instalada a CPI, não adianta nada ela renunciar", afirmou o líder da bancada do PMDB da Casa e relator da comissão Milton Leite (PMDB). "Eles queriam votar na sexta-feira aquilo que nem haviam lido. Agora, querem mais tempo para analisar. É lamentável, o que será que mudou de sexta para hoje?."
Havanir esteve presente durante a sessão e novamente recusou-se a comentar o caso.
Manobra na comissão de sindicância deve livrar Havanir de cassação
SILVIO NAVARROda Folha Online
Uma manobra governista de última hora adiou o parecer final da sindicância instalada na Câmara de São Paulo para investigar a atuação de Havanir Nimtz (Prona) sobre suposta venda de vagas para concorrer a deputado pela legenda.
Por um pedido do vereador Alcides Amazonas (PC do B), a votação final do relatório que aponta quebra de decoro parlamentar de Havanir foi adiada por 24 horas.
A manobra, portanto, impede a abertura de uma CPI (Comissão Parlamentar de Inquérito) antes da diplomação de Havanir como deputada estadual na Assembléia Legislativa amanhã, às 11h.
Não tendo nenhuma investigação na Câmara, a vereadora pode ser diplomada sem qualquer empecilho. Na prática, com a decisão os vereadores empurraram a investigação sobre a vereadora do Prona para a Assembléia Legislativa.
Os vereadores acusaram a provável absolvição de Havanir de estar atrelada à eleição de Arselino Tatto (PT) à presidência da Câmara no domingo.
Dos nove vereadores que integram a comissão de sindicância, quatro seriam favoráveis à abertura da comissão processante - Milton Leite (PMDB), Ricardo Montoro (PSDB), Salin Curiat (PPB) e Toninho Paiva (PL), que substitui Antônio Carlos Rodrigues (PL), derrotado na eleição para presidência de domingo.
Três vereadores da comissão são da bancada petista - José Laurindo, Beto Custódio e Bispo Atílio. Os outros dois que podem ser favoráveis à absolvição de Havanir são Alcides Amazonas e o presidente da comissão Eliseu Gabriel (PDT), acusado de "traidor" por Rodrigues por ter retirado o seu apoio a ele às vésperas da eleição.
No início da votação, Celso Jatene (PTB), um dos aliados de Rodrigues na eleição, que substituía Atílio Francisco na mesa, solicitou sua retirada para que o petista pudesse voltar a integrar a comissão e forçasse a maioria favorável a Havanir na mesa.
Após a decisão de adiar a decisão, Montoro sugeriu que as 65 páginas do relatório fossem lidas. Cerca de 15 vereadores, incluindo líderes de bancadas que não fazem parte da comissão, passaram pela sala durante a reunião.
"Não me causa estranheza nenhuma o que aconteceu porque eu já tinha alertado o plenário. Agora, eu tenho certeza", disse Curiati, referindo-se à existência de um possível acordo entre Havanir e o PT.
Havanir ausentou-se da eleição de domingo para não ter de votar em Rodrigues, declarando estar sem condições físicas e psicológicas. Seu nome constava na lista de 29 votos divulgada pelo Rodrigues. "Ficou claro que está condicionado [o voto à eleição]", disse Toninho Paiva.
Alcides Amazonas negou que o pedido de adiamento da votação estivesse vinculado à eleição de Tatto e disse que apenas pediu mais 24 horas porque não queria "tirar uma conclusão precipitada".
"Forças estranhas agiram nesta comissão. Uma vez instalada a CPI, não adianta nada ela renunciar", afirmou o líder da bancada do PMDB da Casa e relator da comissão Milton Leite (PMDB). "Eles queriam votar na sexta-feira aquilo que nem haviam lido. Agora, querem mais tempo para analisar. É lamentável, o que será que mudou de sexta para hoje?."
Havanir esteve presente durante a sessão e novamente recusou-se a comentar o caso.
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