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20/01/2003 - 18h42

Na primeira rebelião do governo Rosinha, 7 PMs são feitos reféns

MÁRIO HUGO MONKEN
da Folha de S.Paulo, no Rio

Sete policiais militares ainda são mantidos reféns por presos rebelados da Casa de Custódia Pedro Mello da Silva, no complexo penitenciário de Bangu, zona oeste do Rio. É a primeira rebelião do governo de Rosinha Garotinho (PSB).

Segundo a PM (Polícia Militar), a rebelião começou por volta das 6h30, após uma tentativa de fuga em massa.

Armados com facas e estoques (facas artesanais), os detentos renderam os policiais militares quando era servido o café da manhã e tomaram deles os revólveres e pistolas.

Em seguida, cerca de 30 presos fugiram pela porta da frente da unidade. O número, porém, será confirmado somente após o fim da rebelião, quando a polícia vistoriar a prisão.

Com capacidade para abrigar 500 detentos, a Casa de Custódia Pedro Mello da Silva tem atualmente 575 presos, todos vinculados à facção criminosa TC (Terceiro Comando).

A PM cercou a unidade e impediu a fuga dos demais presos. Os que não conseguiram fugir fizeram sete PMs reféns. Os rebelados dizem que os reféns foram amarrados a botijões de gás. A PM suspeitava que os presos tenham com quatro granadas.

Na hora em que os presos escapavam, houve tiroteio. Um dos fugitivos foi baleado de raspão no pescoço e levado pela PM para o Hospital Albert Schweitzer (Realengo, zona norte).

Outro, sofreu uma queda durante a fuga, quebrou um dos braços e também foi hospitalizado.

Com a ajuda de dois helicópteros, a PM iniciou uma busca pelas imediações do complexo e conseguiu capturar mais três fugitivos.

Logo que soube da rebelião, o comandante geral da PM, coronel Renato Hottz, seguiu para o presídio acompanhado de equipes do Bope (Batalhão de Operações Especial), do BPChoque (Batalhão de Choque) e do Getam (Grupamento Especial Tático-Móvel) para tentar negociar com os presos a libertação dos reféns.

Do lado de fora do complexo penitenciário, parentes temiam que os PMs invadissem a unidade e matassem os presos rebelados.

Por três vezes, eles chegaram a interromper o trânsito na rua que dá acesso ao complexo. O desespero das mulheres aumentava toda vez que carros do Bope entravam na unidade.

Hottz disse que vai investigar a possibilidade de PMs que trabalham na casa de custódia terem facilitado a ação dos presos.

Dentro da unidade, as negociações eram consideradas difíceis. Para libertar os reféns, os presos exigiam a transferência de detentos condenados e melhoria na alimentação, além da presença de jornalistas e de representantes de entidades ligadas aos direitos humanos.

O coronel disse que a principal dificuldade das negociações era o fato de não haver nenhum líder entre os presos rebelados.

Uma das iniciativas já anunciadas pelo governo de Rosinha Garotinho é transferir a administração das casas de custódia, que atualmente está com a PM, para o Desipe (Departamento de Sistema Penitenciário).


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