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04/08/2000 - 03h07

Secretário das Administrações Regionais é funcionário fantasma

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da Folha de S.Paulo

O secretário Claudio Ferreira Couto, que responde pelo expediente da Secretaria das Administrações Regionais há duas semanas, é funcionário fantasma da Prodam (Companhia Municipal de Processamento de Dados).

O coronel Couto, como é conhecido, é homem de confiança do ex-secretário das Vias Públicas Reynaldo de Barros. Nos seis anos em que Barros esteve na administração municipal, Couto era seu secretário particular. Cabia a ele atender ligações feitas para o telefone celular do então secretário.

Couto foi contratado pela Prodam em 28 de janeiro de 1993, logo após o ex-prefeito Paulo Maluf (PPB) assumir a função, mas não prestou serviços à empresa: logo foi designado para trabalhar na Secretaria Municipal de Vias Públicas de Barros.

O coronel é aposentado pela Polícia Militar e recebe cerca de R¹ 5.000 por mês pela Prodam.

A Folha apurou que a contratação de Couto pela Prodam foi feita a pedido de Barros. Os dois se conheceram em 1979, pouco antes do ex-secretário se tornar prefeito biônico de São Paulo, nomeado por Maluf. Couto era chefe da Casa Militar da prefeitura no governo Olavo Setúbal. Foi apresentado e recomendado a Barros por Setúbal, e mantido no cargo.

Desde então, o coronel acompanhou Barros em todas as atividades públicas que este exerceu.

No fim de 1998, quando Barros deixou a prefeitura, Couto tornou-se assessor de Naor Guelfi, então secretário municipal do Abastecimento.
Quando Guelfi deixou a pasta, em setembro do ano passado, para assumir a Secretaria das Administrações Regionais, Couto foi levado por ele.

Com o pedido de licença do secretário, o coronel acabou designado pelo prefeito Celso Pitta (PTN) para responder interinamente pela secretaria.

A contratação, pela Prodam, de secretários municipais é prática recorrente desde o governo Maluf (1993-96). Guelfi foi contratado em abril de 1994. Os secretários Fausto Camunha (Esportes) e Heloísa Proença (Planejamento) também são contratados pela Prodam e não prestam serviços.

Todos são investigados por inquérito civil em curso na Promotoria de Justiça da Cidadania. Nabiha Abud Baccarin já foi condenada por receber da Prodam e prestar serviços ao Casa (Centro de Apoio Social e Atendimento do município), que presidia.

A assessoria de imprensa da Secretaria das Administrações Regionais informou que Couto não concede entrevistas.

O secretário de Comunicação Social da prefeitura, Antenor Braido, afirmou que a contratação de Couto pela Prodam é legal. "Ele trabalha, trabalha o dia inteiro. Não há nada irregular".

Segundo Braido, a Prodam e a prefeitura mantêm um convênio segundo o qual a empresa pode ceder mão-de-obra ao poder público. "Cargo de confiança é prestação de serviço", disse.

O Ministério Público afirma que o convênio é para a execução de serviços técnicos de informática e atividades conexas. Segundo os promotores, a Prodam não pode contratar pessoas em cargo de confiança para que elas trabalhem fora da empresa.

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