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21/01/2003
-
02h56
da Folha de S.Paulo, em Porto Alegre
LÉO GERCHMANN
da Agência Folha, em Porto Alegre
O Ministério da Educação (MEC) vai usar no combate ao analfabetismo também o Alfabetização Solidária, programa empregado pelo governo FHC.
O projeto federal da área deve estar concluído até o final de fevereiro. As informações são do secretário de Alfabetização do MEC, João Luiz Homem de Carvalho, anunciado anteontem pelo ministro Cristovam Buarque, conforme a Folha antecipara.
Buarque optou por Carvalho para evitar rachas entre linhas pedagógicas dentro do PT, que poderiam atrapalhar uma das vitrines do governo Lula.
As principais linhas em confronto eram o modelo defendido pela deputada federal Esther Grossi (PT-RS), que usa professores profissionais e promete alfabetizar em três meses. Ela mesma era cogitada para a secretaria.
O outro é o Mova (Movimento de Alfabetização), usado, por exemplo, pela prefeitura petista de São Paulo. Alfabetiza no período de seis meses a um ano e usa monitores leigos.
O ministro evitou escolher um pedagogo que se alinhasse a algum dos métodos. Carvalho, 55, é engenheiro agrônomo e foi secretário de Agricultura de Buarque durante seu governo no Distrito Federal (1995-98). É professor da Universidade de Brasília há oito anos e filiado ao PT desde 1986. Trabalha com inclusão social.
"Ele não é um pedagogo. É um gerente. Não vai ter preconceito contra nenhum dos métodos", disse Buarque. O secretário confirma a expectativa. "Vamos trabalhar com todos os projetos, inclusive o Alfabetização Solidária. Eles têm uma estrutura pronta. Não vou usar só porque foi empregado pelo governo anterior?"
O secretário diz que os pedagogos não ficarão de fora. "Vai haver um departamento de pedagogos para acompanhar projetos."
Bolsa Escola
O ministro da Educação defende o aumento dos valores pagos às famílias cadastradas no programa Bolsa Escola e quer que Estados e municípios contribuam com parte do benefício.
Buarque quer aumentar para R$ 65 o valor pago a cada família. Segundo o ministro, o Bolsa Escola paga hoje, em média, R$ 24 por família. Pelo seu projeto, só receberiam mais dinheiro as famílias que vivem em Estados e municípios dispostos a contribuir com recursos para o programa.
Os Estados e municípios pagariam R$ 10 cada, e a União, R$ 45, segundo o ministro.
Veja também o especial Governo Lula
Plano de FHC será usado em alfabetização
ARMANDO PEREIRA FILHOda Folha de S.Paulo, em Porto Alegre
LÉO GERCHMANN
da Agência Folha, em Porto Alegre
O Ministério da Educação (MEC) vai usar no combate ao analfabetismo também o Alfabetização Solidária, programa empregado pelo governo FHC.
O projeto federal da área deve estar concluído até o final de fevereiro. As informações são do secretário de Alfabetização do MEC, João Luiz Homem de Carvalho, anunciado anteontem pelo ministro Cristovam Buarque, conforme a Folha antecipara.
Buarque optou por Carvalho para evitar rachas entre linhas pedagógicas dentro do PT, que poderiam atrapalhar uma das vitrines do governo Lula.
As principais linhas em confronto eram o modelo defendido pela deputada federal Esther Grossi (PT-RS), que usa professores profissionais e promete alfabetizar em três meses. Ela mesma era cogitada para a secretaria.
O outro é o Mova (Movimento de Alfabetização), usado, por exemplo, pela prefeitura petista de São Paulo. Alfabetiza no período de seis meses a um ano e usa monitores leigos.
O ministro evitou escolher um pedagogo que se alinhasse a algum dos métodos. Carvalho, 55, é engenheiro agrônomo e foi secretário de Agricultura de Buarque durante seu governo no Distrito Federal (1995-98). É professor da Universidade de Brasília há oito anos e filiado ao PT desde 1986. Trabalha com inclusão social.
"Ele não é um pedagogo. É um gerente. Não vai ter preconceito contra nenhum dos métodos", disse Buarque. O secretário confirma a expectativa. "Vamos trabalhar com todos os projetos, inclusive o Alfabetização Solidária. Eles têm uma estrutura pronta. Não vou usar só porque foi empregado pelo governo anterior?"
O secretário diz que os pedagogos não ficarão de fora. "Vai haver um departamento de pedagogos para acompanhar projetos."
Bolsa Escola
O ministro da Educação defende o aumento dos valores pagos às famílias cadastradas no programa Bolsa Escola e quer que Estados e municípios contribuam com parte do benefício.
Buarque quer aumentar para R$ 65 o valor pago a cada família. Segundo o ministro, o Bolsa Escola paga hoje, em média, R$ 24 por família. Pelo seu projeto, só receberiam mais dinheiro as famílias que vivem em Estados e municípios dispostos a contribuir com recursos para o programa.
Os Estados e municípios pagariam R$ 10 cada, e a União, R$ 45, segundo o ministro.
Veja também o especial Governo Lula
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