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04/08/2000 - 18h27

PM se encontra com vidente em busca de maníaco

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RANIER BRAGON
da Agência Folha, em Belo Horizonte

O comandante do policiamento de Belo Horizonte, coronel PM Severo Augusto, teve nesta sexta-feira (04) um encontro com um vidente, que alegava ter informações sobre os casos de desaparecimentos e mortes de mulheres na cidade.

Desde fevereiro do ano passado, pelo menos dez mulheres sumiram em bairros da região noroeste. Cinco corpos foram encontrados em matagais. Nenhum dos casos foi esclarecido.

"Na atual situação que estamos vivenciando, não podemos desprezar nenhum tipo de informação que chegue à polícia", disse o coronel, na manhã de ontem, ainda antes do encontro.

Ele não revelou o nome do vidente _que seria um empresário_, o local do encontro, nem quais foram as informações obtidas, afirmando apenas que elas foram "relevantes".

O empresário entrou em contato com a polícia por meio de um telefone de denúncias colocado esta semana à disposição da população da cidade (0800300190). O vidente impôs a condição de que só falaria com o comandante do policiamento.

De acordo com o coronel Augusto, receber informações de videntes não representa "desespero" por parte das autoridades.

"A comunidade tem de saber que isso é uma coisa muito séria, que já foi usada em muitas investigações e que talvez seja uma peça mínima para montar um grande quebra-cabeça."

O delegado Édson Moreira, responsável pela apuração dos casos, disse não acreditar que a reunião entre o coronel e o vidente pudesse resultar em boas informações. "Tudo na investigação é válido, (mas) eu prefiro seguir outros caminhos."

De acordo com ele, as investigações feitas até o momento não levam ainda à hipótese de que uma mesma pessoa seja responsável por todos os desaparecimentos e assassinatos.

"Por enquanto, trabalho com a tese de que para cada crime há um autor." Moreira afirmou esperar apresentar nos próximos dias alguns acusados.
Anteontem, ocorreu o enterro da secretária Josélia Mara Lopes Santos,
31, cujo corpo foi encontrado em um lote vago da região, com sinais de estrangulamento, na quarta-feira. Ela ficou desaparecida por oito dias.

Parentes das vítimas e entidades de defesa dos direitos da mulher organizaram na tarde de ontem um ato público na praça Sete, região central da cidade. O ato reuniu cerca de 200 pessoas, a maioria
mulheres, que pediram mais segurança e protestaram contra as mortes.

Os manifestantes entregariam no final da tarde desta sexta cartas ao prefeito da cidade, Célio de Castro (PSB), e ao secretário da Segurança Pública, Mauro Lopes, pedindo mais empenho da Polícia Civil na apuração dos casos.

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