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05/01/2010 - 20h12

Prefeito avalia prejuízos em Angra em R$ 214 mi e fala em plano de moradia para vítimas

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DIANA BRITO
colaboração para a Folha Online, no Rio

O prefeito de Angra dos Reis (RJ), Tuca Jordão (PMDB), anunciou nesta terça-feira um plano de construção de 800 unidades habitacionais para vítimas dos deslizamentos que atingiram a cidade na madrugada da última sexta (1º), resultando na morte de pelo menos 52 pessoas. Após reunião com o vice-governador do Rio e secretário estadual de Obras, Luiz Fernando Pezão, e a secretária estadual do Ambiente, Marilene Ramos, para discutir a liberação de R$ 214 milhões para a recuperação do município, o prefeito ainda disse que assume parte da responsabilidade pela tragédia na cidade.

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Rafael Andrade 04.jan.10/Folha Imagem
Bombeiros retiram corpo de vítima de deslizamento no morro da Carioca
Bombeiros retiram corpo de vítima de deslizamento no morro da Carioca

"Não é só um problema de habitação, mas diversos outros fatores contribuíram para essa tragédia. É muito cômodo falar e botar a culpa no prefeito, mas eu assumo essa responsabilidade, não tem problema nenhum, no que concerne à ocupação irregular do solo urbano. Amanhã [quarta, 6], vamos entregar a Avadan (Avaliação de Danos) ao Estado, o que está avaliado em prejuízos de R$ 214 milhões", afirmou o prefeito, no Rio.

De acordo com Jordão, o projeto para construção de 800 unidades habitacionais, de 45 metros quadrados cada, já foi aprovado. Ele disse que serão prédios com três pavimentos e 12 apartamentos, quatro por andar. O prefeito afirmou ainda que cada apartamento é avaliado em R$ 50 mil.

O prefeito disse também que, durante a reunião, o vice-governador estimou que sejam construídas até 3.000 unidades habitacionais. Ele, no entanto, disse que "tudo depende da liberação da verba [R$ 214 mi]" para a recuperação do município.

Jordão informou que precisa de alguns dias para trâmites burocráticos, para que as obras possam sair do papel. Após o documento de Avaliação de Danos ser homologado, o Ministério da Integração poderá liberar a verba.

"Ainda não temos prazo para começar a construir essas unidades habitacionais. Só vamos ter essa previsão após o reconhecimento do Avadan. Os recursos virão tanto do governo estadual como do federal", disse Jordão.

Os deslizamentos da primeira madrugada do ano causaram 31 mortes na praia do Bananal, na Ilha Grande --onde entre os imóveis atingidos está a pousada Sankay--, e 21 no morro da Carioca, na parte continental do município, onde casas estão sendo demolidas.

Demolições

Na segunda (4), Pezão sobrevoou Angra e afirmou que identificou cerca de 40 pontos de risco de deslizamentos com a ajuda de técnicos. A prefeitura havia adiantado que até cem casas, localizadas em áreas de risco, devem ser demolidas.

"É muito duro, mas eu estou tomando essa decisão de demolir essas casas. Não só no morro da Carioca, mas nos morros do Carmo, Tatu e Glória. O que for preciso ser demolido, assim será demolido", disse o prefeito.

Jordão afirmou ainda que todos os moradores foram notificados sobre as demolições. Segundo ele, técnicos da Defesa Civil de Angra e dez assistentes sociais fizeram uma base no morro da Carioca, em uma unidade municipal de Saúde, para atender os moradores.

"Também estamos mapeando os pontos de risco do município. A Geo-Rio (Fundação Instituto de Geotécnica do Rio) sugeriu tecnicamente que em função dessas demolições se faça um colchão de amortecimento para qualquer tipo de material que rolar lá de cima [morro da Carioca]. O mais importante é que essas famílias estão recebendo um salário mínimo para o aluguel de novas residências", disse o prefeito.

Monitoramento de encostas

O prefeito disse ainda que saiu satisfeito e menos preocupado da reunião porque técnicos da Coppe (Coordenação de Programas de Pós-Graduação em Engenharia), da UFRJ (Universidade Federal do Rio de Janeiro), se comprometeram a monitorar as encostas do município. O prefeito, porém, não confirmou a data que os especialistas iniciarão os trabalhos.

 

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