Saltar para o conteúdo principal

Publicidade

Publicidade

 
 
  Siga a Folha de S.Paulo no Twitter
03/08/2000 - 18h39

Surto de leptospirose em PE por causa das chuvas é inevitável, diz secretário

Publicidade

ARI CIPOLA
da Agência Folha, em Maceió
FÁBIO GUIBU
da Agência Folha, em Recife

A Secretaria da Saúde de Pernambuco espera para os próximos dez dias uma epidemia de leptospirose nas áreas atingidas pelas enchentes no Estado.
"Isso é inevitável", disse o secretário estadual da Saúde, Guilherme Robalinho. Segundo ele, há risco de ocorrer também surtos de cólera e hepatite do tipo A.

Para atender os doentes, um esquema especial foi montado pelo Estado nas regiões mais atingidas pelas chuvas. Cerca de 50 leitos hospitalares foram reservados aos pacientes nessas áreas.

Todos os testes de casos suspeitos serão realizados no Lacen (Laboratório Central de Pernambuco), para facilitar o controle e o mapeamento da doença.

Este ano, 96 pessoas contraíram leptospirose em Pernambuco e 25 delas morreram. O número é quase duas vezes maior que o registrado em todo o ano passado.

Em 99 foram confirmados 52 casos da doença, com 13 mortes. A Secretaria da Saúde atribui o aumento do número de casos à chuva que cai desde abril.

Para evitar uma epidemia de cólera, o governo iniciou, com a ajuda do Exército, a distribuição de água potável e hipoclorito nas regiões alagadas do Estado.

No ano passado foram registrados 2.315 casos da doença em Pernambuco, com 49 mortes. Este ano, 432 pessoas contraíram o cólera e dez morreram.

Além de água e remédios, cerca de 60 mil cestas básicas serão distribuídas até domingo aos 50 mil desabrigados nos 34 municípios atingidos pelas chuvas. Os flagelados estão em escolas, ginásios de esportes e prédios públicos.

Dos 16 municípios em estado de calamidade pública, apenas um, Catende, revogou o decreto. O motivo foi uma suspeita de fraude. Para justificar o pedido de calamidade, o prefeito Otacílio Cordeiro (PFL) alegou que 20 pessoas haviam morrido na cidade e 51 estavam desaparecidas. Cordeiro negou a fraude.

Recursos

Os recursos federais para a reconstrução de casas, estradas, vias e prédios públicos só deve chegar a Alagoas e Pernambuco dentro de 30 dias. As chuvas dessa semana provocaram a morte de 56 pessoas nos dois Estados e deixaram 140 mil desabrigados.

Os flagelados só receberão cestas básicas e medicamentos do governo federal na semana que vem, segundo informou nesta quinta-feira, em Maceió, o secretário de Defesa Civil do Ministério do Desenvolvimento Regional, Pedro Sanguinetti.

A anunciada falta de agilidade um dia depois do presidente Fernando Henrique Cardoso ter visitado a região e prometido a liberação rápida de recursos, acabou frustrando os prefeitos.

"Desse governo não posso esperar nada. Vou ter de reconstruir sozinho. Com essa demora, só sobreviremos se Deus quiser", disse à Agência Folha o prefeito de Branquinha (45 km ao Norte de Maceió), Neno Freitas (PTB), 36.

Sanguinetti explicou que a demora se dá em razão dos trâmites a serem seguidos. O secretário deu prazo de cinco dias para que os prefeitos e os governadores apresentem os valores necessários para a reconstrução dos equipamentos urbanos e rurais danificados.

"Já enviamos hoje 73 toneladas de alimentos comprados pelo Estado para os 90 mil flagelados de Alagoas e temos mais 60 toneladas doadas pela comunidade. Acho que estamos atendendo a primeira prioridade com eficiência", disse o governador Ronaldo Lessa (PSB).

Em Alagoas, também há preocupação com futuros surtos de leptospirose e de cólera. Este ano, o Estado notificou seis casos de leptospirose e 180 de cólera. Nesta quinta, os agentes de saúde trabalhavam nos 29 municípios reiterando dicas de como evitar as duas doenças.

Clique aqui para ler mais notícias sobre as chuvas no Nordeste na Folha Online.

Leia mais notícias de cotidiano na Folha Online

Discuta esta notícia nos Grupos de Discussão da Folha Online
 

Publicidade

Publicidade

Publicidade


Voltar ao topo da página