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25/12/2002
-
09h34
do Agora São Paulo
Na última sexta-feira, idosos da Casa da Terceira Idade Coração de Maria, na zona sul de São Paulo, receberam a visita de "escrevedores de cartas". De próprio punho ou ditando, os velhinhos mandaram mensagens de Boas Festas a alunos de escolas particulares da zona sul da capital ou para amigos, mesmo sem conhecerem os destinatários pessoalmente.
O envio das cartas faz parte do projeto Escreve Cartas do governo do Estado, cujo objetivo é auxiliar analfabetos e pessoas com dificuldades de expressão a se comunicarem por meio de cartas, de graça.
O asilo Coração de Maria, em Interlagos, entidade filantrópica com 16 velhinhos, recebe mensalmente as voluntárias do Escreve Cartas do Poupatempo Santo Amaro.
Na última sexta-feira, ganharam das voluntárias do programa um kit com panetone e lembrancinhas. "Antonio, minha perna não está muito boa. Está duro. Nessa hora a gente não sabe muito o que dizer, mas eu gostaria de ver minha filha", dizia um trecho da carta ditada por Lydia Constantino, 83 anos, e escrita pela voluntária Suely Aparecida Schraner, 52 anos.
Junto com a cartinha, um cartão de Natal endereçado ao genro. "Esse trabalho é uma grande troca de experiências. É gratificante", diz Suely.
A maioria dos 16 idosos não recebe a visita de parentes. Por isso, um programa intitulado "Adote um idoso por correspondência" envolveu escolas particulares no trabalho das escrevedoras de cartas. Alunos dos respectivos colégios mandam as correspondências aos idosos, que respondem.
"Recebi sua carta e fiquei encantada com a sua caligrafia. Você tem um futuro brilhante", diz a carta de Rosa Alves de Oliveira, 54 anos, a uma aluna do 1º grau do Colégio Friburgo.
Segundo a coordenadora das voluntárias, Daisy Helena Ferreira Elias, 43 anos, algumas das idosas pedem para enviar cartas para parentes que até mesmo já morreram. "Algumas delas não tem mais lucidez, mas mesmo assim nós escrevemos. É um trabalho que nos enriquece."
Com a ajuda da "escrevedora" Sonia Maria dos Santos, 42 anos, Thesália Odila Andreoni, 85 anos, preferiu usar as próprias mãos para mandar uma carta ao estudante Felipe Papa, do Colégio Cerimar. "Não gosto muito de escrever, não. Mas prefiro eu mesma redigir a mensagem. São pessoas muito boas que nos mandam cartas", disse Odila.
Além do Coração de Maria _que recebe visitas semanais das voluntárias_, o Escreve Cartas visita outras quatro instituições: Casa dos Velhinhos Ondina Lobo, Assistência Vicentina de São Paulo, Casa da Terceira Idade Coração de Maria, Sociedade Beneficente A Mão Branca e Lar dos Idosos Vivência Feliz.
Do início de outubro até hoje, o Poupatempo Santo Amaro _que tem 120 voluntários_ com a parceria da Empresa Brasileira de Correios e Telégrafos já enviou 2.640 cartas. Já o de Itaquera, com 30 voluntários, remeteu 2.147. O projeto foi inspirado no filme "Central do Brasil", de Walter Salles.
Idosos "adotados" mandam cartões de Natal
GIBA BERGAMIM JR.do Agora São Paulo
Na última sexta-feira, idosos da Casa da Terceira Idade Coração de Maria, na zona sul de São Paulo, receberam a visita de "escrevedores de cartas". De próprio punho ou ditando, os velhinhos mandaram mensagens de Boas Festas a alunos de escolas particulares da zona sul da capital ou para amigos, mesmo sem conhecerem os destinatários pessoalmente.
O envio das cartas faz parte do projeto Escreve Cartas do governo do Estado, cujo objetivo é auxiliar analfabetos e pessoas com dificuldades de expressão a se comunicarem por meio de cartas, de graça.
O asilo Coração de Maria, em Interlagos, entidade filantrópica com 16 velhinhos, recebe mensalmente as voluntárias do Escreve Cartas do Poupatempo Santo Amaro.
Na última sexta-feira, ganharam das voluntárias do programa um kit com panetone e lembrancinhas. "Antonio, minha perna não está muito boa. Está duro. Nessa hora a gente não sabe muito o que dizer, mas eu gostaria de ver minha filha", dizia um trecho da carta ditada por Lydia Constantino, 83 anos, e escrita pela voluntária Suely Aparecida Schraner, 52 anos.
Junto com a cartinha, um cartão de Natal endereçado ao genro. "Esse trabalho é uma grande troca de experiências. É gratificante", diz Suely.
A maioria dos 16 idosos não recebe a visita de parentes. Por isso, um programa intitulado "Adote um idoso por correspondência" envolveu escolas particulares no trabalho das escrevedoras de cartas. Alunos dos respectivos colégios mandam as correspondências aos idosos, que respondem.
"Recebi sua carta e fiquei encantada com a sua caligrafia. Você tem um futuro brilhante", diz a carta de Rosa Alves de Oliveira, 54 anos, a uma aluna do 1º grau do Colégio Friburgo.
Segundo a coordenadora das voluntárias, Daisy Helena Ferreira Elias, 43 anos, algumas das idosas pedem para enviar cartas para parentes que até mesmo já morreram. "Algumas delas não tem mais lucidez, mas mesmo assim nós escrevemos. É um trabalho que nos enriquece."
Com a ajuda da "escrevedora" Sonia Maria dos Santos, 42 anos, Thesália Odila Andreoni, 85 anos, preferiu usar as próprias mãos para mandar uma carta ao estudante Felipe Papa, do Colégio Cerimar. "Não gosto muito de escrever, não. Mas prefiro eu mesma redigir a mensagem. São pessoas muito boas que nos mandam cartas", disse Odila.
Além do Coração de Maria _que recebe visitas semanais das voluntárias_, o Escreve Cartas visita outras quatro instituições: Casa dos Velhinhos Ondina Lobo, Assistência Vicentina de São Paulo, Casa da Terceira Idade Coração de Maria, Sociedade Beneficente A Mão Branca e Lar dos Idosos Vivência Feliz.
Do início de outubro até hoje, o Poupatempo Santo Amaro _que tem 120 voluntários_ com a parceria da Empresa Brasileira de Correios e Telégrafos já enviou 2.640 cartas. Já o de Itaquera, com 30 voluntários, remeteu 2.147. O projeto foi inspirado no filme "Central do Brasil", de Walter Salles.
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